quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Ração contaminada mata mais de 20 cães, Ministério tira produtos do mercado

Espirito Santo

Mais de 20 cães morreram nos últimos três meses dentro do consultório da veterinária Maria da Glória Alves, no município da Serra, no Espírito Santo. A causa da morte foi a mesma. Os animais foram contaminados por um fungo, encontrado em uma ração. Um laudo feito pela médica foi encaminhado para o Ministério da Agricultura.
A veterinária estima que mais de 200 cães tenham sido contaminados pela ração ‘Magnus Fórmula Natural’, da empresa Admax Pet, no Espírito Santo. Os animais doentes apresentavam sintomas como diarreia, falta de apetite, vômito e barriga inchada. A médica solicitou aos clientes amostras dos pacotes de rações, de lotes 136/12A e 136/12C, e encaminhou para dois laboratórios diferentes. Os resultados das análises confirmaram a suspeita sobre a contaminação.
Maria da Glória disse que começou a investigar o caso quando registrou o quarto óbito em um mês. “Passei a desconfiar que havia algo errado. Na ficha de registro, todos eram alimentados com rações Magnus Fórmula Natural para animais de pequeno porte. Fiz análises nos a cães mortos e descobri que todos haviam tido uma espécie de hepatite. Exames mostraram a presença da substância aflatoxina, encontrada no milho, que provoca o amarelamento do fígado, a redução do órgão e o endurecimento até a paralisação total do funcionamento”, detalhou.
O Ministério da Agricultura solicitou a retirada do mercado de seis produtos fabricados pela empresa. Segundo o órgão, em nota divulgada na tarde de terça-feira, 27, os alimentos foram produzidos no mesmo período dos lotes contaminados e a medida é preventiva. A empresa informou que os lotes contaminados foram retirados “voluntariamente” antes da confirmação de contaminação ou solicitação por parte do ministério.
A perda
A servidora pública Dora Lúcia Frasson, 62 anos, perdeu os cães Diana e Amendoim.. O macho estava na casa há dois meses e a fêmea já convivia há sete anos com a família. “Comprei um saco grande da ração. Quando o Amendoim não quis mais comer nada, levei para a clínica. Foi internado e morreu dois dias depois. Logo depois levei a Diana. Ela ficou internada. Já estava sofrendo e morreu três dias depois. A médica desconfiou da ração. Sinto muito a falta deles, da recepção alegre deles quando eu chegava do trabalho e fico remoendo a tristeza de os ter perdido”, lamentou Dora.
Cadela Diana, também, morreu contaminada. (Foto: Dora Lúcia Frasson/ arquivo pessoal)
Outro lado
A empresa admitiu que foram identificados níveis acima do recomendado desta substância nos lotes citados na denúncia ao Ministério da Agricultura. Em nota, a Adimax Pet informou que já adquiriu novos equipamentos para auxiliar no controle de qualidade da matéria-prima e aumentou a frequência de realizações das análises laboratoriais.

Investigação
Após a denúncia da veterinária, o Ministério da Agricultura informou deu início as investigações. O órgão realizou inspeções em duas unidades e um depósito da empresa denunciada, localizadas nos estado de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Segundo o ministério, ”foram colhidas amostras dos produtos denunciados e realizadas inspeções nas fábricas, tendo sido a empresa autuada por irregularidade constatadas no processo de produção e pela fabricação de produtos contaminados”. O órgão ressaltou que este foi um caso isolado nos lotes especificados para o recall.
A Adimax Pet está colaborando com o órgão e se empenhando na apuração dos fatos.
Foram suspensos os seguintes lotes:Magnus Fórmula Natural Pequenas Raças – Lotes 136/12A e 136/12C
Magnus Nuggets Pequeno Porte – Lotes 136/12C e 137/12C
Magnus Fórmula Natural Filhote – Lote 136/12C
Magnus Cat Mix com Nuggets -  Lotes 137/12A  e 137/12C
Fominha – Lote 132/12A
Bazucão – Lote 132/12C
Unicão – Lotes 132/12C e 133/12C
Fonte: G1


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