Sabe-se hoje que os animais sentem tristeza, alegria, por outro animal ou ser humano, no caso, seu tutor. O luto animal, por exemplo, pode alterar o comportamento dele, provocando apatia e letargia.
No século 17, René Descartes, proeminente filósofo que cunhou a emblemática frase Penso, logo existo, trazia consigo uma concepção meramente radical e antropológica, ou seja, que os animais eram seres mecânicos, desprovidos de dor, portanto, amplamente favorável às pesquisas laboratoriais, como a prática da vivissecção.
Na verdade, essa é uma concepção paradoxal, haja vista que um homem inteligentíssimo, responsável pelo pensamento cartesiano, não poderia pensar desta forma tão cruel e imprudente. Mais tarde, ao final do século 19, o fisiologista francês Claude Bernard definiu-se amplamente favorável a esta prática, possuindo no sótão de sua casa um biotério para estes fins, vivissecionando os animais. Sua esposa e filha, não suportando mais os gritos dos animais, abandonaram-no, mudando-se de residência e criando a primeira instituição francesa na defesa dos animais.
No momento a lei que ampara e protege os animais, no caso Lei federal 9.605/98, artigo 32, ainda é tímida, superficial, incipiente, não punindo os que mutilam, abandonam, maltratam os mesmos.Todavia, com a reverberação da causa animal no Brasil, comissões na defesa dos animais surgem a todo instante e, aqui no Rio de Janeiro, temos a CPDA/OAB, Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil, assim como comissões da Alerj e Câmara Municipal. No Brasil são aproximadamente 3 milhões os animais abandonados nas ruas da amargura. Contudo, estamos nos fortalecendo para debelar o incêndio da omissão na defesa desta causa.
* Gilberto Pinheiro, jornalista, é defensor dos animais e ex-apresentador de programas de rádio web dentro da Universidade Candido Mendes.
fonte jb.com.br/
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