ULA recebeu a Medalha São Francisco de Assis na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro

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Daniele de Miranda e Gracielle Queiroz na mesa da Câmara recebendo a homenagem

A União Libertária Animal - ULA, por meio de suas fundadoras e coordenadoras, Daniele de Miranda e Gracielle Queiroz, recebeu na última sexta-feira, 16 de Março de 2012, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, a Medalha São Francisco de Assis.

O ULA é um grupo abolicionista dos animais com sua sede localizada em Guaratiba, Rio de janeiro, com atuação em todo o estado e produção de material educativo sobre o direito dos animais difundido nacionalmente. Foi criado em março de 2008, devido à necessidade de uma intervenção abolicionista dos animais na zona oeste do Rio de Janeiro, uma área carente e com diversas situações de maus tratos aos animais.

Segundo as suas fundadoras, a atuação da ULA é voltada aos direitos dos animais pressupondo que eles são sujeitos de direito, e não de propriedade, e por isso nenhuma forma de exploração deve ser justificada ou regulamentada, e sim, abolida.

A principal missão do grupo é a abolição individual da exploração e sofrimento animal através do veganismo (filosofia de vida motivada por convicções éticas com base nos direitos animais), o qual é disseminado em todas as suas ações. Partindo do princípio que todos os animais, independente da espécie, são sensíveis e conscientes, o grupo amplia esse conceito de consideração moral a todos os animais, antes limitado a alguns animais apresentados como os únicos a serem estimados e respeitados.

Para que o ser humano mude seu enfoque no trato com os animais, é preciso educação, uma transmissão de valores, um aprendizado gradual sobre essas criaturinhas, e assim, uma mudança de comportamento. Por isso, esse é primordialmente um grupo que busca antes de tudo a educação, almejando uma mudança social para a cultura de paz, que só será plena se forem extintas as bases de todas as explorações.

A história do ULA

Daniele de Miranda e Gracielle Queiroz

O ULA começou em 2008. Era só uma ideia e a vontade de defender os animais. Não tinha site, nem cartazes, só a vontade de realizar algo. Já nos primeiros meses o ULA criou um site que se tornou referência em informação sobre os direitos dos animais, foram publicados na rede vídeos sobre maus tratos a animais no rodeio de Seropédica, levou uma denúncia ao Ministério Público, além de uma manifestação educativa em frente ao Rio Zoo, que mantém confinados e expostos à visitação animais com transtornos de comportamento.

Hoje, com mais de 300 animais castrados e dezenas de animais adotados, tudo com recursos e meios próprios estão entre as ações mais significativas, além de produzir a Cartilha Ulinha, com os direitos dos animais para crianças, que está sendo utilizada em ações educativas por grupos em todo país, produziu ainda o primeiro outdoor sobre os direitos dos animais da Zona Oeste, em Campo Grande. Durante toda a sua existência o grupo tem ido às ruas, levando informação diretamente para as pessoas.

Nesses quatro anos de existência, após muito trabalho e dedicação, já estão sendo percebidas algumas mudanças: mais pessoas estão adotando animais abandonados, denunciando maus tratos, pedindo orientação de como parar de comer animais e querendo saber o que é veganismo. Rodeios já foram cancelados. Professores de anatomia animal abandonam a prática de usar animais em suas aulas, desenvolvendo métodos substitutivos mais éticos.

Mas os animais ainda precisam de muitas mudanças! É preciso, por exemplo, que os políticos tenham coragem para aprovar projetos de lei em favor dos animais, como a proibição da escravidão em carroças e charretes e a proibição da exploração comercial de animais domésticos, assim como a venda de animais em "petshops".

-"Tivemos a honra de compartilhar esse momento, com Daniel Braga Lourenço (professor de Direito e autor do livro "Direito dos Animais: Fundamentação e Novas Perspectivas"), José Roberto da Silva Machado (culinarista vegano do restaurante Caminho do Mar e idealizador do projeto Alquimia Alimentar) e Marly Winckler (presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira)".

-"Ficamos extremamente lisonjeadas. Muito obrigada, em especial ao Vereador José Everaldo, aos nossos amigos abolicionistas Sílvia e Pedro, e a todos que acreditam e apoiam o trabalho do ULA, nos ajudando nessa jornada, muitos dos quais, que carinhosamente se fizeram presentes nesse momento especial para nós", agradeceram as representantes do grupo na ocasião da entrega das medalhas.

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