quarta-feira, 25 de abril de 2012

Jean-Michel Cousteau lança livro sobre trajetória de seu pai e alerta para a realidade dos oceanos


Divulgação

PELOS MARES

Jean-Michel Cousteau lança livro sobre trajetória de seu pai e alerta para a realidade dos oceanos

O documentarista Jean-Michel Cousteau trabalhou com seu pai, “o capitão” Jacques Cousteau (como carinhosamente chama), por décadas, mas desde 1999 desenvolve projetos independentes em  defesa dos oceanos. Ele veio ao Brasil para lançar livro sobre a trajetória do pai e alertar sobre a ação predatória dos homens sobre o meio ambiente e, especialmente, nos oceanos. Também comentou sobre suas expectativas sobre a Rio+20, conferência internacional sobre desenvolvimento sustentável, que será realizada no Rio Janeiro em junho, e da qual participará





Arquiteto de formação, o francês Jean-Michel Cousteau, radicado nos EUA, navegou literalmente por outros mares ao optar não só pela profissão de mergulhador, mas também de educador ambiental, documentarista e desbravador dos oceanos. Filho do primeiro casamento de Jacques Cousteau (1910-1997) e companheiro do pai em muitas expedições a bordo do navio Calypso, ele seguiu seus projetos de forma independente, criando a Jean-Michel Cousteau`s Ocean Futures Society*, em 1999. Até hoje, produziu cerca de 80 filmes-documentários - muitos deles premiados - , além de desenvolver projetos de educação socioambiental em diferentes países. Entre as iniciativas, está a dos Embaixadores do Meio Ambiente, desenvolvida no Brasil, voltada para estudantes de 10 a 14 anos.

Este mês, ele veio ao Brasil para o lançamento do livro sobre seu pai - Jacques Cousteau, O Rei dos Mares, de autoria de Brad Matsen, pela Cultura Sub Editora. Em entrevista exclusiva para o Planeta Sustentável, no dia 14 de abril, Jean-Michel alertou sobre a necessidade de conservação dos oceanos a suas perspectivas sobre a Rio+20*(Em 2008, também conversamos com ele; veja na reportagem "Jean Michel Cousteau: tudo está conectado").
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"O Rei dos Mares" trata da trajetória de Jacques Cousteau e de sua família. Qual a importância dessa publicação no atual panorama mundial e de sua tradução para o português?

Em primeiro lugar, o autor se preocupou em ouvir as pessoas envolvidas e registrar a realidade sobre meu pai. E é o que mais se aproxima, neste sentido, porque há uma quantidade de publicações não-autorizadas e, portanto, cheias de equívocos. "O Rei dos Mares" faz justiça à memória do capitão Jacques Cousteau. Foi importante a tradução para o português, justamente por causa disso: porque dá acesso a essas informações ao público brasileiro.

Durante 20 meses - durante 1981 e 1982 - estive com meu pai no Brasil, produzindo documentários na Amazônia. Voltei vinte anos depois e passei mais dez meses. O país tem um papel fundamental na questão da conservação, não só dos oceanos, mas dos ambientes terrestres, e seu público está preocupado com esses temas. Fora França e EUA, aqui foi o terceiro país onde eu passei mais tempo. No Brasil, existe um potencial imenso e o país está em uma época interessante, na qual tem aproveitado positivamente seus recursos, o que, muitas vezes, os próprios brasileiros não percebem.

Qual é o estado atual dos oceanos em sua avaliação?
É uma pergunta difícil de responder, mas em termos gerais, os oceanos com corpos d`água maiores têm mais condições de diluição da poluição, dos esgotos e da contaminação. Os comprometimentos principais estão nos mares mais fechados, como é o caso do Mediterrâneo e do Golfo do México, que são sistemas em que os impactos são mais concentrados. Mesmo nos grandes oceanos, há pontos focais de problemas ambientais, que têm resultados muito sérios. Um exemplo aconteceu no Japão, com a contaminação radiativa no Pacífico, decorrente do acidente nuclear de Fukushima. Como também destroços do tsunami, que se espalham no oceano. Na costa Noroeste do Pacífico, nos EUA, por exemplo, a poluição oriunda de contaminações já está impactando a reprodução de animais
fonte:planetasustentavel

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