Estudo revela que a doença é endémica em Portugal
Por Sara Pelicano
Além de confirmar o carácter endémico, o estudo permitiu também verificar “a existência da infecção em cães de alguns distritos sobre os quais não havia ainda qualquer informação disponível”, explica Lucas Cardoso, um dos autores do trabalho que se realizou no âmbito da Semana da Leishmaniose.
O estudo revelou que existem regiões interiores do país com maior incidência de cães infectados, nomeadamente Castelo Branco, Portalegre e Beja. Para Lucas Cardoso as razões desta prevalência geográfica podem prender-se com “condições geoclimáticas que determinam a proliferação e a abundância dos insectos vectores de Leishmania, mas também podem estar envolvidos outros factores, como os hábitos de vida dos animais e a eventualidade de os cães serem, ou não, alvo da aplicação de medidas profilácticas”.
A doença de evolução crónica que, sem tratamento, pode levar à morte do cão, afecta cães na faixa etária dos dois ou mais anos de idade, que passam a maior parte do tempo ao ar livre, e os animais com pêlo mais curto e de raça pura.
A prevenção é a melhor estratégia a adoptar no combate da doença. Entre outras medidas, os donos de cães devem evitar passeá-los desde o entardecer ao amanhecer, devem fazer com regularidade rastreios da infecção, devem ser aplicados insecticidas nos cães, como coleiras impregnadas com deltametrina, e a vacinação pode ser também utilizada como uma acção acessória.
Lucas Cardoso relembra que “quando o estudo foi realizado [em 2009], apenas estavam disponíveis em Portugal, como medidas de prevenção, os insecticidas com efeito repelente, aplicados directamente nos cães através de coleira ou pipetas. Mas hoje em dia a oferta diversificou-se e há administração oral de estimulantes da imunidade protectora e a vacinação. Embora valha mais prevenir do que remediar, para o tratamento da doença propriamente dita – a leishmaniose canina – encontram-se também disponíveis diversos fármacos de administração injectável ou oral”.
Os sinais clínicos da Leishmaniose canina são muito variáveis, mas situações como apatia progressiva, intolerância insidiosa ao exercício, lesões na pele e feridas no nariz e pavilhões auriculares podem ser indicadores de infecção.
De sublinhar ainda que a esta doença é zoonótica, ou seja, é transmissível ao Homem. A transmissão acontece, sobretudo, através da picada de insectos vectores infectados com o protozoário parasita.
Lucas Cardoso esclarece que “quando comparada com o que sucede nos cães, a ocorrência de leishmaniose nas pessoas é significativamente menos frequente em Portugal, e mesmo noutros países, em que a leishmaniose canina é endémica. Os poucos casos (na ordem das poucas dezenas) da doença leishmaniose visceral registados anualmente no nosso país têm sido registados em adultos imunodeprimidos e alguns também em crianças”.
Os sintomas passam por aumento do volume de órgãos, como o baço e o fígado, e alterações hematológicas, podendo ser fatal na ausência de tratamento. Pode ainda existir a leishmaniose cutânea, uma forma mais benigna da doença, que se apresenta geralmente como uma úlcera na face ou nos membros, “mas que muitas vezes não é conveniente diagnosticada”, refere o entrevistado.
Lucas Cardoso acrescenta que “é de admitir que haja pessoas infectadas com Leishmania sem desenvolvimento da doença e que estas pessoas serão até uma maioria relativamente àquelas eventualmente doentes. De um modo geral, os seres humanos imunocompetentes não desenvolvem a doença, ainda que possam vir a ser infectados. Como os cães são o principal reservatório de Leishmania para as pessoas, prevenir a infecção e a doença nos cães é uma forma bastante adequada de evitar a potencial transmissão do parasita aos seres humanos”.
Ao todo, neste estudo, estiveram envolvidos 140 Centros de Atendimento Médico-Veterinário dos 18 distritos de Portugal continental, que promoveram a colheita de amostras (gota de sangue em papel de filtro) a cerca de quatro mil cães, tendo a análise dessas mesmas amostras para a presença de anticorpos anti-Leishmania sido posteriormente promovida pelo ONLeish.
