No sábado 29 de março de 2014, quando fez aniversário, a cidade de Curitiba recebeu um espetáculo musical do cantor e compositor Roberto Carlos, patrocinado pelo frigorífico JBS/Friboi, o maior matadouro de animais do mundo. Na ocasião, o grupo Onca realizou, em frente ao local do evento, um manifesto público contra o consumo de carne. Apelidado de “Protesto Carlos” –usando um trocadilho com o nome do cantor, garoto-propaganda da marca frigorífica–, o protesto denunciava a matança desnecessária de milhões e milhões de animais todos os anos somente nos matadouros do país.
Além disso, denunciava o impacto negativo ambiental da produção animal –provocando desmatamentos, poluição, etc– o impacto social –desperdício de alimentos, uso de trabalho escravo, numerosos casos de acidentes de trabalho e violações de direitos trabalhistas, etc– e os males à saúde humana. Uma ativista fantasiada de vaca segurava um cartaz com o símbolo “Proibido Friboi”. Outro ativista representando um funcionário de frigorífico segurava em uma mão um facão e em outra um pedaço falso de carne, enquanto tinha seu avental branco sujo de sangue, lembrando a matança diária sofrida pelos animais não-humanos.
Além deles, outros ativistas exibiam banners e faixas. Um grande banner mostrava a imagem de uma cabeça de um bovino pendurada num matadouro, com os dizeres: “Não é bife. É uma vida!”. Outros banners exibiam imagens de animais sofrendo de todas as formas para a produção de produtos animais. Uma faixa dizia: “Animal não é produto!”. Para completar, panfletos foram distribuídos, que abordavam o impacto do consumo de produtos animais, de todos os pontos de vista: animal, ambiental e social e saúde humana. A reação do público foi bastante positiva e superou as expectativas do grupo.
Mesmo entre um público de maior idade, aconteceram diversos momentos onde crianças e adolescentes pararam para ler os banners e olhar com mais atenção as imagens estampadas. Uma mãe apontava e explicava para o filho sobre cada uma das imagens, por exemplo. Além disso, aconteceram ocasiões de pessoas dentre o público que entrava que afirmaram que também eram vegetarianas ou que tinham vegetarianos na família. Uma jovem pediu para ser fotografada junto com a “vaca” e o “açougueiro” –os ativistas fantasiados–, para mostrar ao seu irmão, vegano.
Não somente ela, aliás, mas além de jornais e outros meios de comunicação presentes, que realizaram matérias sobre o protesto ou mesmo registraram em áudio ou vídeo, diversas pessoas do público que simpatizaram ou se surpreenderam, registraram em foto a ação do grupo. A atividade, que teve início as 15h encerrou-se as 22h –quando todo o público já adentrara ao espaço do espetáculo–, tendo conversada com muitos interessados e distribuído 2 mil panfletos.
Falsa publicidade
Em comercial televisivo, a marca Friboi lançou uma propaganda enganosa, onde o seu garoto-propaganda, o cantor Roberto Carlos dizia-se um ex-vegetariano, após 30 anos de vegetarianismo. Essa informação foi desmentida em meio de comunicação logo após o lançamento do comercial. O cantor que, de fato, há muitos anos não come carne “vermelha” –ou seja, de gado–, comia carne de aves e peixes.Além disso, investe em gado e produção de carne desde 2005.
Sobre a JBS/Friboi
O empresa JBS/Friboi é o maior frigorífico de carne bovina do mundo. Mas seu grupo também é responsável pela morte de milhares de aves e suínos. Além disso, é responsável pela morte e exploração de animais usados na produção de laticínios. – O grupo JBS/Friboi tem patrimônio de R$ 8 bilhões, mas uma dívida de R$ 30 bilhões. Apesar disso, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é sócio em mais de um terço de participação com a JBS e já liberou empréstimos em R$ 8,1 bilhões a JBS –ou seja, mais do que a empresa vale! – A JBS/Friboi paga apenas 6% de imposto sobre vendas. Aliás, as empresas de carne bovina estão entre as que menos pagam impostos sobre vendas no Brasil. – Sobre as relações econômicas entre a JBS/Friboi e o atual governo brasileiro, o ex-secretário nacional de Justiça e ex-delegado da Polícia Civil, Romeu Tuma Jr. em declaração pública, a chamou de a “maior lavanderia [de dinheiro] da América Latina”.
Fonte: ONCA – Defesa Animal
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