A maioria desses animais eram gatos (Foto: Reprodução)
Uma situação trágica tem deixado alguns moradores do bairro Piteiras, em Barra Mansa (RJ), indignados. Em uma semana, mais de 20 animais foram mortos na Rua José Alves Nascimento. A maioria desses animais eram gatos. Alguns deles chegaram a ser socorridos por voluntários da Associação Protetora dos Animais (APA) e levados ao veterinário, que diagnosticou os sintomas de envenenamento em um deles.
Para reprimir a ação, voluntários e coordenadores da APA procuraram a assessoria jurídica da associação para irem à delegacia registrar boletim de ocorrência. Um morador também participou da iniciativa como testemunha. Ele foi o primeiro a pedir ajuda quando percebeu os sintomas de um dos seus animais. Durante essa semana, dez dos seus gatos morreram.
Morador, voluntários e assessoria jurídica pediram para não ser identificados. A assessoria informou que praticar maus tratos aos animais é crime e a pena prevista é de três meses a um ano e multa. A pena ainda é aumentada em caso de morte do animal. A assessoria jurídica contou que um projeto de lei, aprovado pela comissão de juristas responsável pela elaboração do anteprojeto do Novo Código Penal, aprovou o aumento da pena. O projeto estabelece que a punição aumente para quatro anos, podendo chegar a seis, se o crime resultar em morte do animal.
O assessor afirma ainda que esse acréscimo previsto no projeto é fruto de uma maior movimentação da sociedade em defesa dos animais. “Existe uma interação entre lei e cultura. Elas andam juntas. Se a cultura das pessoas muda, a lei acompanha essa mudança e vice-versa. Nós fomos tratados com muito respeito e dignidade na delegacia, isso também mostra que a justiça está preparada para receber esses casos”, ressalta.
Os voluntários falaram ao A VOZ DA CIDADE sobre o impacto de socorrer os animais. “Eles ficam alucinados, é horrível. Eu não sei como nós conseguimos pegá-los para levá-los ao veterinário. Eles ficam pulando desesperados”, contaram. Alguns gatos morriam ainda no transporte, antes mesmo de receber os cuidados de um veterinário. O último gato socorrido pelos voluntários ficou mais de quatro horas sendo atendido pelo médico, mas também não resistiu. O veterinário vai expedir um laudo sobre a morte desse último gato. O documento prova o envenenamento do animal. “Os sintomas de todos os gatos socorridos eram os mesmos, mas nós ainda não temos como afirmar que eles também foram envenenados”, destacaram.
A Associação Protetora dos Animais trabalha para acolher, cuidar e evitar esse tipo de ação em relação aos animais. Além dos gatos, cachorros também foram mortos. Os moradores relataram ainda à APA o desaparecimento de outros animais. “Isso também prova a mudança de atitude das pessoas. A gente percebe que eles estão dispostos a denunciar. Mesmo que não queiram se expor, eles nos procuram preocupados com os maus-tratos animais”, salientaram os voluntários.
Fonte: A Voz da Cidade
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