“Segundo o que há notícia, esta investigação terá sido o maior estudo levado a cabo de uma só vez, tanto na Europa como no resto do mundo”, sublinha Lucas Cardoso.
O estudo revelou que existem regiões interiores do país com maior incidência de cães infectados, nomeadamente Castelo Branco, Portalegre e Beja. Para Lucas Cardoso as razões desta prevalência geográfica podem prender-se com “condições geoclimáticas que determinam a proliferação e a abundância dos insectos vectores de Leishmania, mas também podem estar envolvidos outros factores, como os hábitos de vida dos animais e a eventualidade de os cães serem, ou não, alvo da aplicação de medidas profilácticas”.
A doença de evolução crónica que, sem tratamento, pode levar à morte do cão, afecta cães na faixa etária dos dois ou mais anos de idade, que passam a maior parte do tempo ao ar livre, e os animais com pêlo mais curto e de raça pura.
Lucas Cardoso relembra que “quando o estudo foi realizado [em 2009], apenas estavam disponíveis em Portugal, como medidas de prevenção, os insecticidas com efeito repelente, aplicados directamente nos cães através de coleira ou pipetas. Mas hoje em dia a oferta diversificou-se e há administração oral de estimulantes da imunidade protectora e a vacinação. Embora valha mais prevenir do que remediar, para o tratamento da doença propriamente dita – a leishmaniose canina – encontram-se também disponíveis diversos fármacos de administração injectável ou oral”.
Os sinais clínicos da Leishmaniose canina são muito variáveis, mas situações como apatia progressiva, intolerância insidiosa ao exercício, lesões na pele e feridas no nariz e pavilhões auriculares podem ser indicadores de infecção.
De sublinhar ainda que a esta doença é zoonótica, ou seja, é transmissível ao Homem. A transmissão acontece, sobretudo, através da picada de insectos vectores infectados com o protozoário parasita.
Lucas Cardoso esclarece que “quando comparada com o que sucede nos cães, a ocorrência de leishmaniose nas pessoas é significativamente menos frequente em Portugal, e mesmo noutros países, em que a leishmaniose canina é endémica. Os poucos casos (na ordem das poucas dezenas) da doença leishmaniose visceral registados anualmente no nosso país têm sido registados em adultos imunodeprimidos e alguns também em crianças”.
Os sintomas passam por aumento do volume de órgãos, como o baço e o fígado, e alterações hematológicas, podendo ser fatal na ausência de tratamento. Pode ainda existir a leishmaniose cutânea, uma forma mais benigna da doença, que se apresenta geralmente como uma úlcera na face ou nos membros, “mas que muitas vezes não é conveniente diagnosticada”, refere o entrevistado.
Lucas Cardoso acrescenta que “é de admitir que haja pessoas infectadas com Leishmania sem desenvolvimento da doença e que estas pessoas serão até uma maioria relativamente àquelas eventualmente doentes. De um modo geral, os seres humanos imunocompetentes não desenvolvem a doença, ainda que possam vir a ser infectados. Como os cães são o principal reservatório de Leishmania para as pessoas, prevenir a infecção e a doença nos cães é uma forma bastante adequada de evitar a potencial transmissão do parasita aos seres humanos”.
Ao todo, neste estudo, estiveram envolvidos 140 Centros de Atendimento Médico-Veterinário dos 18 distritos de Portugal continental, que promoveram a colheita de amostras (gota de sangue em papel de filtro) a cerca de quatro mil cães, tendo a análise dessas mesmas amostras para a presença de anticorpos anti-Leishmania sido posteriormente promovida pelo ONLeish.
“Segundo o que há notícia, esta investigação terá sido o maior estudo levado a cabo de uma só vez, tanto na Europa como no resto do mundo”, sublinha Lucas Cardoso.
fonte: cienciahoje.pt
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