A empresa israelense Bioexplorers está explorando ratos para detectar drogas e explosivos possivelmente carregado por pessoas em aeroportos e prédios públicos. Eles são “treinados” para farejar o odor exalado por pessoas que entram numa cabine, de modo que o cheiro de materiais ilegais seja percebido pelos animais, cujo faro é explorado por ser tão aguçado quanto o de cães.
Os ratos, oito por cabine, vivem presos numa espécie de gaveta de dois pisos, que fica atrás de uma parede da cabine. Se detectam o cheiro de substâncias ilegais, sobem ao andar superior da gaveta. Se mais de três ratos sobem, um mecanismo aciona uma lâmpada vermelha para avisar da presença de droga ou explosivo. Caso contrário, uma lâmpada verde é acesa, ao invés.
Israel Alva, diretor da empresa, diz que a técnica não prejudica a saúde humana, já que não envolve a radiação do raio-X. Afirma também que os ratos são chamados de “biossensores”, refletindo o modo como os especistas veem esses animais – como máquinas de detecção – e são explorados durante 3/4 de sua vida (18 de 24 meses).
Segundo o Terra, a gaveta onde os ratos são presos só é aberta uma vez a cada duas semanas, para colocação de comida e água e para limpeza. Israel Alva jura que “a vida dos ratos é relativamente boa”, acreditando piamente que um animal viver aprisionado durante três quartos de sua vida é viver “bem”.
Certas técnicas alegadamente inovadoras parecem nos remeter a épocas antigas, quando, na falta das devidas tecnologias, animais eram explorados como se fossem as máquinas que os seres humanos não podiam construir, como para transporte, tração agrícola e “produção” de couro (na falta de tecidos vegetais ou sintéticos). É possível lembrar também do desenho Os Flintstones, no qual dinossauros serviam como guindastes. Porém, hoje existem as devidas condições para desenvolver tecnologias de detecção automática de substâncias nocivas, sem necessidade de aprisionar e explorar animais por quase toda sua vida.
Mas mesmo assim insiste-se em tratar animais como se fossem máquinas a serviço do ser humano, e não como seres que demandam liberdade e autonomia sobre seus próprios corpos e vidas. Criar técnicas novas para explorar animais é um retrocesso tanto ético como tecnológico.
fonte: anda
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