Colombia
Villa Lorena abriga 800 animais que sofreram abusos de seus donos.
Administradora do local trabalha em parceria com a polícia.
De todos os animais que chegam ao abrigo de Ana Julia Torres, as jaguatiricas são maioria. Oito delas foram apreendidas na propriedade de um traficante de cocaína assassinado, que aparentemente colecionava os animais na crença de que qualquer traficante respeitável deve sempre ter oito onças em seu domínio.
Em Villa Lorena, santuário administrado por Ana Julia Torres, vivem centenas de animais resgatados destes traficantes de drogas e guerrilhas paramilitares, além de circos e quadrilhas de contrabando. "Algumas das crueldades que eu vi me envergonham", diz Ana Julia, de 50 anos, diretora de escola e defensora dos direitos dos animais.
O tigre-de-bengala Dany era de um comandante do esquadrão de morte paramilitar colombiano. Trabalhadores do local onde ele foi encontrado disseram que o tigre de 250kg comia carne das vítimas de seu dono. Outro exemplo é o puma Luiz, que pertencia a um traficante da região oeste da Colômbia. Por algum motivo, o dono cortou uma pata do animal.
Algumas espécies não sabiam o que era paz antes de chegar à Villa Lorena. Há alguns anos, Ana Julia cuidou de um macaco-aranha chamado Yeyo, encontrado pela polícia em uma poça de seu próprio sangue, após ser maltratado pelo seu proprietário. Yeyo perdeu um olho com o abuso, e viveu discretamente em Villa Lorena até a sua morte.
Mantida por doações, o santuário abriga 800 animais e segue a filosofia de aceitar qualquer espécie, não importa em que condição esteja. Ana Julia Torres fundou o abrigo há 15 anos e trabalha ao lado da polícia, que apreende animais comercializados ilegalmente.
O policial Eliecer Zorrilla afirma que o local é importante, especialmente para a polícia ambiental. “Se este não existisse, os animais teriam de ser sacrificados”, diz.
G1
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