Foto: AP/Daily Mail
A prática cruel das touradas foi declarada pelo governo da Espanha como sendo produto de uma disciplina artística e cultural, protegido de todas as pressões das campanhas lideradas pelos ativistas animais.
A tradição já é ilegal na Catalunha, após aprovação de uma lei no ano passado. À época, os toureiros ficaram preocupados que todo o negócio seria prejudicado. Os profissionais pressionaram o governo, pedindo apoio para proteger o lucrativo negócio, que não está restrito à Espanha, mas também pode ser encontrado na América Latina.
Mas a decisão do primeiro-ministro José Luiz Zapatero em aprovar o manifesto dos toureiros como um produto cultural foi criticada, pois em outras ocasiões ele já havia demonstrado estar do lado das campanhas dos defensores animais.
O Ministério da Cultura, agora apoia o “desenvolvimento e a proteção” dos toureiros, disse um comunicado: “Como se entende que a tourada é produto de uma disciplina artística e cultural, considerou-se que o Ministério da Cultura é o local correto para seu desenvolvimento e proteção.”
No debate, o Partido Socialista foi apoiado pelo Partido Conservador (PP). Miguel Cid Cebrián, líder de uma associação pró-touradas no parlamento, espera que o PP, favorito para vencer as eleições gerais de 20 de novembro, providencie proteção legal a uma cultura de interesse.
Os ativistas reagiram. Silvia Barquero, porta-voz da Pacma, partido político contrário às touradas, disse ao jornal Público que a decisão é “completamente absurda… uma medida que nos remete à Idade Média.”
O governo da Catalunha aprovou em julho do ano passado a proibição das touradas na região, por 68 votos a 55, pois considerou que a prática é cruel e ultrapassada. A votação foi realizada depois de uma campanha do grupo Prou! (Basta!, em catalão) que coletou 180 mil assinaturas a favor da proibição.
A proibição na região entrará em vigor a partir de janeiro de 2012 e não será afetada pela decisão de Zapatero. A tourada também é proibida nas Ilhas Canárias desde 1991.
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