Porque a experimentação em animais não é necessária.
Texto extraído e traduzido de Doctors Against Animal Experiments - Germany
Dr. med. vet. Corina Gericke (tradução Norah André)
Os experimentos em animais são supostamente necessários para assegurar a segurança dos produtos que usamos e como meio de se buscar novas terapias para pessoas doentes.
Entretanto, sabemos que, na prática, não são meios adequados para julgar os efeitos e perigos das substâncias para os seres humanos.
Cientistas, políticos e cidadãos estão cada vez mais reconhecendo que as experiências com animais não são capazes de cumprir o que prometem e que os seus resultados não são diretamente aplicáveis aos seres humanos.
- Experiências em animais são perigosas
É frequentemente afirmado que os experimentos em animais são indispensáveis, pois para o desenvolvimento de drogas farmacêuticas um "organismo completo" seria necessário. Embora os animais sejam organismos completos, eles não são os indicados.
Animais e seres humanos diferem consideravelmente no que diz respeito à anatomia, fisiologia e metabolismo.
Mesmo animais de diferentes espécies podem reagir de forma bastante diferente para produtos químicos e medicamentos farmacêuticos.
Não é possível prever se um ser humano reagirá de forma idêntica ou diferente com base nos resultados de experiências realizadas em animais.
Um estudo realizado pela empresa farmacêutica Pfizer chegou à conclusão de que " seria melhor jogar uma moeda do que depender de experiências com animais para responder à pergunta de substâncias cancerígenas.
Apenas 5 - 25% das substâncias prejudiciais para os seres humanos também têm efeitos adversos sobre os animais experimentais. O lançamento de uma moeda __[cara ou coroa] __ proporciona melhores resultados ".
As numerosas drogas farmacêuticas que foram considerados seguras com base em experiências com animais, mas causaram graves ou mesmo letais efeitos adversos em seres humanos, são a prova de que os resultados de experiências em animais não podem ser transferidos para os seres humanos, com a confiabilidade necessária.
Lipobay ®, Vioxx ®, Trasylol ®, Acomplia ® e TGN1412 são apenas a ponta do iceberg. Considerada apenas a Alemanha, por si só, 58 000 mortes são estimadas como sendo o resultado de efeitos colaterais adversos.
Por outro lado, não se sabe quantos drogas farmacêuticas benéficas nunca são liberadas, uma vez que seus estudos são prematuramente abandonados, com base em experiências enganadoras com animais.
Muitos medicamentos que são altamente benéficos nos dias de hoje __ como a aspirina, ibuprofeno, insulina, penicilina ou fenobarbital __ não estariam disponíveis, caso houvessem sido antes testadas em animais, porque essas substâncias induzem graves danos em certas espécies de animais devido a diferentes processos metabólicos.
Eles teriam falhado completamente se houvessem sido submetidos na época aos atuais procedimentos aplicados no desenvolvimento de ingredientes ativos.
Atualmente, dezenas de milhares de animais devem morrer por cada produto.
Na maioria dos casos, os produtos testados sequer fazem avançar a ciência médica.
Pelo contrário, na Alemanha, dos cerca de 2.500 novos pedidos de aprovação da indústria farmacêutica apresentadas a cada ano, há apenas uma inovação real de dois em dois anos*.
Todo o restante dos produtos, ou já existe ou é simplesmente desnecessário.
Exemplo disso é o que fez a empresa Bayer: redefinida a condição completamente normal dos homens idosos como uma síndrome de "deficiência de testosterona", deu início à criação de um novo mercado para as drogas hormonais.
Há cerca de 60.000 drogas disponíveis no mercado alemão. Muitos delas são idênticas e apenas comercializadas sob diferentes nomes.
Segundo a OMS apenas 325 medicamentos são realmente essenciais.
As experiências com animais não contribuem em nada para o desenvolvimento de novas terapias.
A indústria farmacêutica as realiza apenas para se esquivar de sua responsabilidade legal, no caso de algo dar errado com um de seus produtos.
* meu grifo
- Experiências em animais são falsa ciência (bad science)
Como a maioria das doenças humanas não ocorre em animais, os animais empregados em pesquisas são tratados como "organismos modelo" e os sintomas humanos são ali simulados e "reproduzidos".
