A dentista Natália Taranenko se deparou com uma situação trágica quando encerrava o expediente em seu consultório, em São Sebastião, no Distrito Federal, no início da semana: um cachorro estava encolhido em um canto da sala, com um fio de nylon amarrado ao pescoço.
O fio provocou um corte profundo no pescoço do animal – “dois dedos”, segundo a mulher dentista. O cachorro foi encaminhado para o Hospital Veterinário Dr. Antônio Clemenceau e ainda corre risco de morrer.
“A secretária gritou, avisando que havia um cão dentro da sala. Cheguei perto para chamá-lo para sair, e ele estava muito abaixadinho, encolhidinho, sem se mexer. Chegando mais perto, notei gotinhas de pus e de sangue e vi que tinha uma corda de nylon azul enterrada nele”, conta a dentista. “Parece que ele sabe que eu ajudo cães, que veio até o meu consultório pedindo socorro.”
Para fazer o resgate, Natália acionou a presidente da ONG Sociedade Humanitária Brasileira, Vanusa Rocha, que entrou em contato com a clínica veterinária e conseguiu vaga para interná-lo.
Para fazer o resgate, Natália acionou a presidente da ONG Sociedade Humanitária Brasileira, Vanusa Rocha, que entrou em contato com a clínica veterinária e conseguiu vaga para interná-lo.
O cachorro foi levado de carro, enrolado em uma coberta, até o local. Lá, foi sedado para a retirada do fio e tosado, para dar início ao tratamento.
Exames feitos na clínica mostraram que o cão está desnutrido, desidratado, com uma infecção e tem doença do carrapato. O animal aparenta um ano de vida e está abaixo do peso – ele tem 7,5 kg, quando o ideal, para o porte dele, seria ter 11 kg.
Como não come sozinho, o animal tem sido alimentado com a ajuda de uma seringa e passa 24 horas por dia recebendo soro. Ele acabou virando o xodó dos funcionários e foi batizado de Joca.
Responsável pelo tratamento, a veterinária Ana Paula dos Reis Damião disse acreditar que a corda tenha sido colocada no cão quando ele ainda era filhote.
A hipótese é de que o machucado tenha surgido porque ele cresceu e engordou com o fio no pescoço.
“Não é que seja comum, mas eventualmente acontece. A gente tem animais que ficam internados e que a gente usa corda de identificação, que é frouxinha. Um mês depois, no retorno, tem cachorro que ainda volta com ela”, diz a profissional. “Pode ter acontecido de colocarem quando ele era novinho e terem esquecido ou ele ter fugido.”
A expectativa é de que o animal passe pelo menos mais três semanas no hospital veterinário. Depois, ele volta para a responsabilidade da ONG, que vai tentar encontrar um lar temporário ou um tutor definitivo para ele.
“Eu sou apaixonada por cães, então a gente acaba criando aquele afeto, quer logo a recuperação. E, principalmente, quando é bonzinho como o Joca. Todo mundo quer cuidar, quer fazer o curativo. Ele, se Deus quiser, vai ser fácil de arrumar alguém para adotar”, disse Ana Paula.
Presidente da ONG, Vanusa informou que não denunciou o caso à polícia, já que não sabe quem amarrou a corda no pescoço do animal. Interessados em ajudar no custeio do tratamento podem procurá-la pelo telefone (61) 8172-2817.
Fonte G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
verdade na expressão