segunda-feira, 30 de abril de 2012

Moradores de Portland, nos EUA, buscam ‘asilo’ para galinhas


Galinhas são animais domésticos em Portland, nos EUA (Foto: NYT)
Os hindus consideram a galinha um animal que carrega espíritos malignos. Os chineses cozinham sua carne para homenagear divindades. Mas em Portland, nos Estados Unidos, galinhas são mantidas como animais domésticos.
Esse relacionamento aproxima os moradores das grandes cidades de sua comida e levou alguns tutores de aves a fazer planos para quando suas galinhas se tornarem improdutivas. Assim, surgiu um fenômeno incipiente: a aposentadoria para galinhas.
Como a maioria das galinhas bota ovos quando jovem e vive cerca de 10 anos, a busca por um lugar onde elas possam viver seus últimos anos levou à criação de dois santuários de animais de fazenda.
Pete Porath, que se descreve com um defensor das galinhas, expandiu a parte de seus negócios que encontra novos lares para aves indesejadas. “Diria que sou uma casa de recuperação para galinhas em busca de asilo”, disse ele.
Porath começou a encontrar novas casas para as aves como um serviço gratuito para amenizar seu sentimento de culpa pelos galos abandonados.
Agora ele encontra “asilos” para cerca de duas mil galinhas por ano, a maioria pertencente a um subconjunto que ele chama de “as aves de Portland.”
“Temos todos os tipos de aves, na verdade. Patos, galinhas, pavões, perus, codornas, guinéus”, disse. “Temos a política de não comer os pássaros que realocamos para fora da cidade.” Ele diz que a regra decorre do desejo dos antigos tutores dos animais de que eles passem seus anos dourados numa fazenda.
A ideia atraiu vários animais para a sua propriedade, muito a contragosto da esposa Tanisha. Ela diz que alguns passeiam no jardim e comem os legumes e frutas que ela cultiva.
“Acho que as pessoas têm uma ideia de que a nossa casa é um parque. Elas pensam, ‘Oh, este é o lugar onde minha galinha vai viver.’ Elas querem que os animais vivam aqui porque esta é a sua fantasia sobre uma fazenda “, disse.
Wayne Geiger, que acolheu cerca de cem aves da cidade no Santuário Fazenda Farol, em Scio, concorda. “As pessoas pensam que as aves chegam no santuário e circulam livremente por prados e campos cobertos de margaridas”, disse Geiger.
A realidade, segundo ele, é que frequentemente as aves precisam ser tratadas para limitar sua reprodução, além de alguém precisar estar sempre alerta para lutas de galos e ataques de predadores.
Ele sugeriu que as cidades repensem a ideia de criar aves domésticas já que não podem atender suficientemente à sua demanda quando envelhecem.


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