Por exemplo, a fim de induzir algo análogo à doença de Parkinson, macacos, ratos ou camundongos são injetados com uma neurotoxina que destrói as células de seus cérebros. Câncer é induzido em ratos por meio de engenharia genética, ou da administração de células de cancro injetáveis.
Acidentes vasculares cerebrais são causados em ratos através da inserção de um fio numa artéria cerebral.
Diabetes em ratos é provocada pela injeção de uma toxina que destrói as células produtoras de insulina de seu pâncreas.
Os ataques cardíacos são simulados em cães pela constrição de sua artéria coronária com um laço.
Os sintomas artificialmente induzidos não têm nada em comum com as doenças humanas que supostamente deveriam simular. Aspectos importantes das origens dos distúrbios, tais como alimentação, hábitos de vida, consumo de drogas, influências ambientais prejudiciais, estresse e fatores psicológicos e sociais, não são levados em consideração.
Os resultados dos estudos que utilizam animais são, portanto, enganosos e irrelevantes.
Na verdade, a pesquisa com base em experimentação animal é falha [falaciosa], repetidamente, ao longo de todo o seu curso. 92% de potenciais fármacos tidos como eficazes quando testados em animais, não passam quando chegam aos ensaios clínicos com humanos onde sua segurança e eficácia são reavaliados.
Quer porque a substância é ineficaz, quer por sintomas colaterais e secundários danosos.
Das cerca de 8% de substâncias aprovadas no ensaio clínico, cerca de metade é posteriormente retirada do mercado por causa grave, tendo-se constatado inclusive evidência de efeitos colaterais letais.
Por exemplo, a invenção do "rato canceroso" foi por muito tempo considerada a chave há muito procurada para o combate aos tumores malignos. Em meados dos anos oitenta, os investigadores da Universidade de Harvard, inserindo um gene de cancro humano no genoma dos ratos, conseguiram que os roedores desenvolvessem tumores prematuramente. Este rato geneticamente modificado foi o primeiro animal mamífero a ser patenteado, nos EUA em 1988 e na Europa em 1992.
Desde então, dezenas de milhares de ratos cancerosos têm sido "curados", mas todos os tratamentos que eram "bem sucedidos" em roedores não o foram em seres humanos.
A pesquisa animal experimental anuncia, com muita regularidade, a descoberta de avanços com relação todos os tipos de doenças e transtornos da saúde humana. Proclamam avanços no tratamento da doença de Alzheimer, do Parkinson, da esclerose múltipla, do câncer, da aterosclerose, etc.
Entretanto, com a mesma regularidade, as esperanças dos pacientes são quase sempre desmentidas e frustradas, e não se ouve mais falar de tais celebradas e alardeadas curas milagrosas. Homens não são ratos.
Estudos científicos estão cada vez mais lançando dúvidas sobre a eficácia da experimentação animal.
Eles evidenciam que os resultados obtidos através de experimentos em animais, muitas vezes não se correlacionam com os conhecimentos obtidos a partir da fisiologia de seres humanos, e que os resultados obtidos através das experiências com animais são frequentemente irrelevantes para a aplicação clínica em humanos.
Um estudo comparativo realizado na Inglaterra verificou e comparou os resultados de diferentes métodos de tratamento em animais experimentais e em pacientes humanos, com base nas publicações científicas relevantes, Apenas três dos seis distúrbios investigados apontavam para correlações de resultados. A outra metade não.
Em outro estudo comparativo realizado posteriormente, uma equipe de investigação britânica concluiu que os resultados de estudos realizados em animais e seres humanos muitas vezes diferem muito consideravelmente.
Ainda de acordo com este estudo comparativo, os resultados inexatos de experiências com animais podem por em perigo os pacientes humanos e são também um desperdício de recursos de pesquisa.
Em um estudo alemão, foram analisados 51 pedidos de experimentos em animais que haviam sido aprovados na Baviera e interrogada a sua aplicação clínica.
A equipe de pesquisa descobriu que, mesmo 10 anos depois, nem um único destes projetos havia sido implementado na medicina humana.
A experimentação animal não é apenas inútil, ela é até mesmo prejudicial.
Baseada numa segurança que não existe, os falsos resultados que ela oferece apenas impedem o progresso da medicina humana.
* meu grifo
- Experiências em animais são imorais
Independentemente das inúmeras razões científicas, há também razões éticas para rejeitar experiências com animais.
