A escolha do tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) pela Fifa como mascote
da Copa do Mundo de 2014, que vai acontecer no Brasil, animou
ambientalistas do país, que veem nisso uma oportunidade de divulgar
informações sobre a espécie e alertar sobre o risco de extinção.
O anúncio oficial deve ocorrer apenas no próximo domingo, mas, nesta terça-feira (11), imagens do mascote já foram divulgadas no site de patentes europeias (OHIM), onde o desenho foi registrado pelo órgão máximo do futebol no mundo.
A proposta de ter o pequeno animal – ele pode medir no máximo 50 centímetros – como símbolo do megaevento esportivo foi apresentada à Fifa em fevereiro deste ano pela organização não-governamental Associação Caatinga, sediada no Ceará.
Segundo Rodrigo Castro, secretário-executivo da ONG, a adoção do tatu-bola, um animal “genuinamente brasileiro”, como mascote seria uma forma de divulgar informações sobre a espécie pouco conhecida e que corre grande risco de desaparecer da natureza.
Alerta máximo
De acordo com o ministério do Meio Ambiente, a espécie integra a lista nacional de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
A organização ambiental União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) considera o tatu-bola como “vulnerável” na natureza.
Entretanto, há grandes chances de uma reclassificação para “criticamente ameaçado”, de acordo com o Castro, que explicou que essa denominação seria um sinal amarelo antes de um provável colapso da espécie.
Sua população está distribuída por nove estados brasileiros, na Caatinga e no Cerrado, que perdem vastas áreas de vegetação devido à expansão urbana, às queimadas e à produção de carvão vegetal – grande parte na ilegalidade.
Segundo informações mais recentes do governo federal, o Cerrado já perdeu 48,5% de sua cobertura vegetal original, enquanto a Caatinga tem preservada apenas 54% de mata nativa. “Historicamente, a caça foi a grande vilã do tatu-bola, mas a urbanização e o aumento das atividades agrícolas têm afetado seu habitat”, disse Castro.
Bola como defesa
A relação desta espécie de tatu com o futebol é o formato de bola que adquire ao se defender de predadores. Ao perceber a presença de onças ou raposas, seu corpo se contorce e o animal esconde partes frágeis como o tronco, a cabeça e as patas no interior de uma dura carapaça – que se fecha e fica em formato de bola.
“Ele consegue ficar nesta posição de defesa por mais de uma hora, até que a situação de perigo passe”, explica o biólogo. Porém, o instinto de defesa do tatu-bola o deixa frágil para caçadores, que ainda procuram espécimes pelo Nordeste e Centro-Oeste do país para consumo.
Com comportamento arredio, o tatu-bola é diferente das outras espécies de tatu porque não cava buracos, ficando vulnerável para humanos. “Ele não consegue se esconder”, explicou Anderson Feijó, especialista em mamíferos do Nordeste mestre em zoologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Legado ambiental
Projeto que será apresentado à Fifa – e já recebeu a chancela do ministério do Meio Ambiente – será a criação de um projeto de conservação da espécie que receberia investimentos de patrocinadores da Copa do Mundo de 2014.
Criado pela Associação Caatinga, em parceria com a IUCN e com a ONG The Nature Conservancy, o plano financiaria pesquisas que definiriam a quantidade de animais existentes no país e as áreas naturais onde habitam. O projeto, que seria dividido em etapas e teria duração de 12 anos, ainda fortaleceria áreas protegidas na Caatinga e Cerrado, evitando quaisquer formas de degradação no futuro.
“A Fifa tem uma oportunidade única de atrelar um processo ecológico à Copa no Brasil. É uma oportunidade de deixar um legado ambiental para um evento grandioso e de fazer uma inovação”, completou Castro.
Segundo o departamento de imprensa da Fifa, a mascote oficial da Copa será oficialmente apresentada no próximo domingo à noite (16). Em nota enviada ao G1, a entidade afirma que está “ansiosa para dar ao povo brasileiro e ao mundo toda a oportunidade de conhecer mais sobre ela [a mascote] durante a preparação para o evento de 2014”.
