sábado, 12 de abril de 2014

Policial deixa casa para abrigar mais 150 animais de rua

Foto: Laura Petraglia
Foto: Laura Petraglia
Parafraseando Charlie Chaplin, ‘quem alimenta um animal faminto, alimenta a própria alma’. E é assim, de alma alimentada que a policial civil Ivone da Costa Galindo, reúne forças para manter sozinha os mais de 140 gatos, oito cachorros e um coelho que resgatou acidentados ou em situação de risco das ruas de Cuiabá e Várzea Grande.
Há exato um ano ela fundou a Organização para Proteção do Meio Ambiente e dos Animais (OPAA), sociedade civil sem fins lucrativos, destinada à proteção do meio ambiente e aos direitos dos animais e, nesse tempo todo, não há um dia sequer que ela não cuide, lave, limpe e alimente todos esses bichinhos para garantir o mínimo de dignidade a eles enquanto espera que alguém de bom coração chegue para adotá-los.
“Eu sempre fiquei muito sensibilizada com sofrimento dos animais. Sempre cuidei de vários na porta de casa. O que aconteceu é que com o tempo as pessoas descobriram que eu gostava e começaram a abandonar os bichos na minha porta. Para não deixá-los desamparados fui recolhendo. Outros animais eu encontrei em situação de extremo sofrimento na rua, atropelados, filhotes, que sabia que se deixasse iriam morrer. E assim o número foi crescendo, não dá para virar as costas para eles”, explica.
Manifesto Crueldade Nunca Mais pede penas mais duras contra maus tratos a animais
O número de animais cresceu tanto a ponto de Ivone ter que sair de casa e deixar sua residência só para abrigar os bichos. “Tive que alugar uma casa pra mim e deixar a minha para eles por que não tinha mais onde deixá-los. Hoje a situação é difícil por que o gasto mensal gira em torno de R$ 3.500 entre ração, veterinário, medicamentos e produtos de limpeza”, diz Ivone que arca com tudo praticamente sozinha.
Segundo Ivone, o volume de adoção dos animais relacionado ao número que entra no abrigo ainda é muito pequeno. “Deixando de lado a questão emocional, do amor aos animais que na verdade é o que me move, vamos supor que o poder público não se interesse pela causa animal, eu acredito que ele tenha que ajudar da mesma forma, por que é uma questão ambiental, de saúde pública. Ao menos com isso com isso o governo, o poder público tem que se sensibilizar”, afirma.
De acordo com ela, não há como dissociar a causa ambiental/de saúde pública, com a causa animal.
“Animais de rua podem transmitir doenças como toxoplasmose, raiva, leishmaniose, leptospirose e tantas outas zoonoses. Nosso sonho enquanto ONG hoje é que o poder público ou que alguém nos ajude doando um terreno com um espaço adequado para que esses animais sejam abrigados”, afirma.
A OPAA também precisa de doações de ração para gato e produtos de limpeza, medicamentos, fraldas para os animaizinhos com incontinência urinária e intestinal. Quem quiser ajudar pode entrar em contanto por meio da fan page no Facebook ou pelos telefones 99681998/ 92755362/84431766/81420633.
Manifestação:
Neste sábado, dia 12, a partir as 16 horas, a ONG marcou uma manifestação na Praça Alencastro contra a diminuição de penas e descriminalização de alguns atos contra animais na revisão do novo Código Penal, que está sob relatoria do senador mato-grossense Pedro Taques (PDT).
A OPAA junto à outras Ongs de proteção contra maus-tratos a animais convida toda sociedade que compareça ao local para protestar também.
Fonte: Olhar Direto

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