A cada ano pelo menos 115 milhões de animais morrem nos laboratórios da indústria química e farmacêutica, em universidades e outras instituições de pesquisa. (10)
Experimentos em animais degradam os animais à condição de "organismos modelo" e de instrumentos de medição descartáveis.
No entanto, os animais são criaturas sencientes, capazes de sofrimento.
A experimentação animal não é compatível com a medicina ou a ciência eticamente justificável.
- A boa ciência se caracteriza pela utilização de métodos de pesquisa sem testes em animais
Por fim a experiências com animais não significa o fim da investigação médica.
Pelo contrário - a mudança para estudos em seres humanos, por exemplo, nas áreas de epidemiologia, pesquisa clínica, segurança e saúde ocupacional e medicina social levaria ao progresso da medicina real.
Os métodos de ensaio, sem a utilização de animais, utilizando-se células e tecidos humanos, combinados com programas especiais de computador, são capazes de produzir resultados exatos e concludentes, ao contrário do que acontece nas experiências com animais.
Modelos de computador sofisticados são capazes de fornecer informações sobre o efeito, a estrutura e a toxicidade das substâncias, assim como sobre novos medicamentos ou produtos químicos.
Microchips que combinem métodos de computador e métodos in vitro: em um sistema de dutos diminutos e pequenas câmaras ocas, os microchips podem ser colonizados com células humanas de diferentes órgãos.
Isto torna possível testar o efeito de uma substância experimental sobre os órgãos individualmente, fornecendo informações sobre a forma como a substância é metabolizada e se quaisquer produtos residuais tóxicos são formados.**
* meu grifo
** recomendo a leitura da postagem sobre este mesmo assunto, anterior a esta neste mesmo blog.
- Experimentos com animais que não precisam de alternativas (podem ser simplesmente abolidos)
Aqueles que acreditam que as experiências com animais são conduzidos no intuito de desenvolver novas terapias para as pessoas doentes estão profundamente enganados.
Muitos experimentos com animais realizados o são sob o pretexto de pesquisa pura, não pretendo quaisquer vantagens para beneficiar a medicina humana.
Alguns exemplos de experiências com animais aprovadas e realizadas na Alemanha [a título de pesquisa pura, não relacionada à medicina humana]
- Na Universidade de Leipzig, foi descoberto que a hibernação protege o tecido neural dos hamsters, "o que poderia, assim, por exemplo, prevenir a doença de Alzheimer".
- No Instituto Federal de Pesquisa de Nutrição e Alimentação, em Karlsruhe, carotenóides foram misturados ao leite de bezerros,com o objetivo de descobrir por que tomates e melões são tão benéficos para os seres humanos a saúde.
-No intuito de investigar os efeitos de choque acústico agudo no ouvido interno de cobaias, os animais foram submetidos ao som de tiros de espingarda (156 + / - 4 dB), e depois mortos.
- No Instituto de Pesquisa aviária em Wilhelmshaven, 22 gaivotas capturadas em uma ilha alemã do Mar do Norte não foram alimentados durante seis dias. O objetivo era descobrir por quanto tempo gaivotas podem sobreviver sem comer.
- Em Ulm, uma equipe de pesquisa investigou por anos a fio os efeitos da gravidade sobre o desenvolvimento e bio-ritmos de diferentes espécies animais.
Só para citar uma das experiências, a título de exemplo: um aparelho foi montado, com o qual medições foram realizadas em escorpiões vivos ao longo de um período de vários meses. O animal era afixado e imobilizado na placa. Eletrodos foram inseridos em seus olhos, músculos das pernas, seu cérebro e corpo, para medir continuamente suas correntes nervosas.
Não há qualquer necessidade de procurar métodos alternativos de pesquisa para substituir esses projetos de investigação. Estes experimentos com animais podem ser simplesmente ser eliminados sem substituição, seja porque dados relativos a indivíduos humanos já estão disponíveis há muito tempo, seja porque seus resultados são completamente irrelevantes para a saúde humana.
- Porque ainda são realizados experimentos em animais?
Continuar a empregar a experimentação animal não se deve a qualquer razão científica. Trata-se algo que só pode ser explicado pela tradição.
Já se passaram 150 anos desde que o fisiologista francês Claude Bernard (1813 - 1878) elevou e instituiu as experiências com animais como a "pedra de toque" de toda a visão médica e científica.
