Considerado
como o melhor amigo do homem, o cão não só é amigo como muitas vezes
protetor e guia permanente 24 horas por dia. É o caso do cão-guia, um
animal treinado especialmente para acompanhar seu dono em todos os
momentos, em casa, na rua, no trabalho e em qualquer outra parte. Nesse
caso, sendo seu dono cego ele age como seus olhos e, portanto deve estar
sempre junto ao dono. É para o cão toda uma vida de total dedicação ao
dono. Por sorte, é mesmo o que um cão mais sonha estar do lado do dono.
Além do mais são cães especialmente treinados.
HistóriaA história desses animais extraordinários, cuja paciência e fidelidade ultrapassam todos os limites é antiga. Os primeiros registros da presença de cães-guias encontram-se pintados em um mural nas ruínas de Roman Herculaneum, hoje cidade de Ercolano na Itália. Há alguns outros registros de sua presença na idade média, mas as primeiras tentativas de treinamento desses animais só aconteceram por volta de1780, no Hospital para cegos “Lês Quinze-Vingts” em Paris.
No Brasil um dos primeiros cães-guias foi o labradar Gem que nasceu na Guide Dog Foundation for the Blind, em Nova York em 1996 e faleceu no Rio de Janeiro depois de vários anos de serviços prestados à sua dona a professora Ethel Rosenfeld, uma ativista pelos direitos dos deficientes visuais. O referido cão tornou-se símbolo na implantação de uma cultura de cães-guias no Brasil.
Este labrador usado nas campanhas para a aprovação da lei federal que garante às pessoas cegas acompanhadas de seus cães entrarem ou permanecerem em locais públicos ou particulares de uso coletivo esteve presente na cerimônia de assinatura do Decreto em 21 de setembro de 2006. Pode ainda ficar imortalizado na Calçada da Fama Animal, em Washigton quando foi eleito “cão herói” do Brasil em 2004.
Raças especiais para cães-guias
As raças que possuem características, como temperamento, tamanho e outras importantes para essa atividade, portanto usados no mundo todo são: labrador, golden retriever, collie de pêlo longo ou curto, boxer, bouvier dês flandres e pastor alemão. Sendo que os treinadores sempre avisam que o que importa não é a raça, mas sim o cão.
Os cegos que não se adaptam ao uso de bengalas recorrem ao cão-guia. Neste caso, deverá haver uma perfeita adaptação. Os cães são treinados desde pequenos, mas há um treinamento de adaptação com seu novo dono que também terá que saber como utilizar adequadamente o animal.No caso do cego que opta pelo uso de cães, este se sentirá bem mais a vontade que com o uso de bengalas. O cão vê os obstáculos acima da cintura e percebe o movimento do tráfego no caso de atravessar a rua. Além do mais os aspectos psicológicos são positivos, pois o animal é estimo de companhia, carinho, confiança, combate a solidão e integra o cego à sociedade permitindo que este possa fazer praticamente de tudo. Para o cão, apesar de estar quase sempre ao lado do dono, é sempre ativo e parece gostar mesmo do que faz. Claro que ele também tem seus momentos de folga e de descanso.
A criação
Esses animais são criados desde pequenos com essa finalidade. Para isso são escolhidos entre filhotes que não sejam nem tímidos nem demasiado líder, isto é fundamental para que tudo dê certo no final. O animal então é mantido em diversas situações, convivência com pessoas e com outros animais, lugares diferentes e barulhentos, aprendem andar na rua, fazer necessidades nos locais certos e muitas outras coisas.
Treinamento
Para essa finalidade não importa o sexo do animal, pois serão castrados. Seu treinamento inicial que começa logo nos primeiros dias de vida é o contato com pessoas, animais e situações diversas e inusitadas. No terceiro mês começa a obediência básica como sentar, deitar, andar junto, etc. e no sétimo mês a obediência avançada; caminhada pelas ruas, obstáculos de altura e largura e travessia de sinais de tráfego. Com um ano o animal inicia o treinamento de inteligência que é o mais difícil, ou seja, o cão tem que desobedecer a uma ordem dada pelo dono, ao verificar o perigo e agir na situação usando sua própria inteligência para tirar o dono da situação de perigo. Nesse caso o dono deve estar preparado para ter total confiança no animal.
Além do treinamento, o animal deve estar preparado para conviver pacificamente em família, com crianças, com outros animais, na rua e sempre sem nunca desconcentrar-se no que está fazendo. Com todas essas qualidades, pode-se observar que o cão-guia é mesmo um animal sensacional.
Tempo de trabalho
O cão-guia é utilizado pelo cego durante oito anos. Na Europa, depois desse período, é doado para alguma família para curtir sua aposentadoria enquanto seu dono utiliza um mais jovem. No Brasil o cão aposentado permanece com seu dono, devido aos laços afetivos, este não sabe separar-se de seu animal mesmo usando outro para sair às ruas.
Do ponto de vista da defesa dos animais, apesar de que aparentemente se trata de um trabalho para o cão, o que não deveria acontecer, no caso do cão-guia, devido ao seu apego ao dono, parece não ser exatamente um trabalho, mas um prazer para o animal. Deve-se levar em conta também que são animais de porte grande, que precisam exercitar-se com freqüência, então essas caminhadas levando o dono para os mais diferentes lugares pode ser uma boa solução. Além do mais gozam de grande respeito e admiração pela população em geral. Leonardo Bezerra
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