Eles não querem só comida. Querem comida, diversão, arte e... trabalho.
Os adeptos da cultura vegana não comem carne, não usam produtos de origem animal e há anos brigam para que o veganismo seja entendido como um estilo de vida —e não uma dieta. Agora, pela internet, também se articulam para divulgar empregos coerentes com sua filosofia.
"Há vagas com nosso perfil em alimentação, vestuário, mídias, ONGs, webdesign, moda, cosméticos e até livrarias, pequenos comércios", diz o veterinário paulistano Ricardo Garé, 33, fundador do grupo Oportunidades de Empregos Veggie, que reúne mais de 3.000 pessoas no Facebook.
Outra página, a Oportunidades Veganas de Trabalho, tem mais de 5.000 membros.
Garé explica que o critério para seleção das empresas é seu posicionamento público contra a exploração animal e degradação socioambiental. "Apesar de o mercado estar crescendo, ainda são poucas as empresas especializadas nesse nicho", diz.
Além dos veganos, os grupos também reúnem vegetarianos —gente que evita produtos de origem animal apenas na alimentação.
Junto à divulgação das vagas, as comunidades virtuais criam oportunidades para que os adeptos ampliem suas redes. Alguns chegam a fundar empresas, como o caso de um restaurante vegetariano aberto em Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
"Percebo que nosso grupo é um incentivo para as pessoas finalmente irem atrás de um sonho. Fazerem o que gostam e serem felizes. Isso está acontecendo cada vez mais", diz Garé.
A demanda não é pequena. Para uma palestra sobre empreendedorismo vegetariano e novos negócios realizada na Livraria Cultura da avenida Paulista, todas as vagas foram preenchidas em dois dias. "Tivemos que trabalhar com lista de espera", afirma o veterinário.
O fundador criou o grupo durante uma crise pessoal. "Eu estava insatisfeito com a minha carreira. Como muitos, fazia algo que não gostava, chegando algumas vezes a ir contra minha ideologia. Literalmente um dia acordei no meio da noite com a ideia do grupo na cabeça."
Entre as empresas e instituições com vagas compartilhadas nos grupos estão os sites Catraca Livre e Hypeness, as empresas de tecnologia Apple e Facebook, a ONG Associação Natureza em Forma, entre outras.
Divulgação | ||
Ricardo Garé, 33, veterinário e fundador do grupo Oportunidades de Empregos Veggie fonte:1.folha.uol |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
verdade na expressão