Por Rafaela Pietra (da Redação)
Milhares de pássaros protegidos são mortos, todos os anos, durante a temporada de caça em Malta, ao sul da Itália. As aves, muitas delas raras e correndo risco de extinção, atravessam o arquipélago com destino à Europa continental durante a época de acasalamento, que ocorre na primavera.
Tido como um esporte tradicional em Malta, a caça de pássaros é extremamente regulada. Caçadores são autorizados a atirar em somente dois tipos de pássaros – codornas e rolas. E, mesmo assim, respeitando uma chamada cota.
Logicamente, mesmo com a fiscalização rígida, espécies como os aberalhucos, tartaranhãos e cucos também são assassinados em pleno voo.
Milhares de abelharucos, como o da foto acima, são atingidos e, mesmo sendo levados a um veterinário, não conseguem ser salvos. A Federação para Caça e Conservação de Malta (FKNK) diz que não ‘tolera a atividade’.
Mesmo com a extrema crueldade e o risco de extinção de espécies, os órgãos responsáveis continuam a permitir que mais caçadores se candidatem para matar animais em Malta. Neste ano, mais de 9 mil candidatos se registraram para conseguir uma licença de caça a codornas e rolas. Os participantes ganham uma autorização para atirar em quatro aves, em um ‘máximo’ de duas por dia, durante a temporada de caça na primavera.
Muitos pássaros raros continuam sendo vítimas do fogo cruzado que é legalizado no país. Um tartaranhão fêmea foi encontrada com uma asa quebrada, depois de ter sido atingida em Gozo, uma ilha do Arquipélago de Malta. A espécie é uma das mais ameaçadas da Europa e apenas algumas centenas de casais vivem no continente.
Além dos riscos da caça, estes animais ainda são vítimas do tráfico de aves. Um codorna já foi recuperada pela polícia, a partir de um site de interceptação ilegal de pássaros.
A crueldade e ignorância levam não só a dor e o sofrimento, com a legalização da caça em diversos países do mundo, mas agrava, ainda mais, o risco de extinção de espécies ameaçadas de animais. Um crime que passeia livremente frente aos olhos fechados das organizações e da polícia.
Com informações da BBC
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