segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Professora de MT gasta R$ 3 mil para cuidar de 30 gatos abandonados


Doutora diz que frequentemente gatos são deixados à sua porta. 
Animais podem ser adotados por novos donos, segundo atual responsável.

Animais consomem cerca de 50 quilos de ração por mês (Foto: Arquivo pessoal)
Pollyana AraújoDo G1 MT
Aos 50 anos, a professora e doutora em Educação e Memória, Marlene Gonçalves, que trabalha há mais de dez anos na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), vem se dedicando há aproximadamente 20 anos da sua vida aos gatos sem raça definida, os chamados "vira-latas". Somente no mês passado, ela gastou quase R$ 3 mil na compra de ração e atendimento veterinário aos animais.
Além dos mais de 20 felinos que tem em casa, no bairro Tijucal, em Cuiabá, a professora ainda sustenta hoje pelo menos mais 10 gatos, que são abandonados no campus da universidade. Eles são acolhidos no Instituto de Educação e Linguagem da UFMT, segundo a docente, que cursou doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado em Paris, na França. Ao todo, são consumidos mais de 50 quilos de ração por mês.
Como trabalha o dia todo, a professora, que mora sozinha, possui uma espécie de "babá" para cuidar dos animais durante sua ausência. "As pessoas deixam vários animais na porta da minha casa com grande frequência", disse Marlene, ao lembrar que, no mês passado, ao abrir o portão de casa encontrou uma caixa de papelão com cinco filhotinhos de gato.
Segundo ela, apenas um dos animais tem raça definida. Trata-se de um persa e um outro é uma mistura de "vira-lata" com siamês. A professora informou ter interesse em doar os gatos, sendo que todos são castrados, mas revelou dificuldade em encontrar, principalmente, pessoas que se disponham a cuidar de forma correta. "Às vezes têm alguns que se interessam, mas é muito difícil", pontuou, em entrevista ao G1.
Com o passar dos anos, Marlene conquistou algumas pessoas que passaram a contribuir com o ato de cidadania, como um médico veterinário, vizinho dela no bairro Tijucal. Ela conta que o profissional não cobra mais pelos serviços, apenas pelos medicamentos utilizados no tratamento dos gatos e também dos quatro cães, também de propriedade da doutora.
Ao comentar sobre a dedicação voltada não somente aos gatos, a profissional de educação afirmou que um dos seus quatro cães tem alergia à ração que contém proteína animal, além de já possuir cegueira. Por isso, o alimento dele é importado da Bélgica. Cada 10 quilos dessa ração custa R$ 270 e dura em média 15 dias, de acordo com ela.
Adoção
A professora não faz nenhum tipo de campanha de adoção, mas os interessados em adquirir podem entrar em contato com ela na UFMT. Outros vários caninos e felinos recolhidos nas ruas de Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, estão dispostos a encontrar um lar, conforme o trabalho realizado pela Organização Não-Governamental (ONG) Adote Cuiabá, Associação Voz Animal (AVA) e ainda pelo Centro de Controle de Zoonoses da capital. Ambos divulgam, por meio de páginas na internet, fotografias de cães e gatos para adoção e de achados e perdidos.
Hoje, há aproximadamente 90 cães e 25 gatos na AVA, aguardando por um dono. A entidade alerta, porém, que, antes da adoção, o interessado tem de passar por uma avaliação. Além disso, é possível contribuir com as despesas de um animal a partir do "apadrinhamento" do mesmo. Isso no caso daqueles que residem em apartamentos ou casas com pouco espaço.
No Centro de Zoonoses, responsável pelo controle de doenças transmitidas por animais domésticos e sinantrópicos, como morcegos, escorpiões, ratos, pombos, entre outros, possui cerca de 40 animais, entre cães e gatos adultos, à espera de um dono. A instituição desenvolve um programa de adoção que impõe alguns critérios como, por exemplo, uma inspeção realizada no local em que o animal deve morar e a cobrança de uma taxa de R$ 25 para custear o exame de leishmaniose.

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