Historicamente as maiores lutas do homem, até por instinto de sobrevivência, foram e são contra suas enfermidades, fragilidades e a consequente extinção da raça.
Com pesquisas sobre climas, intoxicações diversas ou ataques de animais, muito já foi descoberto sobre nossas fragilidades e com roupas, calçados, moradias e remédios, criamos proteções contra a maioria delas.
A evolução na área de medicamentos foi espetacular e possibilitou a criação de milhares de drogas capazes de curar doenças que no passado mataram milhões.
Porém, ao mesmo tempo em que luta pela vida, o homem promove disputas, lutas e guerras que também dizimam milhões e permite que outros milhões morram de fome ou sede, enquanto poucos usufruem de superficialidades até inimagináveis aos bilhões de habitantes do planeta.
Sem encontrar qualquer lógica em algumas atitudes, muitas vezes questiono algo como: o que leva uma pessoa a querer utilizar um veículo já bastante exclusivo e caro como um Porsche, mas que para ela foi especialmente construído com a carroceria toda banhada em ouro branco, como o de um príncipe árabe? Existiria alguma explicação para uma insanidade dessas enquanto seus próximos passam fome? Pessoas como esta gastam milhões simplesmente para ser vistas, admiradas, uma imbecilidade delas e dos que as admiram.
Por outro lado, gênios como Einstein, Thomaz Edison, Louis Braille, Santos Dumont, Da Vinci, Michelangelo, Van Gogh, Beethoven, Mozart, Shakespeare, Albert Sabin, Oswaldo Cruz, Steve Jobs e tantos outros, aproveitaram sua inteligência e especialidade nas mais diversas áreas para criar algo que beneficiasse toda a humanidade.
Existem questionamentos muito importantes ainda não respondidos, como uma prova científica que determine com exatidão quando o homem começou a raciocinar, mas seja quando for, desde então três perguntas continuam sem respostas claras e definitivas: O que somos? De onde viemos? Para onde vamos?
Se fôssemos realmente racionais, como explicar tanta corrupção no país, principalmente as envolvendo verbas destinadas à saúde pública como recentemente divulgadas? E a demora do julgamento dos envolvidos no que ficou conhecido como "Mensalão do PT"? E ninguém na cadeia? E nenhuma devolução das verbas roubadas?
Ou a existências de homens como Adolf Hitler, Josef Stálin, Mao Tsé-tung, Muanmar Kadafi, os irmãos Castro, Idi Amin Dada, Osama Bin Laden e tantos outros governantes ou terroristas, responsáveis pela morte de milhões?
Os corruptos, as pessoas como a do carro de ouro e muitos governantes dos mais diversos países estão longe de poderem ser chamados de animais racionais, como comumente somos definidos, pois como homem do campo, já presenciei milhares de comportamentos dos chamados animais irracionais que são muito mais dignos ou racionais, que os tomados por dezenas de membros do atual governo brasileiro ou de outros países.
Os cientistas e religiosos podem explicar mais detalhadamente de onde viemos, mas sei que ambos concordam em um ponto: tivemos a mesma origem dos animais chamados irracionais e não se justifica sermos chamados de racionais se o comportamento deles diante de sua comunidade e do meio ambiente é mais racional que o nosso.
Nosso destino, entretanto, parece estar muito claro. Tratando o meio ambiente como estamos, permitindo que milhões morram de fome, analfabetos ou sem tratamento médico decente, promovendo guerras e permitindo que criminosos governem em qualquer parte do mundo, caminhamos a passos largos para a autodestruição.
Os animais chamados racionais viveriam melhor espelhando-se nos irracionais.
João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
* Jornalista, escritor e produtor rural
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