(da Redação)
Enquanto um zoológico particular de Copenhagen (Dinamarca) está sob fogo cruzado por ter matado quatro leões apenas algumas semanas após ter assassinado uma girafa saudável de dois anos de idade, autoridades da Costa Rica estão lutando pelo direito de fechar dois zoológicos públicos e libertar os seus 500 animais na natureza ou enviá-los para centros de reabilitação. As informações são do Take Part.
Mas isso não está sendo fácil. Uma decisão judicial recente determinou que o contrato do governo com a organização Fundazoo para gerenciar o Simón Bolívar Zoo Conservation Center e o Conservation Center of Santa Ana deve ser renovado por mais 10 anos após o seu término, em maio.
O governo da Costa Rica – conhecido mundialmente por suas fortes políticas de preservação de biodiversidade – não está desistindo: já preencheu uma apelação judicial e planeja aprovar novas regulamentações para animais cativos em instituições públicas.
“Estamos nos livrando das jaulas e reforçando a ideia de interagir com a biodiversidade em parques botânicos de uma forma natural”, disse o Ministro do Meio Ambiente René Castro em uma coletiva de imprensa em julho de 2013, quando o governo anunciou publicamente sua decisão de fechar os zoológicos. “Nós não queremos animais em cativeiro ou presos de qualquer forma, ao menos que seja para resgatar ou salvá-los”. Mais de 25% das terras da Costa Rica foram reservadas como áreas protegidas para fornecer habitat para cerca de 500 mil espécies. Isso corresponde a surpreendentes 4% de todas as espécies de todo o mundo, apesar de cobrir apenas 0,03% da área da superfície do planeta. O conjunto de montanhas, florestas e praias do país abriga uma das maiores densidades de biodiversidade.
O governo havia planejado transformar o Simón Bolívar Zoo Conservation Center em um jardim botânico e centro de educação, enquanto o Conservation Center of Santa Ana estava programado para se tornar uma reserva florestal de 51 hectares. Mas, no momento em que o governo fez seu anúncio, a Fundazoo já entrou com um recurso judicial para obter o seu contrato renovado por mais uma década, informou o Tico Times.
Os defensores dos direitos animais e ambientalistas dizem que a Fundazoo – que tem supervisionado os jardins zoológicos há 19 anos – manteve os estabelecimentos em mal estado. Em 2006, um funcionário contraiu leptospirose, uma doença infecciosa bacteriana transmitida através da urina de animais infectados. O governo também tentou rescindir seu contrato com a organização em 2003. Mas, apesar de um tribunal decidir em 2005 que o governo deveria tomar de volta as suas responsabilidades administrativas sobre o estabelecimento, a decisão foi finalmente revogada devido a um pormenor técnico, de acordo com a reportagem.
Se a Costa Rica obtiver a autorização para fechar os jardins zoológicos, não está claro se haverá espaço e recursos suficientes em centros de reabilitação para animais selvagens no país para abrigar aqueles não estiverem aptos para viver em estado selvagem. No final de 2012, a prática popular na Costa Rica de tutelar animais selvagens como animais de companhia foi proibida, o que resultou em uma lotação dos centros em 2013.
Em entrevista à National Geographic, Maria Pia Martin, veterinária de vida selvagem da Kids Saving the Rainforest, um centro de resgate próximo ao Parque Nacional Manuel Antonio, em Puntarenas, relatou: “Recebemos tantos animais nesse ano, que fomos forçados a recusar alguns casos”.
fonte:anda.jor
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