Como os oceanos cobrem cerca de 71% da superfície da Terra e retêm aproximadamente mil vezes mais calor do que a atmosfera, é neles que vai parar a maior parte da energia do aquecimento global.
as últimas décadas, os mares já receberam 93,4% desta energia. Assim, os gases de efeito estufa emitidos pela atividade industrial humana não só fazem com que mais calor fique preso na atmosfera, como também provocam um maior acúmulo de energia solar nos oceanos.
O gráfico abaixo, do Centro de Dados Oceanográficos dos EUA, mostra informações a respeito dos dois quilômetros superficiais dos oceanos de todo o mundo. Ele analisa a quantia de calor acumulada nos oceanos, em zeta joules (ZJ ou 10²¹ joules), no período de 1957 a 2013. As linhas pretas e vermelhas destacam, respectivamente, a média anual e trimestral de 2013, ano em que a temperatura subiu tanto que ultrapassou o limite de 20 ZJ do gráfico.
Grosso modo, a partir de 1980 a 2000, o oceano ganhou cerca de 50 ZJ de calor, enquanto que, de 2000 a 2013, foram acrescentados mais 150 ZJ de calor.
Mesmo sabendo quanto significa, em números, um zeta joule, fica difícil mensurar o que tais números significam. Uma analogia simples nos ajuda a entender: no passado, os oceanos ganhavam calor a uma taxa equivalente a cerca de 2 bombas de Hiroshima por segundo. Ao longo dos últimos 16 anos, este número dobrou. Porém, em 2013, o aquecimento dos oceanos acelerou muito, alcançando a uma taxa superior a 12 bombas de Hiroshima por segundo – três vezes mais do que a tendência das últimas décadas.
Negadores do aquecimento global devem parar de distorcer as evidências
Isso acrescenta mais de 378 milhões de bombas atômicas de calor, o que é preocupante, considerando que acredita-se que águas mais quentes aumentam a intensidade de furacões e tufões, como o tufão Haiyan, que devastou as Filipinas em 2013. Águas mais quentes também elevam os níveis globais do mar, ameaçando propriedades e pessoas e agravando enchentes.
Isso acrescenta mais de 378 milhões de bombas atômicas de calor, o que é preocupante, considerando que acredita-se que águas mais quentes aumentam a intensidade de furacões e tufões, como o tufão Haiyan, que devastou as Filipinas em 2013. Águas mais quentes também elevam os níveis globais do mar, ameaçando propriedades e pessoas e agravando enchentes.
Antes que causemos uma histeria global, é preciso ter cautela: isso não significa necessariamente que estamos entrando em um período de aquecimento muito acelerado do oceano, pois há uma variação substancial de ano para ano na captação de calor pelos mares. No entanto, tais dados mostram o quão equivocado é o mito persistente de que estamos vivendo uma “pausa” no aquecimento global desde 1998 – a Terra, na verdade, aqueceu mais rapidamente no período de 1998 a 2014 do que tinha feito nos 16 anos anteriores a ele.
As temperaturas do oceano estão entre os indicadores mais confiáveis para a verificação das mudanças climáticas. Isso porque a energia solar transmitida pelos gases do efeito estufa não se refletem necessariamente em uma superfície mais quente, já que esta também é influenciada por fatores como vento e correntes. Na última década, aproximadamente um terço do aquecimento global se apresentou a uma profundidade de 700 metros ou mais nos ocenos, segundo uma pesquisa publicada no ano passado.
Mesmo enquanto sofremos com a onda de calor que está nos atingindo neste verão – muitos lugares do Brasil chegaram as suas maiores temperaturas desde 1997 -, é fácil não pensar em um problema que está enterrado sob um quilômetro de água. Não poderíamos ignorar, porém, a energia de mais e mais bombas atômicas que se acumula nas profundezas salgadas do planeta. [Quartz, Skeptical Science, NODC,Nature]
fonte:hypescience
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