Por Otávio Monteagudo (da Redação)
Irene Simmons costumava ir todo dia à Rua Nassau almoçar desde que ela se aposentou da Marinha dos Estados Unidos ano passado como uma desenvolvedora de software civil.
Mas desde que foram publicadas fotos de primatas em laboratórios submetidos à duras condições no Laboratório de Desenvolvimento em Neuromecânica e Comunicação da Universidade de Princeton, a ex-militar não tem mais estômago para sua rotina.
“Não consigo dirigir, sentar em um banco e aproveitar o dia sabendo que animais estão sendo torturados tão perto daqui”, disse Simmons.
Simmons era uma entra a dúzia de ativistas reunidos no meio do ocupado centro da cidade, entre as ruas Nassau e a estrada de Washington, para protestar contra os contínuos testes do laboratório em primatas.
Placas coloridas mostravam frases como “PRINCETON, VOCÊ DEVERIA TER VERGONHA”, enquanto os protestantes distribuíam folhetos que detalhavam violações das leis ambientes e casos de alegação de negligência e abuso ocorridos no laboratório.
Simmons comentou que se lembrou de seus pais, sobreviventes do Holocausto, e disse que o teste em animais era comparável às atrocidades ocorridas na Alemanha nazista.
“Eles dizem que ‘não há problema em experimentar com animais porque os humanos são a espécie mais importante’. Esse mesmo tipo de pensamento que causou tanto terror na década de 30 sobrevive.”
Simmons também disse que “vejo muita gente por aqui passeando com seus cachorros, mas eles não se manifestam por acharem que as vacas e macacos usados em testes aqui estão abaixo dos cães.”
Marianne Bessey, coordenadora do evento dos Ativistas Animais de Philly, disse que a universidade deveria seguir a posição tomada pela Universidade de Harvard, que anunciou nessa semana o fim de toda pesquisa que envolvia os testes com primatas.
“Estamos aqui tentando aumentar a conscientização sobre o desperdício de dinheiro gasto na maioria dos testes com animais. São usados bilhões dos pagadores de impostos para financiar pesquisas que são muitas vezes repetitivas e só servem pra justificar empregos e dar dinheiro extra à universidade.”
A Universidade de Princeton foi citada em uma investigação do Departamento Americano de Agricultura e do Escritório do Bem Estar de Animais em Laboratório em junho de 2010, quando inspetores descobriram que a água e analgésicos reservados aos animais estavam em níveis insuficientes. Um ativista vazou fotografias da situação no laboratório e uma testemunha ocular do caso relata abusos com os animais no mês de setembro de 2011.
Pare Agora com a Exploração dos Animais (Stop Animal Exploitation Now), um grupo de direitos dos animais de Cincinnati, divulgou algumas das fotografias em um informe publicitário que foi ao ar em 2011 na televisão, e organizou os protestos próximos à Universidade de Princeton como parte da Semana Mundial de Liberação Animal.
Muitos dos ativistas também mostravam cópias aumentadas das fotografias, se utilizando de uma citação do físico e acadêmico alemão Albert Schweitzer : “Pense sobre o sofrimento que você se poupa de ver”.
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