Com a fusão de sua empresa, o quadro de funcionários foi reestruturado, e Regina se viu demitida. Desempregada, ela teve a ideia de criar um lar temporário para cuidar de animais resgatados por protetores independentes, e sobreviver com a mensalidade paga pela hospedagem.
Os primeiros cachorros a serem ajudados por Regina foram a vira lata Filó, e os poodles Champanhe e Amália, abandonados pelos vizinhos quando eles se mudaram e deixaram os cães presos à casa, sem alimento.
Foi aí que surgiu a ideia de fazer do amor aos animais uma “profissão”. “Tudo começou quando entrei em contato com uma ONG para tentar o resgate dos cães da vizinha. Eles não resgataram e ainda me pediram para ficar cuidando de um cão em casa. Pensei em fazer disso uma fonte de renda, e comecei a receber um dinheiro de protetores para hospedar animais enquanto não eram adotados”, conta ela, que cuida de Filó, Champanhe e Amália até hoje.
Mas conforme foi ficando conhecida entre os protetores de animais, Regina passou a receber denúncias por maus-tratos e abandono, e a fazer os resgates por conta própria. “A gente começa a pegar tanto amor que não aguenta deixá-los abandonados. Uma vez resgatei 27 cães de uma chácara que mantinha eles acorrentados lá, em más condições. Alguns deles ficaram em casa sob meus cuidados, outros foram encaminhados o Centro de Controle de Zoonozes (CCZ), ou para a casa de amigos e protetores”, diz.
Atualmente, aos 36 anos, Regina doa todo seu tempo e espaço aos animais. Pelo sobrado de dois quartos, sala, banheiro, cozinha e quintal, vivem atualmente cerca de 50 cachorros e 12 gatos – dos quais, garante, sabe todos os nomes. Sete dos cães foram adotados por ela; entre os demais, apenas seis chegaram a ela por protetores independentes, e cada um rende uma mensalidade de R$ 200 para ajudar nos custos.
Os outros foram resgatados pela própria Regina, que afirma não contar com suporte financeiro de ONGs ou do Governo. “A ajuda vem de pedidos de doações que faço pelo Facebook e por email, da parceria com veterinários, que conseguem descontos com medicamentos, de alguns voluntários e de eventos, como as cãominhadas que organizo. Lá vendo camisetas para arrecadar fundos”.
Segundo Regina, alguns animais chegam debilitados, precisando de tratamento veterinário. “Doamos os cães castrados, vermifugados e vacinados. Mas alguns ficam mais de um ano, pois os animais de pequeno porte são mais procurados, então os maiores demoram mais para serem adotados”.
O sonho de Regina agora é criar uma ONG e conseguir uma chácara onde os animais tenham espaço correr ao ar livre.
Fonte: Terra
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