domingo, 22 de abril de 2012

Atraso em obras prejudica conforto dos animais no bosque de Campinas


Reforma desconsidera problemas de estresse dos bichos, diz especialista.
Revitalização no espaço passa por obras desde fevereiro de 2012.

do G1 em Campinas e Região

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Aves do bosque em Campinas (Foto: Anaísa Catucci/G1)Papagaios são os que mais se adaptam ao
ambiente no bosque (Foto: Anaísa Catucci/G1)
O atraso nas obras do Bosque dos Jequitibás, em Campinas (SP), compromete o conforto dos animais que precisaram ser remanejados para outras áreas. De acordo com Diogo Siqueira, veterinário que cuida de animais apreendidos pela polícia de Campinas, a revitalização não leva em consideração os problemas relacionados ao estresse de confinamentos dos bichos que vivem no local.

A reforma do lago principal, que mede aproximadamente 120 metros quadrados, começou em fevereiro deste ano e a previsão é de que a obra termine em maio. De acordo com o Departamento de Parques e Jardins (DPJ), a obra deveria acabar neste mês de abril, mas uma falha na tubulação de saída do lago fez com que a reforma se estendesse.

As antas são os animais que mais sofrem durante este processo de mudanças estruturais no lago, segundo Siqueira. “Elas passam a maior parte do tempo submersas na água e o lago em que elas estão não tem tamanho suficiente, o que acaba deixando ela estressada”, afirma o veterinário.
Anta do bosque de Campinas (Foto: Anaísa Catucci/G1 Campinas)Antas precisam ficar submersas na água para evitar
o estresse (Foto: Anaísa Catucci/G1 Campinas)
Para Siqueira, o bosque é um bom ambiente para as aves, mas para os felinos as acomodações não são recomendadas. No entanto, o veterinário do bosque Paulo Anselmo, o ambiente para os animais é bom, mas que o visual antigo gera “má impressão dos visitantes”, explica Anselmo.

Enriquecimento ambiental
Os grandes felinos do bosque, como as onças e o casal de leões, são os mais afetados com a precariedade do ambiente. Muito embora eles precisem de uma grande área de convívio, brinquedos e estímulos sensoriais podem ajudar a suprir essa necessidade comum de animais mantidos em bosques e zoológicos. “Uma onça pode andar até 100 km em uma noite. É preciso que o espaço seja constantemente transformado para que os animais não caiam na rotina e acabem adquirindo doenças psicológicas”, afirma Siqueira.

Anselmo afirma que todos os recintos são 'ecotizados' conforme o ecossistema em que o animal vive. Ele diz que o trabalho de enriquecimento ambiental é feito semanalmente com os felinos. “As pessoas têm uma visão caricata”, diz Anselmo. Segundo ele, os recintos dos felinos são muito antigos, em formato de fosso, e por isso passariam para os visitantes uma impressão de lugar ruim.
Obras no Bosque do Jequitibás (Foto: Virgginia Laborão/G1 Campinas)Lagoa no bosque passará por reformas no piso
(Foto: Virgginia Laborão/G1 Campinas)
Nas gaiolas das aves, tanto na das araras como na dos papagaios, o 'enriquecimento' ambiental é visto. “Os pássaros gostam muito de cores, então os brinquedos estimulam esses animais”, afirma Siqueira. Feitos de maneira improvisada, móbiles de potes plásticos diferentes são pendurados nos troncos das árvores para colorir a vivência dos animais.

Recursos
O Bosque dos Jequitibás não possui orçamento próprio, sendo parte da folha de pagamento da Secretaria de Serviços Públicos. Segundo o veterinário responsável, Paulo Anselmo, todos os pedidos feitos à Prefeitura em relação à alimentação são atendidos. Contudo, “nem sempre acontecem as coisas na velocidade que a gente deseja”, disse Anselmo em relação às reformas que estão sendo feitas no bosque.
Leão do bosque de Campinas (Foto: Anaísa Catucci/G1 Campinas)Leão vive em jaula em formato de fosso no bosque de Campinas (Foto: Anaísa Catucci/G1 Campinas)
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    Fonte:G1

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