segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mais de oito mil assinaturas pelos animais DECEMBER 5, 2011


E também mais de 400 participantes na marcha da Associação Protectora de Animais Abandonados de Macau, realizada ontem. A organização espera convencer o Governo a avançar com uma lei.
Stephanie Lai
“Quando vai haver leis que protejam os animais contra maus tratos?”. A pergunta podia ontem ler-se nas faixas vermelhas empunhadas pelos participantes na “Marcha pelos Animais”, repetindo o repto lançado já em 2008 pela Associação Protectora de Animais Abandonados de Macau (AAPAM, na sigla inglesa). A organização diz que não vai parar até ter aquilo que quer.
Passados três anos desde a última iniciativa de protesto, a exigência ainda não encontrou resposta. Por isso, mais de quatro centenas de pessoas saíram ontem à rua para reivindicar acção por parte do Executivo – em particular, do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), organismo que tem em mãos o processo legislativo e que, recentemente, justificou atrasos na apresentação de uma proposta alegando desactualização do trabalho já alcançado face aos critérios adoptados internacionalmente.
A manifestação, com início pelas 16h30 de ontem, teve concentração na Praça do Tap Seac e percorreu a cidade até à sede do Governo, na Avenida da Praia Grande. Alguns participantes fizeram-se acompanhar de animais de estimação. No destino final, a AAPAM entregou uma petição com mais de 8400 assinaturas – entre estas, as dos deputados Pereira Coutinho e Ng Kuok Cheong, que se juntaram à iniciativa.
Entre os cartazes exibidos, eram visíveis imagens de gatos presos em armadilhas e de maxilares de cães – terão sido mortos ou alvo de maus tratos. A AAPAM diz receber, pelo menos, uma denúncia de abuso a cada mês, mas lamenta a falta de instrumentos para penalizar quem inflige sevícias aos animais. Segundo a presidente da organização, Yoko Choi, os pedidos de ajuda às autoridades não têm quaisquer consequências.
“Apenas as lojas de animais devem poder vender cães e gatos, mas há uma mercearia que vende gatinhos, e que esconde numa caixa de plástico a progenitora”, exemplifica a dirigente associativa de 47 anos. “Depois de termos filmado todo o processo de venda, mostrando os preços cobrados, o IACM diz-nos que as imagens não são válidas como prova porque não foram recolhidas pelos seus funcionários”, explica Choi.
A presidente da AAPAM defende que, sem legislação que suporte a sua acção, aqueles que trabalham na área da protecção dos direitos dos animais não têm quaisquer meios para agirem.
A organização afirma também que há ainda estabelecimentos de restauração do território que comercializam carne de gato e de cão, por existir procura. Quem mora perto sabe habitualmente onde encontrar tal oferta, mesmo que esta não seja abertamente publicitada nos menus dos restaurantes.
“Até as autoridades do Continente já têm regulamentação para proteger os direitos dos animais. É patético que Macau, que diz ser uma cidade de turismo e de harmonia, ainda não tenha”, lança Yoko Choi
pontofinalmacau

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