A demanda por peles, sobretudo na China, mas também em muitos outros países, tem revivido a indústria de peles no mundo. Por conta disso, a ONG Born Free USA tem feito um esforço extra para aumentar a conscientização pública sobre os horrores deste mercado.
De acordo com reportagem da Care2, dados mais recentes mostram que os preços das peles mais que dobraram entre 2008 e 2011, onde alcançaram valores recordes. Autoridades estimam que fazendeiros produtores de peles venderam mais de 260 milhões de dólares em peles de vison para a Coréia do Sul e para a China, só no ano passado.
A indústria de peles tem promovido seus produtos utilizando termos como “ambientalmente amigável” e “recursos renováveis”, como se estivessem falando de minerais, mas não estão. Eles estão falando sobre comercialização de partes de corpos de criaturas sencientes, que são mantidos em gaiolas apertadas durante suas vidas miseráveis, antes de serem mortos por gás ou eletrocussão, para suprir desejos frívolos de uma sociedade que simplesmente não precisa disso.
Estes animais são deixados sem ter para onde correr, nenhum lugar para se esconder e se proteger, sem meios de se envolver em quaisquer comportamentos naturais de suas espécies. Para terem suas peles extraídas, como se sabe largamente mas sempre é bom lembrar, eles são esfolados ainda vivos.
Um dos grandes problemas nos Estados Unidos, segundo a Born Free, é que os animais criados em fazendas para extração de peles não são considerados animais selvagens mas, por outro lado, também não são classificados como animais domésticos. De acordo com pesquisa conduzida pela ONG, as agências estaduais de vida selvagem querem passar a responsabilidade por esses animais às agências de agricultura, enquanto estas não a assumem. No final, estes animais são deixados sem proteção da Lei de “Bem-Estar Animal” e de “Abate Humanitário”, e ficam desprovidos da maioria das leis estaduais anti-crueldade. Também não há regras quanto a forma como estes animais devem ser alojados ou tratados. Em resumo, eles são criados totalmente sem direitos.
Cabe aqui um parêntese importante, o que torna a questão mais grave: as leis citadas acima – Animal Welfare Act (Lei de “Bem-Estar” Animal) e Humane Slaughter Act (Lei de “Abate Humanitário”), segundo a visão abolicionista, já são falácias por si só, pois não representam um respeito ao direito animal de forma alguma. Pela comprovação dos fatos, elas simplesmente encobrem a crueldade pela qual passam os animais explorados para consumo humano. Mas os animais criados para extração de peles sequer são protegidos por estas limitadas e fracas leis.
Outra coisa que facilita o mercado de peles é que a maioria dos estados americanos onde funcionam fazendas de peles não têm leis que exijam licença para operar. Em poucos estados onde o Departamento de Agricultura tem autoridade, não há regulamentações em vigor, exceto em Nova Iorque, que não permite que animais sejam mortos por eletrocussão. Mas mesmo lá, não há fiscalização federal ou estadual.
Embora existam normas ambientais quando se trata de eliminação de resíduos e carcaça de animais, ainda nesse campo há problemas. Apenas neste mês, duas fazendas de peles de Washington foram multadas em 48 mil dólares por água contaminada com ração e fezes em rios que são considerados importantes para a desova de salmão e são o lar de duas espécies de trutas que são listadas como ameaçadas. O proprietário das duas fazendas é reincidente, pois já foi multado anteriormente há alguns anos, pela mesma infração.
Enquanto alguns estilistas e varejistas continuam a apoiar a indústria de peles, outros prometeram abster-se e houve algumas vitórias recentes. Os Países Baixos – que eram os maiores produtores europeus de pele de vison – juntaram-se a países que proibiram a produção de peles por razões éticas, incluindo a Áustria, o Reino Unido e a Croácia. Nos EUA, a cidade de West Hollywood proibiu com sucesso os produtos feitos de pele, e na última New York Fashion Week foi feita a estréia de uma empresa de moda vegana independente, conforme publicado recentemente pela Anda. Mas ainda há muito para se conquistar no que diz respeito à consciência humana mundial quanto ao uso de peles.
“A indústria de peles e seus apologistas querem nos fazer crer que a indústria de peles é humana e ambientalmente amigável, e altamente regulamentada. Nada poderia estar mais longe da verdade”, disse Monica Engebretson, associada sênior do programa com a Born Free EUA. “Consumidores conscientes e designers não devem comprar essa mensagem. É hora dos EUA corresponderem ao progresso internacional sobre esta importante questão e proibirem as fazendas de peles”, acrescenta Monica.
fonte: anda
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