A doutrina Bernard sobrevive num paradigma científico contemporâneo que aceita apenas os resultados que são analiticamente explicáveis, bem como mensuráveis e reprodutíveis. Dentro do âmbito do presente sistema científico, doenças tornaram-se defeitos técnicos e os animais tornaram-se instrumentos de medição.
Neste contexto, a qualidade de um pesquisador não é medida pelo número de pessoas que ele ou ela tem ajudado, mas sim pela quantidade de suas publicações científicas.
Fiel ao lema "Publicar ou perecer", o status de reconhecimento só é alcançado no mundo da ciência por meio de uma longa lista de publicações em revistas científicas de renome, estando a quantidade de fundos de pesquisa disponíveis diretamente dependente da lista de publicações do pesquisador.
Os financiamentos assim obtidos são outra vez investidos em novos experimentos com animais, o que mais uma vez resulta em uma nova publicação.
Este sistema absurdo é auto-sustentável e devora quantidades incríveis de verbas de financiamento para pesquisa, de recursos de terceiros ou bolsas de estudo, sem qualquer benefício para as pessoas doentes.
Uma razão adicional pela qual a experimentação animal é mantida em certas áreas é a absoluta falta de verbas disponíveis para a pesquisa baseada em modelos alternativos, bem como a demora dos procedimentos para a aprovação de técnicas de pesquisa em vitro.
Para encerrar, é bom lembrar que experimentos com animais servem à indústria farmacêutica como um meio de fugir de suas responsabilidades.
Se algo der errado com relação a uma droga, o fabricante sempre pode se referir à experimentação animal anteriormente realizada, sem os efeitos colaterais decorrentes.
As experiências com animais são também muito populares na indústria farmacêutica porque sempre podem ser usadas para provar qualquer coisa que se queira.
Sempre haverá um meio de se apresentar uma configuração de testes capaz de exibir [demonstrar] os resultados desejados.
- Conclusão
Não apenas a experimentação animal representa métodos cruéis e anti éticos de pesquisa, como também encarna métodos não científicos que não deveriam ter lugar na moderna ciência e na medicina do Século XXI.
Texto extraído e traduzido de Doctors Against Animal Experiments - Germany
Dr. med. vet. Corina Gericke (tradução Norah André)
Os experimentos em animais são supostamente necessários para assegurar a segurança dos produtos que usamos e como meio de se buscar novas terapias para pessoas doentes.
Entretanto, sabemos que, na prática, não são meios adequados para julgar os efeitos e perigos das substâncias para os seres humanos.
Cientistas, políticos e cidadãos estão cada vez mais reconhecendo que as experiências com animais não são capazes de cumprir o que prometem e que os seus resultados não são diretamente aplicáveis aos seres humanos.
- Experiências em animais são perigosas
É frequentemente afirmado que os experimentos em animais são indispensáveis, pois para o desenvolvimento de drogas farmacêuticas um "organismo completo" seria necessário. Embora os animais sejam organismos completos, eles não são os indicados.
Animais e seres humanos diferem consideravelmente no que diz respeito à anatomia, fisiologia e metabolismo.
Mesmo animais de diferentes espécies podem reagir de forma bastante diferente para produtos químicos e medicamentos farmacêuticos.
Não é possível prever se um ser humano reagirá de forma idêntica ou diferente com base nos resultados de experiências realizadas em animais.
Um estudo realizado pela empresa farmacêutica Pfizer chegou à conclusão de que " seria melhor jogar uma moeda do que depender de experiências com animais para responder à pergunta de substâncias cancerígenas.
Apenas 5 - 25% das substâncias prejudiciais para os seres humanos também têm efeitos adversos sobre os animais experimentais. O lançamento de uma moeda __[cara ou coroa] __ proporciona melhores resultados ".
As numerosas drogas farmacêuticas que foram considerados seguras com base em experiências com animais, mas causaram graves ou mesmo letais efeitos adversos em seres humanos, são a prova de que os resultados de experiências em animais não podem ser transferidos para os seres humanos, com a confiabilidade necessária.
Lipobay ®, Vioxx ®, Trasylol ®, Acomplia ® e TGN1412 são apenas a ponta do iceberg. Considerada apenas a Alemanha, por si só, 58 000 mortes são estimadas como sendo o resultado de efeitos colaterais adversos.
