Um novo estudo acendeu um sinal de alerta contra o alto consumo de proteínas –e, de quebra, contra as dietas que recomendam esse tipo de alimentação, como Dukan, Paleolítica e Atkins.
A pesquisa, publicada na revista científica "Cell Metabolism", analisou dados da alimentação diária de mais de 6.000 americanos com mais de 50 anos, acompanhados durante 18 anos.
A conclusão: para as pessoas entre 50 e 65 anos, o consumo alto de proteínas de origem animal (correspondentes a 20% ou mais das calorias diárias, ou cerca de 400 g de carne para um adulto que consome 2.000 calorias por dia) quadruplica o risco de morte por câncer em comparação com o consumo baixo de proteínas (menos de 10% das calorias diárias).
O ideal, segundo especialistas, é que as proteínas correspondam a algo entre 10% e 12% das calorias diárias.
O consumo alto e moderado de proteínas também aumentou o risco de complicações e mortes por diabetes.
A associação entre o excesso de proteínas e o risco maior de morte só foi observada com o consumo de proteínas de origem animal –analisando apenas o consumo de proteínas de origem vegetal, não houve risco maior de morte.
Curiosamente, entre os que tinham mais de 66 anos, a ingestão maior de proteínas foi protetor em relação a mortes por causas variadas, incluindo o câncer, porque ajuda a prevenir a perda de peso decorrente da velhice.
Atletas ou pessoas que precisam recuperar peso, como pacientes oncológicos, também podem se beneficiar de uma dose extra de proteína.
O quadro é diferente para quem usa o excesso de proteína para emagrecer. Dietas que pregam uma ingestão alta de proteína são repaginadas e entram na moda desde os anos 1960, quando o americano Roberto Atkins fez sucesso em todo o mundo.
Em geral, essas dietas indicam quantidade de proteínas similar à consumida pelo grupo de maior risco no estudo.
O endocrinologista Bruno Geloneze, da Unicamp, afirma que, apesar de as dietas serem feitas por um período mais curto do que o da pesquisa, é plausível pensar que seu efeito também seja deletério a longo prazo. "Esse radicalismo tende a começar cedo e a se repetir na vida."
A dieta da vez é a do médico francês Pierre Dukan. O programa on-line da dieta já foi procurado por 1,8 milhão de brasileiros desde 2012.
Segundo a Fundação Internacional de Informação para Alimentos, baseada nos EUA, 50% dos consumidores querem adicionar mais proteína em suas dietas e 37% acreditam que ela emagrece.
A explicação do sucesso desse tipo de dieta é simples: o consumo de proteínas traz saciedade e a perda de peso ocorre no curto prazo por conta da restrição calórica.
Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, esse tipo de dieta tem suas virtudes e pode ser feita por um período curto, como um ou dois meses, como estímulo para a perda de peso.
"Mas não há evidências de emagrecimento a longo prazo", diz Ricardo Cohen, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica.
Halpern afirma ainda que ninguém consegue manter a dieta por muito tempo e que estudos já mostraram seus efeitos maléficos para rins e coração.
Outras pesquisas já mostraram a relação entre a carne de origem animal, principalmente a processada, e o câncer. A literatura médica registra que o consumo elevado de carne processada pode elevar em 35% a incidência de câncer de intestino.
Uma explicação é que a maior quantia de proteínas aumenta o nível do fator de crescimento semelhante a insulina, que reflete a ação do hormônio de crescimento, ligado a alguns cânceres.
Especialistas dizem que a dieta hiperproteica pode até deflagrar um processo inflamatório que levaria ao aumento de peso mais tarde.
Isso porque a proteína, quando é transformada em glicose no fígado, sobrecarrega o órgão, desestabiliza hormônios e o processo de absorção dos alimentos.
Ricardo Cohen lembra que a dieta balanceada ainda é a melhor alternativa. "Sempre que a balança pende para um lado e há excesso de algum nutriente em detrimento de outro, o corpo reage negativamente", diz o nutrólogo Celso Cukier.
