Centenas de zorreiros protestaram na Praça Bolívar, em Bogotá, no último dia 16 de janeiro
Foto: EFE
Aconteceu em Janeiro de 2012
As carroças puxadas por burros e cavalos, conhecidas na Colômbia como "zorras", estão a ponto de desaparecer em Bogotá por decreto, em meio a protestos dos "zorreros", que resistem abandonar este estilo de vida, pois dependem dele para se sustentar.
Em pleno século 21, Bogotá, com mais de oito milhões de habitantes, um grande tráfego de veículos e imersa em processo de modernização, é uma das últimas capitais latino-americanas na qual é comum motoristas e pedestres conviverem com veículos de tração animal.
São cerca de 2,5 mil "zorras" que percorrem diariamente esta grande cidade, segundo o censo da Prefeitura de Bogotá. No entanto, outras fontes dizem que há mais destes veículos, a maioria destinada a carregar ferro velho, como os próprios "zorreros" chamam o trabalho de reciclagem.
As carroças são, em essência, o meio de subsistência de centenas de famílias, que vêem na restrição do uso destes veículos um perigo para o seu futuro, pois não conhecem outra forma de ganhar a vida.
Este é o caso das irmãs Balseros. A mais nova, Maria Elena, de 57 anos, disse à agência EFE que anda em sua carroça desde pequena: "Eu ando de carroça há 55 anos, junto com minha irmã e minha prima".
Os "zorreros" reivindicam ao governo que não aplique o decreto, que está previsto para entrar em vigor no final deste mês. "Peço o governo que se solidarize com os recicladores colombianos e nos deixe continuar usando as carroças porque é assim que mantemos nossas famílias", insistiu Flor Marina, a irmã de Maria Elena.
As duas moram em Ciudad Bolívar, um dos bairros mais pobres de Bogotá, que recentemente foi afetado por inundações que alagaram a capital e, de acordo com elas, "destruiu o rancho".
Como é o caso das irmãs Balseros, as carroças são normalmente oriundas dos bairros do sul da cidade, mas é comum vê-las nas grandes vias bogotanas, como a movimentada Carrera Séptima, em meio a maré de táxis e a intensa fumaça gerada pelos ônibus que desviam como podem dos cavalos e burros.
Uma das cenas mais curiosas acontece quando em dias de greve dos transportes, as carroças substituem o ferro velho por passageiros, que não são nada menos do que cidadãos bogotanos que recorrem a este tipo de veículo para poder chegar ao trabalho.
O polêmico decreto 1.666 de 2010 fixa a data de 31 de janeiro deste ano como o limite para que os grandes municípios do país busquem alternativas às carroças, a fim de acabar com a cena que faz voltar no tempo.
Mas a poucos dias da data marcada, a Prefeitura de Bogotá está pedindo uma prorrogação de 11 meses ao Governo Nacional, pois a substituição das carroças por carros não foi bem sucedida, ao contrário do que aconteceu em Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia.
Com a atenção voltada para 31 de janeiro, mais de 200 "zorras" com seus correspondentes "motoristas" se concentraram na segunda-feira na praça Bolívar, na capital, para pedir ao governo que não aplique o decreto e os deixe com seu meio de subsistência.
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Centenas de zorreiros protestaram na Praça Bolívar, em Bogotá, no último dia 16 de janeiro
Foto: EFE
Foto: EFE
Aconteceu em Janeiro de 2012
As carroças puxadas por burros e cavalos, conhecidas na Colômbia como "zorras", estão a ponto de desaparecer em Bogotá por decreto, em meio a protestos dos "zorreros", que resistem abandonar este estilo de vida, pois dependem dele para se sustentar.
Em pleno século 21, Bogotá, com mais de oito milhões de habitantes, um grande tráfego de veículos e imersa em processo de modernização, é uma das últimas capitais latino-americanas na qual é comum motoristas e pedestres conviverem com veículos de tração animal.
São cerca de 2,5 mil "zorras" que percorrem diariamente esta grande cidade, segundo o censo da Prefeitura de Bogotá. No entanto, outras fontes dizem que há mais destes veículos, a maioria destinada a carregar ferro velho, como os próprios "zorreros" chamam o trabalho de reciclagem.
As carroças são, em essência, o meio de subsistência de centenas de famílias, que vêem na restrição do uso destes veículos um perigo para o seu futuro, pois não conhecem outra forma de ganhar a vida.
Este é o caso das irmãs Balseros. A mais nova, Maria Elena, de 57 anos, disse à agência EFE que anda em sua carroça desde pequena: "Eu ando de carroça há 55 anos, junto com minha irmã e minha prima".
Os "zorreros" reivindicam ao governo que não aplique o decreto, que está previsto para entrar em vigor no final deste mês. "Peço o governo que se solidarize com os recicladores colombianos e nos deixe continuar usando as carroças porque é assim que mantemos nossas famílias", insistiu Flor Marina, a irmã de Maria Elena.
As duas moram em Ciudad Bolívar, um dos bairros mais pobres de Bogotá, que recentemente foi afetado por inundações que alagaram a capital e, de acordo com elas, "destruiu o rancho".
Como é o caso das irmãs Balseros, as carroças são normalmente oriundas dos bairros do sul da cidade, mas é comum vê-las nas grandes vias bogotanas, como a movimentada Carrera Séptima, em meio a maré de táxis e a intensa fumaça gerada pelos ônibus que desviam como podem dos cavalos e burros.
Uma das cenas mais curiosas acontece quando em dias de greve dos transportes, as carroças substituem o ferro velho por passageiros, que não são nada menos do que cidadãos bogotanos que recorrem a este tipo de veículo para poder chegar ao trabalho.
O polêmico decreto 1.666 de 2010 fixa a data de 31 de janeiro deste ano como o limite para que os grandes municípios do país busquem alternativas às carroças, a fim de acabar com a cena que faz voltar no tempo.
Mas a poucos dias da data marcada, a Prefeitura de Bogotá está pedindo uma prorrogação de 11 meses ao Governo Nacional, pois a substituição das carroças por carros não foi bem sucedida, ao contrário do que aconteceu em Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia.
Com a atenção voltada para 31 de janeiro, mais de 200 "zorras" com seus correspondentes "motoristas" se concentraram na segunda-feira na praça Bolívar, na capital, para pedir ao governo que não aplique o decreto e os deixe com seu meio de subsistência.
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