A Amazônia vem sofrendo uma expoliação da biodiversidade animal desde a colonização portuguesa. A caça predatória e o tráfico de animais silvestres enriqueceu a muitos e ainda enriquece. Carnes de várias espécies cinegéticas “enriquecem” os ventres gulosos de uma elite dominante que paga fortunas por quilo de animal abatido.
Esse hábito aquece o hediondo comércio e fomenta a “esterilização” das matas, transformando-as em florestas vazias e prejudicando cadeias alimentares de animais topo de pirâmide alimentar. Também a propagação de diásporos reprodutivos fica muito prejudicada.
Cutias, por exemplo, são importantes dispersoras/plantadoras de diversas espécies, mais notadamente as oleaginosas. Como exemplo podemos citar o murumurú (Astrocaryum murumuru ), o tucumã (Astrocaryum aculeatum) e o mucajá (Acrocomia aculeata ), também chamada castanha-de-cutia. Hoje pela manhã fui chamdo pela autoridade ambiental para receber cerca de 150 kg de carne de caça.
A doação tem como objetivo a alimentação dos carnívoros hospedados na RPPN REVECOM. Recebemos, sob o TERMO DE DOAÇÃO GEA – IMAP 152 kg de caça, referente ao Termo de Apreensão número 015788. A conferência das carcaças apontou 71 animais abatidos. Muitos dos animais eram jovens, fruto do processo reprodutivo ocorrido no período. A visão de tanto animais mortos causa repulsa e revolta. É o “biquinho” da ponta do iceberg do que acontece sob a sombra do manto florestal amazônico.
Paulo Amorim
chicoterra
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