Por outro lado, não se sabe quantos drogas farmacêuticas benéficas nunca são liberadas, uma vez que seus estudos são prematuramente abandonados, com base em experiências enganadoras com animais.
Muitos medicamentos que são altamente benéficos nos dias de hoje __ como a aspirina, ibuprofeno, insulina, penicilina ou fenobarbital __ não estariam disponíveis, caso houvessem sido antes testadas em animais, porque essas substâncias induzem graves danos em certas espécies de animais devido a diferentes processos metabólicos.
Eles teriam falhado completamente se houvessem sido submetidos na época aos atuais procedimentos aplicados no desenvolvimento de ingredientes ativos.
Atualmente, dezenas de milhares de animais devem morrer por cada produto.
Na maioria dos casos, os produtos testados sequer fazem avançar a ciência médica.
Pelo contrário, na Alemanha, dos cerca de 2.500 novos pedidos de aprovação da indústria farmacêutica apresentadas a cada ano, há apenas uma inovação real de dois em dois anos*.
Todo o restante dos produtos, ou já existe ou é simplesmente desnecessário.
Exemplo disso é o que fez a empresa Bayer: redefinida a condição completamente normal dos homens idosos como uma síndrome de "deficiência de testosterona", deu início à criação de um novo mercado para as drogas hormonais.
Há cerca de 60.000 drogas disponíveis no mercado alemão. Muitos delas são idênticas e apenas comercializadas sob diferentes nomes.
Segundo a OMS apenas 325 medicamentos são realmente essenciais.
As experiências com animais não contribuem em nada para o desenvolvimento de novas terapias.
A indústria farmacêutica as realiza apenas para se esquivar de sua responsabilidade legal, no caso de algo dar errado com um de seus produtos.
* meu grifo
- Experiências em animais são falsa ciência (bad science)
Como a maioria das doenças humanas não ocorre em animais, os animais empregados em pesquisas são tratados como "organismos modelo" e os sintomas humanos são ali simulados e "reproduzidos".
Por exemplo, a fim de induzir algo análogo à doença de Parkinson, macacos, ratos ou camundongos são injetados com uma neurotoxina que destrói as células de seus cérebros. Câncer é induzido em ratos por meio de engenharia genética, ou da administração de células de cancro injetáveis.
Acidentes vasculares cerebrais são causados em ratos através da inserção de um fio numa artéria cerebral.
Diabetes em ratos é provocada pela injeção de uma toxina que destrói as células produtoras de insulina de seu pâncreas.
Os ataques cardíacos são simulados em cães pela constrição de sua artéria coronária com um laço.
Os sintomas artificialmente induzidos não têm nada em comum com as doenças humanas que supostamente deveriam simular. Aspectos importantes das origens dos distúrbios, tais como alimentação, hábitos de vida, consumo de drogas, influências ambientais prejudiciais, estresse e fatores psicológicos e sociais, não são levados em consideração.
Os resultados dos estudos que utilizam animais são, portanto, enganosos e irrelevantes.
Na verdade, a pesquisa com base em experimentação animal é falha [falaciosa], repetidamente, ao longo de todo o seu curso. 92% de potenciais fármacos tidos como eficazes quando testados em animais, não passam quando chegam aos ensaios clínicos com humanos onde sua segurança e eficácia são reavaliados.
Quer porque a substância é ineficaz, quer por sintomas colaterais e secundários danosos.
Das cerca de 8% de substâncias aprovadas no ensaio clínico, cerca de metade é posteriormente retirada do mercado por causa grave, tendo-se constatado inclusive evidência de efeitos colaterais letais.
Por exemplo, a invenção do "rato canceroso" foi por muito tempo considerada a chave há muito procurada para o combate aos tumores malignos. Em meados dos anos oitenta, os investigadores da Universidade de Harvard, inserindo um gene de cancro humano no genoma dos ratos, conseguiram que os roedores desenvolvessem tumores prematuramente. Este rato geneticamente modificado foi o primeiro animal mamífero a ser patenteado, nos EUA em 1988 e na Europa em 1992.
Desde então, dezenas de milhares de ratos cancerosos têm sido "curados", mas todos os tratamentos que eram "bem sucedidos" em roedores não o foram em seres humanos.
