Os gatos parecem tranquilos. Mas não se engane: eles são atentos. São espertos e reservados. Mas também são carinhosos com quem demonstra confiança. E dá para notar que em um abrigo para animais, a empresária Renilce Cavalcanti é a rainha do pedaço. Uma paixão que começou na infância, assaltando a geladeira de casa.
“A lembrança mais remota que eu tenho é de quando eu subia em banquinhos, depois de esperar a família dormir, para roubar comida e alimentar cãezinhos e gatos de rua”, conta.
“A lembrança mais remota que eu tenho é de quando eu subia em banquinhos, depois de esperar a família dormir, para roubar comida e alimentar cãezinhos e gatos de rua”, conta.
Há 12 anos era apenas um. Agora são 230, todos tirados das ruas de Salvador. Se ela vir um bicho maltratado, deixa tudo de lado.
“Estou tocando minha vida naturalmente. Quando vejo um animal atropelado, com bicheira, pelado, uma gatinha muito desnutrida, perco a cabeça, perco a razão”, diz Renilce.
Se o número de gatos impressiona, preste atenção: são 1,2 mil cães. No início, tudo era mais difícil. O orçamento ficava apertado para manter tantos bichos. Mas há cinco anos a família de Renilce ganhou muito dinheiro com mineração. Aí, ela comprou um sítio, contratou quatro veterinários e mais 27 funcionários. E criou o Santuário do Melhor Amigo.
Muitos animais chegam ao canil tão feridos e doentes que normalmente seriam sacrificados. Mas no local essa prática não existe. Todos recebem tratamento. Os veterinários se esforçam para que os bichos fiquem curados. Em uma sala, por exemplo, funciona uma espécie de centro de reabilitação. Cães e gatos que não conseguem mais andar fazem fisioterapia para recuperar os movimentos. É o caso de Adauto, ferido ao defender o dono de um assalto.
“Ele pulou na frente e tomou uma bala nas costas. Assim, a coluna foi lesionada. O proprietário pediu para sacrificar o cachorro, porque ele estava paraplégico. O veterinário – que se chama Adauto – disse que não, porque herói não se mata – se trata", conta a médica veterinária Faye Alice Gravely.
Depois de muita fisioterapia e até acupuntura, o herói Adauto emociona a doutora Faye. "Ele é esforçado, faz tudo que mandamos. Não morde de jeito nenhum. Ajuda em tudo", conta, emocionada. "Depois de um ano de acupuntura, ele começou a conseguir sentar e levantar. Depois de dois anos, ele pôde ser colocado no carrinho porque a coluna ficou reta".
Consulta, banho, tosa. Mas até para dar carinho é preciso ter paciência. Muitos chegam assustados depois de enfrentar todo tipo de maldade na rua.
“Eles podem manifestar isso de forma agressiva. Outros se encolhem, com medo. Eles botam o rabinho entre as pernas, abaixam as orelhas, evitam o contato com a gente”, explica a médica veterinária Heleneide Melo de Andrade.
Renilce sabe o nome de boa parte dos animais. No santuário, os bichos não estão disponíveis para adoção, já foram adotados por Renilce. E para quem acha que essa estrutura toda é um baita exagero, ela tem a resposta: “A vida é uma diversidade, bonita e encantadora. Cada um nasce com um dom: cuidar de animais, de crianças abandonadas, de velhos, de pessoas que se drogam, da natureza. Enfim, cada um nasce com seu dom, que ao longo da vida se manifesta. Se cada um comprar a idéia do seu dom e colocar em prática, a vida será uma unidade na diversidade. Essa é a minha vida. Estou felicíssima”.
“Estou tocando minha vida naturalmente. Quando vejo um animal atropelado, com bicheira, pelado, uma gatinha muito desnutrida, perco a cabeça, perco a razão”, diz Renilce.
Se o número de gatos impressiona, preste atenção: são 1,2 mil cães. No início, tudo era mais difícil. O orçamento ficava apertado para manter tantos bichos. Mas há cinco anos a família de Renilce ganhou muito dinheiro com mineração. Aí, ela comprou um sítio, contratou quatro veterinários e mais 27 funcionários. E criou o Santuário do Melhor Amigo.
Muitos animais chegam ao canil tão feridos e doentes que normalmente seriam sacrificados. Mas no local essa prática não existe. Todos recebem tratamento. Os veterinários se esforçam para que os bichos fiquem curados. Em uma sala, por exemplo, funciona uma espécie de centro de reabilitação. Cães e gatos que não conseguem mais andar fazem fisioterapia para recuperar os movimentos. É o caso de Adauto, ferido ao defender o dono de um assalto.
“Ele pulou na frente e tomou uma bala nas costas. Assim, a coluna foi lesionada. O proprietário pediu para sacrificar o cachorro, porque ele estava paraplégico. O veterinário – que se chama Adauto – disse que não, porque herói não se mata – se trata", conta a médica veterinária Faye Alice Gravely.
Depois de muita fisioterapia e até acupuntura, o herói Adauto emociona a doutora Faye. "Ele é esforçado, faz tudo que mandamos. Não morde de jeito nenhum. Ajuda em tudo", conta, emocionada. "Depois de um ano de acupuntura, ele começou a conseguir sentar e levantar. Depois de dois anos, ele pôde ser colocado no carrinho porque a coluna ficou reta".
Consulta, banho, tosa. Mas até para dar carinho é preciso ter paciência. Muitos chegam assustados depois de enfrentar todo tipo de maldade na rua.
“Eles podem manifestar isso de forma agressiva. Outros se encolhem, com medo. Eles botam o rabinho entre as pernas, abaixam as orelhas, evitam o contato com a gente”, explica a médica veterinária Heleneide Melo de Andrade.
Renilce sabe o nome de boa parte dos animais. No santuário, os bichos não estão disponíveis para adoção, já foram adotados por Renilce. E para quem acha que essa estrutura toda é um baita exagero, ela tem a resposta: “A vida é uma diversidade, bonita e encantadora. Cada um nasce com um dom: cuidar de animais, de crianças abandonadas, de velhos, de pessoas que se drogam, da natureza. Enfim, cada um nasce com seu dom, que ao longo da vida se manifesta. Se cada um comprar a idéia do seu dom e colocar em prática, a vida será uma unidade na diversidade. Essa é a minha vida. Estou felicíssima”.
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