O parque aquático Sea World, nos EUA, foi processado por confinar cinco membros da sua equipa num espaço diminuto e obrigá-los a fazer rotineiramente apresentações para o público. As autoras da acção? Um grupo de cinco orcas.
Elas foram representadas por uma organização de direitos dos animais, que entrou com o pedido. Embora o juiz tenha optado por não levar o caso adiante, essa foi a primeira vez que um tribunal federal americano chegou a analisar algo do tipo.
Nos Estados Unidos e noutros países é cada vez maior a quantidade de cientistas e organizações que se mobilizam pelos direitos dos cetáceos - o grupo de mamíferos marinhos que inclui os golfinhos e as baleias.
Ao fazer as suas reivindicações, apoiam-se em pesquisas que comprovam que esses animais são, de facto, muito especiais.
Assim como os humanos, os golfinhos fazem parte do selecto grupo de espécies que conseguem reconhecer o próprio reflexo no espelho.
Eles também têm um cérebro grande e complexo, com capacidade de raciocínio comparável à dos chimpanzés, considerados os nossos parentes mais próximos.
Além disso, golfinhos costumam esforçar-se para ajudar os indivíduos feridos do grupo. E até ferramentas conseguem manejar.
«A ciência já mostrou que individualidade e auto-percepção não são propriedades apenas humanas. E isso traz todo o tipo de desafios», diz Thomas White, especialista em ética da Universidade Loyola Marymount, nos EUA.
O cientista é um dos principais articuladores para a edição de uma espécie de tratado de direitos «humanos» para os cetáceos.
Segundo os especialistas, os golfinhos são tão avançados que devem ser considerados «pessoas não humanas» e ter o seu direito à vida e à liberdade garantidos em documento internacional.
Em 2010, num congresso em Helsínquia, na Finlândia, foram decididos os pontos principais desse documento. Agora, White e outros cientistas viajam pelo mundo a tentar difundi-lo.
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