A pesquisa animal experimental anuncia, com muita regularidade, a descoberta de avanços com relação todos os tipos de doenças e transtornos da saúde humana. Proclamam avanços no tratamento da doença de Alzheimer, do Parkinson, da esclerose múltipla, do câncer, da aterosclerose, etc.
Entretanto, com a mesma regularidade, as esperanças dos pacientes são quase sempre desmentidas e frustradas, e não se ouve mais falar de tais celebradas e alardeadas curas milagrosas. Homens não são ratos.
Estudos científicos estão cada vez mais lançando dúvidas sobre a eficácia da experimentação animal.
Eles evidenciam que os resultados obtidos através de experimentos em animais, muitas vezes não se correlacionam com os conhecimentos obtidos a partir da fisiologia de seres humanos, e que os resultados obtidos através das experiências com animais são frequentemente irrelevantes para a aplicação clínica em humanos.
Um estudo comparativo realizado na Inglaterra verificou e comparou os resultados de diferentes métodos de tratamento em animais experimentais e em pacientes humanos, com base nas publicações científicas relevantes, Apenas três dos seis distúrbios investigados apontavam para correlações de resultados. A outra metade não.
Em outro estudo comparativo realizado posteriormente, uma equipe de investigação britânica concluiu que os resultados de estudos realizados em animais e seres humanos muitas vezes diferem muito consideravelmente.
Ainda de acordo com este estudo comparativo, os resultados inexatos de experiências com animais podem por em perigo os pacientes humanos e são também um desperdício de recursos de pesquisa.
Em um estudo alemão, foram analisados 51 pedidos de experimentos em animais que haviam sido aprovados na Baviera e interrogada a sua aplicação clínica.
A equipe de pesquisa descobriu que, mesmo 10 anos depois, nem um único destes projetos havia sido implementado na medicina humana.
A experimentação animal não é apenas inútil, ela é até mesmo prejudicial.
Baseada numa segurança que não existe, os falsos resultados que ela oferece apenas impedem o progresso da medicina humana.
* meu grifo
- Experiências em animais são imorais
Independentemente das inúmeras razões científicas, há também razões éticas para rejeitar experiências com animais.
A cada ano pelo menos 115 milhões de animais morrem nos laboratórios da indústria química e farmacêutica, em universidades e outras instituições de pesquisa. (10)
Experimentos em animais degradam os animais à condição de "organismos modelo" e de instrumentos de medição descartáveis.
No entanto, os animais são criaturas sencientes, capazes de sofrimento.
A experimentação animal não é compatível com a medicina ou a ciência eticamente justificável.
- A boa ciência se caracteriza pela utilização de métodos de pesquisa sem testes em animais
Por fim a experiências com animais não significa o fim da investigação médica.
Pelo contrário - a mudança para estudos em seres humanos, por exemplo, nas áreas de epidemiologia, pesquisa clínica, segurança e saúde ocupacional e medicina social levaria ao progresso da medicina real.
Os métodos de ensaio, sem a utilização de animais, utilizando-se células e tecidos humanos, combinados com programas especiais de computador, são capazes de produzir resultados exatos e concludentes, ao contrário do que acontece nas experiências com animais.
Modelos de computador sofisticados são capazes de fornecer informações sobre o efeito, a estrutura e a toxicidade das substâncias, assim como sobre novos medicamentos ou produtos químicos.
Microchips que combinem métodos de computador e métodos in vitro: em um sistema de dutos diminutos e pequenas câmaras ocas, os microchips podem ser colonizados com células humanas de diferentes órgãos.
Isto torna possível testar o efeito de uma substância experimental sobre os órgãos individualmente, fornecendo informações sobre a forma como a substância é metabolizada e se quaisquer produtos residuais tóxicos são formados.**
* meu grifo
** recomendo a leitura da postagem sobre este mesmo assunto, anterior a esta neste mesmo blog.
- Experimentos com animais que não precisam de alternativas (podem ser simplesmente abolidos)
Aqueles que acreditam que as experiências com animais são conduzidos no intuito de desenvolver novas terapias para as pessoas doentes estão profundamente enganados.
Muitos experimentos com animais realizados o são sob o pretexto de pesquisa pura, não pretendo quaisquer vantagens para beneficiar a medicina humana.
