Um gato doméstico chamado Belo, sofreu laceração anal e teve que passar por um procedimento cirúrgico após ser vítima de maus-tratos em Iranduba (AM). Após encontrar seu gato com ferimentos no rabo e no ânus, o tutor do animal registrou um boletim de ocorrência nesta segunda-feira (22) na delegacia da polícia civil do município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus). De acordo com o laudo veterinário, o gato sofreu laceração perianal provocada por material cortante, o que se assemelharia a um estupro, se tivesse ocorrido em um humano. Em janeiro deste ano, outro caso envolvendo maus-tratos a um gato chocou a população. Um vídeo flagrou um homem que atacou um gato a mordidas.
O tutor do animal – que preferiu não ser identificado por questões de segurança –, disse que o gato tem apenas sete meses de idade, chama-se Belo e é extremamente manso. “Ele costuma ficar sentado em frente de casa, e no sábado (20) alguém passou e o pegou, sem que víssemos. Às 19h, fomos chamá-lo para dar ração e ele não apareceu. No outro dia (domingo, 21), às 5h30, ele reapareceu em casa com o rabo cortado e o ânus rasgado, miando como se estivesse gritando e sangrando bastante nas regiões feridas”, afirmou.
Laceração perianal
Belo recebeu atendimento veterinário na tarde desta segunda (22). O responsável pela consulta foi omédico veterinário Marcelo Gama. De acordo com Gama, uma moça de identidade desconhecida ligou para ele contando sobre o caso, se comprometendo em custear o atendimento do bichano, já que o tutor do animal não teria condições de fazê-lo. Marcelo apontou ainda que optou por atender gratuitamente o animal.
O gato se recupera bem dos ferimentos e já recebe os cuidados necessários.
Lei branda não pune os criminosos
A delegada titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente e Urbanismo (DEMA), Izolda de Castro, afirmou que os procedimentos corretos ao se tomar em relação a animais nesta situação é levá-los às Organizações Não-Governamentais (ONG’s), quando os tutores não possuem condições de custear o tratamento adequado ao bichano.
“Em relação às partes criminais, o denunciante deve ir até a Delegacia de Polícia, fazer um Boletim de Ocorrência (B.O.), e preencher um Termo de Declaração, onde relatará informações importantes como endereço e possíveis suspeitas de quem teria cometido o ato. É importante também se munir de laudos veterinários para provar a materialidade do fato. Nesse caso, seria aberta uma investigação criminal, para que se reúna indícios o suficiente de autoria para elaborar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e enviá-lo ao Judiciário”, destacou a delegada.
Ainda segundo Castro, o praticante de violência contra animais, se encontrado e indiciado, responderá contra maus-tratos, conforme o Artigo 32, Lei 9.605/98 de Crimes Ambientais.
“A pessoa responde a um procedimento chamado Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), que cabe a crimes de menor potencial ofensivo (no qual se enquadra os crimes de maus-tratos a animais) e responde em liberdade. Nestes termos, infelizmente a lei é muito tênue no tratamento com os infratores”, acrescentou a titular da DEMA.
Redes sociais são utilizadas como forma de buscar ajuda aos animais
A vice-presidente da ONG Proteção, Adoção e Tratamento Animal (PATA), Joana Darc Cordeiro, recordou que, assim como a denúncia levantada pela reportagem, a organização recebe pelo menos 10 do gênero por dia.
“No caso do gato Belo, ele precisa vir para Manaus e ser levado a uma clínica veterinária. Para ele, precisamos conseguir um transporte para trazê-lo para cá e doações, pelo fato da ONG não ter abrigo e não ter verbas o suficiente. Somos nós quem custeamos tudo. Ajudamos no intuito de não deixar o animal desamparado”, levantou Cordeiro.
Ainda segundo Joana, as formas para angariar ajudas ao gato e a outros animais maltratados extrapolam o mundo físico e abrangem o apelo às redes sociais.
“Vamos postar a foto de Belo no facebook da ONG no intuito de divulgar e fazer com que alguém se disponha a ir lá buscá-lo. Criaremos também uma conta no banco para reunir as doações financeiras a favor do animal machucado”, assegurou a vice-presidente, que disponibilizou o e-mail joanadarc.cordeiro@hotmail.com e (92) 8188-0380, da ONG PATA, para os interessados em ajudar com o caso do gato Belo.
Fonte: A Crítica
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