A pesquisa, publicada na revista científica "Cell Metabolism", analisou dados da alimentação diária de mais de 6.000 americanos com mais de 50 anos, acompanhados durante 18 anos.
A conclusão: para as pessoas entre 50 e 65 anos, o consumo alto de proteínas de origem animal (correspondentes a 20% ou mais das calorias diárias, ou cerca de 400 g de carne para um adulto que consome 2.000 calorias por dia) quadruplica o risco de morte por câncer em comparação com o consumo baixo de proteínas (menos de 10% das calorias diárias).
O ideal, segundo especialistas, é que as proteínas correspondam a algo entre 10% e 12% das calorias diárias.
O consumo alto e moderado de proteínas também aumentou o risco de complicações e mortes por diabetes.
A associação entre o excesso de proteínas e o risco maior de morte só foi observada com o consumo de proteínas de origem animal –analisando apenas o consumo de proteínas de origem vegetal, não houve risco maior de morte.
Curiosamente, entre os que tinham mais de 66 anos, a ingestão maior de proteínas foi protetor em relação a mortes por causas variadas, incluindo o câncer, porque ajuda a prevenir a perda de peso decorrente da velhice.
Atletas ou pessoas que precisam recuperar peso, como pacientes oncológicos, também podem se beneficiar de uma dose extra de proteína.
O quadro é diferente para quem usa o excesso de proteína para emagrecer. Dietas que pregam uma ingestão alta de proteína são repaginadas e entram na moda desde os anos 1960, quando o americano Roberto Atkins fez sucesso em todo o mundo.
Em geral, essas dietas indicam quantidade de proteínas similar à consumida pelo grupo de maior risco no estudo.
O endocrinologista Bruno Geloneze, da Unicamp, afirma que, apesar de as dietas serem feitas por um período mais curto do que o da pesquisa, é plausível pensar que seu efeito também seja deletério a longo prazo. "Esse radicalismo tende a começar cedo e a se repetir na vida."
A dieta da vez é a do médico francês Pierre Dukan. O programa on-line da dieta já foi procurado por 1,8 milhão de brasileiros desde 2012.
Segundo a Fundação Internacional de Informação para Alimentos, baseada nos EUA, 50% dos consumidores querem adicionar mais proteína em suas dietas e 37% acreditam que ela emagrece.
A explicação do sucesso desse tipo de dieta é simples: o consumo de proteínas traz saciedade e a perda de peso ocorre no curto prazo por conta da restrição calórica.
Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, esse tipo de dieta tem suas virtudes e pode ser feita por um período curto, como um ou dois meses, como estímulo para a perda de peso.
"Mas não há evidências de emagrecimento a longo prazo", diz Ricardo Cohen, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica.
Halpern afirma ainda que ninguém consegue manter a dieta por muito tempo e que estudos já mostraram seus efeitos maléficos para rins e coração.
Outras pesquisas já mostraram a relação entre a carne de origem animal, principalmente a processada, e o câncer. A literatura médica registra que o consumo elevado de carne processada pode elevar em 35% a incidência de câncer de intestino.
Uma explicação é que a maior quantia de proteínas aumenta o nível do fator de crescimento semelhante a insulina, que reflete a ação do hormônio de crescimento, ligado a alguns cânceres.
Especialistas dizem que a dieta hiperproteica pode até deflagrar um processo inflamatório que levaria ao aumento de peso mais tarde.
Isso porque a proteína, quando é transformada em glicose no fígado, sobrecarrega o órgão, desestabiliza hormônios e o processo de absorção dos alimentos.
Ricardo Cohen lembra que a dieta balanceada ainda é a melhor alternativa. "Sempre que a balança pende para um lado e há excesso de algum nutriente em detrimento de outro, o corpo reage negativamente", diz o nutrólogo Celso Cukier.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Nenhum comentário:
Postar um comentário
verdade na expressão