Alguns exemplos de experiências com animais aprovadas e realizadas na Alemanha [a título de pesquisa pura, não relacionada à medicina humana]
- Na Universidade de Leipzig, foi descoberto que a hibernação protege o tecido neural dos hamsters, "o que poderia, assim, por exemplo, prevenir a doença de Alzheimer".
- No Instituto Federal de Pesquisa de Nutrição e Alimentação, em Karlsruhe, carotenóides foram misturados ao leite de bezerros,com o objetivo de descobrir por que tomates e melões são tão benéficos para os seres humanos a saúde.
-No intuito de investigar os efeitos de choque acústico agudo no ouvido interno de cobaias, os animais foram submetidos ao som de tiros de espingarda (156 + / - 4 dB), e depois mortos.
- No Instituto de Pesquisa aviária em Wilhelmshaven, 22 gaivotas capturadas em uma ilha alemã do Mar do Norte não foram alimentados durante seis dias. O objetivo era descobrir por quanto tempo gaivotas podem sobreviver sem comer.
- Em Ulm, uma equipe de pesquisa investigou por anos a fio os efeitos da gravidade sobre o desenvolvimento e bio-ritmos de diferentes espécies animais.
Só para citar uma das experiências, a título de exemplo: um aparelho foi montado, com o qual medições foram realizadas em escorpiões vivos ao longo de um período de vários meses. O animal era afixado e imobilizado na placa. Eletrodos foram inseridos em seus olhos, músculos das pernas, seu cérebro e corpo, para medir continuamente suas correntes nervosas.
Não há qualquer necessidade de procurar métodos alternativos de pesquisa para substituir esses projetos de investigação. Estes experimentos com animais podem ser simplesmente ser eliminados sem substituição, seja porque dados relativos a indivíduos humanos já estão disponíveis há muito tempo, seja porque seus resultados são completamente irrelevantes para a saúde humana.
- Porque ainda são realizados experimentos em animais?
Continuar a empregar a experimentação animal não se deve a qualquer razão científica. Trata-se algo que só pode ser explicado pela tradição.
Já se passaram 150 anos desde que o fisiologista francês Claude Bernard (1813 - 1878) elevou e instituiu as experiências com animais como a "pedra de toque" de toda a visão médica e científica.
A doutrina Bernard sobrevive num paradigma científico contemporâneo que aceita apenas os resultados que são analiticamente explicáveis, bem como mensuráveis e reprodutíveis. Dentro do âmbito do presente sistema científico, doenças tornaram-se defeitos técnicos e os animais tornaram-se instrumentos de medição.
Neste contexto, a qualidade de um pesquisador não é medida pelo número de pessoas que ele ou ela tem ajudado, mas sim pela quantidade de suas publicações científicas.
Fiel ao lema "Publicar ou perecer", o status de reconhecimento só é alcançado no mundo da ciência por meio de uma longa lista de publicações em revistas científicas de renome, estando a quantidade de fundos de pesquisa disponíveis diretamente dependente da lista de publicações do pesquisador.
Os financiamentos assim obtidos são outra vez investidos em novos experimentos com animais, o que mais uma vez resulta em uma nova publicação.
Este sistema absurdo é auto-sustentável e devora quantidades incríveis de verbas de financiamento para pesquisa, de recursos de terceiros ou bolsas de estudo, sem qualquer benefício para as pessoas doentes.
Uma razão adicional pela qual a experimentação animal é mantida em certas áreas é a absoluta falta de verbas disponíveis para a pesquisa baseada em modelos alternativos, bem como a demora dos procedimentos para a aprovação de técnicas de pesquisa em vitro.
Para encerrar, é bom lembrar que experimentos com animais servem à indústria farmacêutica como um meio de fugir de suas responsabilidades.
Se algo der errado com relação a uma droga, o fabricante sempre pode se referir à experimentação animal anteriormente realizada, sem os efeitos colaterais decorrentes.
As experiências com animais são também muito populares na indústria farmacêutica porque sempre podem ser usadas para provar qualquer coisa que se queira.
Sempre haverá um meio de se apresentar uma configuração de testes capaz de exibir [demonstrar] os resultados desejados.
- Conclusão
Não apenas a experimentação animal representa métodos cruéis e anti éticos de pesquisa, como também encarna métodos não científicos que não deveriam ter lugar na moderna ciência e na medicina do Século XXI.
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