quinta-feira, 22 de março de 2012

Animais assassinados em nome da arte


Juventude
por Margarida Martins
(Presidente da Assembleia-geral da Associação Juvenil Odisseia)


Animais assassinados em nome da arte

Segundo a Wikipédia a arte (do latim ars, significando técnica e/ou habilidade) é: “A atividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da percepção das emoções e das ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias da consciência e dando um significado único e diferente para cada obra. A arte se vale para isso de uma grande variedade de meios e materiais, como a pintura, a escrita, a música, a dança, a fotografia e assim por diante.”

Face a esta definição poderemos inferir, que o ser humano não tem limites!

Mas, na balança da justiça, esses limites tanto aparecem no prato direito como no prato esquerdo e, assim, vamos encontrar obras que se perpetuam no tempo pela sua originalidade, pela sua beleza, pela sua riqueza, mas também vamos encontrar obras que se perpetuam no tempo pela sua atmosfera macabra e por desrespeitarem a ética e a moral.

Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os atos dos homens gozam de liberdade e como tal a arte também é livre.

Se nos debruçarmos sobre a ética, verificamos que o seu objeto são os atos do ser humano, enquanto ser possuidor de razão. A palavra portuguesa deriva do grego e significa aquilo que pertence ao caráter. Assim, em linguagem comum caráter é um termo que descreve os traços morais da personalidade e como tal falamos de atos "corretos" ou "incorretos", "justos" ou "injustos", de um modo mais simples, "bons" ou "maus".

Então poderemos questionar: - Assassinar animais em nome da arte é ético? - Maltratar outros seres vivos que habitam o mesmo planeta que homem é justo? É correto? É bom ou é mau?

A Declaração Universal dos Direitos dos Animais foi proclamada e aprovada na década de setenta, no século passado, em 15 de outubro de 1978, em primeira-mão, pela UNESCO e, posteriormente, em 1993, pela ONU e segundo ela, os direitos dos animais devem ser defendidos por lei como os direitos dos humanos.

Face a todas estas considerações poderemos ficar perplexos ao lermos notícias como aquelas que passarei a transcrever:

- Katinka Simonse, é holandesa e denomina-se uma “artista taxidermista” (taxidermia, termo grego que significa "dar forma à pele" é a arte de montar ou reproduzir animais para exibição ou estudo. É a técnica de preservação da forma da pele, planos e tamanho dos animais). Assim, entre o seu espólio artístico podemos encontrar diversas aberrações, bolsas feitas com gatos e bonecos feitos com outros animais mortos. Katinca chama-lhe de obras de arte, mas há quem lhe chame de tortura e desrespeito pela Declaração Universal dos Direitos dos Animais.

Em suas apresentações perfomáticas macabras Katinca foi capaz de colacar 100 hamsters em pequenas bolas de plástico transparentes e os fez correr ao redor de uma galeria. Também ameaçou colocar pintainhos mortos numa máquina trituradora. Mas conseguiu ir mais além: matou o próprio gato e fez dele uma bolsa.

- Também Guillermo Vargas Habacuc, um pseudo artista da Costa Rica, apresenta em 2008 em Manágua, capital da Nicarágua, uma exposição na Galeria Códice. Ao som do hino sandinista os visitantes deparavam-se, na entrada da exposição, com uma frase na parede (“Você é o que você lê”) cujas letras eram feitas com comida de cão. Logo a seguir, os visitantes eram surpreendidos pela seção mais polémica da instalação de Habacuc: um cão enfermo, que teria sido capturado nas ruas de Manágua, preso num canto da galeria. Segundo o “artista”, a sua obra representava uma homenagem a Natividad Canda, um nicaraguense morto devido a um ataque de dois cães da raça rottweiler. Justificou, desta maneira, a captura de um cachorro indefeso e doente, que também recebeu o nome de Natividad, o qual não recebeu nenhum auxílio veterinário, não foi alimentado e, apesar dos pedidos de vários frequentadores da exposição para que fosse solto, permaneceu amarrado até o dia seguinte à inauguração da instalação, quando morreu de fome diante dos olhares dos espectadores.

- Há cerca de 10 anos atrás surgiam as primeiras correntes de e-mails sobre o tenebroso caso dos gatos bonsai. Nesses e-mails anunciava-se num site a venda de gatos em miniatura dentro de garrafas transparentes. E para tornar as coisas ainda mais bizarras, o site ensinava a fazer o seu próprio gato bonsai.

É verdade, o ser humano não tem limites, infelizmente...

Mas como Albert Albert Einstein nos disse: “O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, mas sim por aquelas que permitem a maldade.”
 .setubalnarede.pt/

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