Fonte: G1
O anúncio oficial deve ocorrer apenas no próximo domingo, mas, nesta terça-feira (11), imagens do mascote já foram divulgadas no site de patentes europeias (OHIM), onde o desenho foi registrado pelo órgão máximo do futebol no mundo.
A proposta de ter o pequeno animal – ele pode medir no máximo 50 centímetros – como símbolo do megaevento esportivo foi apresentada à Fifa em fevereiro deste ano pela organização não-governamental Associação Caatinga, sediada no Ceará.
Segundo Rodrigo Castro, secretário-executivo da ONG, a adoção do tatu-bola, um animal “genuinamente brasileiro”, como mascote seria uma forma de divulgar informações sobre a espécie pouco conhecida e que corre grande risco de desaparecer da natureza.
Alerta máximo
De acordo com o ministério do Meio Ambiente, a espécie integra a lista nacional de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
A organização ambiental União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) considera o tatu-bola como “vulnerável” na natureza.
Entretanto, há grandes chances de uma reclassificação para “criticamente ameaçado”, de acordo com o Castro, que explicou que essa denominação seria um sinal amarelo antes de um provável colapso da espécie.
Sua população está distribuída por nove estados brasileiros, na Caatinga e no Cerrado, que perdem vastas áreas de vegetação devido à expansão urbana, às queimadas e à produção de carvão vegetal – grande parte na ilegalidade.
Segundo informações mais recentes do governo federal, o Cerrado já perdeu 48,5% de sua cobertura vegetal original, enquanto a Caatinga tem preservada apenas 54% de mata nativa. “Historicamente, a caça foi a grande vilã do tatu-bola, mas a urbanização e o aumento das atividades agrícolas têm afetado seu habitat”, disse Castro.
Bola como defesa
A relação desta espécie de tatu com o futebol é o formato de bola que adquire ao se defender de predadores. Ao perceber a presença de onças ou raposas, seu corpo se contorce e o animal esconde partes frágeis como o tronco, a cabeça e as patas no interior de uma dura carapaça – que se fecha e fica em formato de bola.
“Ele consegue ficar nesta posição de defesa por mais de uma hora, até que a situação de perigo passe”, explica o biólogo. Porém, o instinto de defesa do tatu-bola o deixa frágil para caçadores, que ainda procuram espécimes pelo Nordeste e Centro-Oeste do país para consumo.
Com comportamento arredio, o tatu-bola é diferente das outras espécies de tatu porque não cava buracos, ficando vulnerável para humanos. “Ele não consegue se esconder”, explicou Anderson Feijó, especialista em mamíferos do Nordeste mestre em zoologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Legado ambiental
Projeto que será apresentado à Fifa – e já recebeu a chancela do ministério do Meio Ambiente – será a criação de um projeto de conservação da espécie que receberia investimentos de patrocinadores da Copa do Mundo de 2014.
Criado pela Associação Caatinga, em parceria com a IUCN e com a ONG The Nature Conservancy, o plano financiaria pesquisas que definiriam a quantidade de animais existentes no país e as áreas naturais onde habitam. O projeto, que seria dividido em etapas e teria duração de 12 anos, ainda fortaleceria áreas protegidas na Caatinga e Cerrado, evitando quaisquer formas de degradação no futuro.
“A Fifa tem uma oportunidade única de atrelar um processo ecológico à Copa no Brasil. É uma oportunidade de deixar um legado ambiental para um evento grandioso e de fazer uma inovação”, completou Castro.
Segundo o departamento de imprensa da Fifa, a mascote oficial da Copa será oficialmente apresentada no próximo domingo à noite (16). Em nota enviada ao G1, a entidade afirma que está “ansiosa para dar ao povo brasileiro e ao mundo toda a oportunidade de conhecer mais sobre ela [a mascote] durante a preparação para o evento de 2014”.
Fonte: G1
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