Injustiça
Éguas serão sacrificadas (Foto: Reprodução/TV Integração)
O Ministério da Agricultura (Mapa) determinou o sacrifício de duas éguas que estavam com a suspeita de ter a doença mormo, em Araguari, no Triângulo Mineiro. Os animais serão sacrificados na tarde desta quinta-feira (19), no aterro sanitário da cidade.
De acordo com o veterinário do Sindicato Rural de Araguari que acompanhou o caso, Fernando Lara, os tutores das duas éguas haviam entrado com uma liminar na Justiça pedindo um novo exame, mas ela foi indeferida. “O certo seria refazer o exame de prova de maleína que é conclusivo, mas provavelmente requereram o exame de fixação de complemento, que não é o confirmatório da doença”, disse.
Os dois exames foram feitos nas éguas e no cavalo, que também estava com a suspeita. No cavalo o exame de fixação apresentou poucos reagentes da doença de mormo e um novo exame será feito dentro de 40 dias. Já as éguas apresentaram mais reagentes, então foi feita a prova de maleína que confirmou o diagnóstico positivo. “Aparentemente os animais não apresentaram quadro clínico da doença e os sintomas deveriam ser visíveis. Elas eram portadores, mas não apresentaram nenhum sintoma. Visivelmente estão bem”, afirmou o veterinário.
Tutor dos animais é contra o sacrifício
Fernando de Almeida Santos é um dos tutores dos animais que serão sacrificados. Segundo ele, o Mapa por meio da Justiça cassou a liminar que pedia um terceiro exame para atestar a saúde dos animais. “Nós pedimos um novo exame porque o primeiro que foi feito deu positivo, depois fizemos o mesmo exame em outro laboratório e deu negativo”, contou o tutor.
O tutor disse que chegou a procurar um especialista em mormo no Nordeste, que garantiu a ele que os animais portadores da doença deveriam apresentar o sintoma de inchaço e secreção na face. Ainda segundo o tutor, as éguas não tiveram nada disso. “Será uma injustiça enorme e estou inconformado. Tenho minha égua há cinco anos e o carinho por ela é muito grande, mas a briga é maior. Impossível enfrentar a decisão deles [Mapa] que foi influenciada pelo IMA regional. Somos muito pequenos”, desabafou.
Segundo o IMA, os testes foram feitos legalmente e confirmaram a doença
O G1 procurou o coordenador regional do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em Uberlândia, Luiz Carlos de Oliveira, mas ele não foi encontrado. No entanto, o veterinário e assistente técnico da área animal do instituto, Ronaldo Freire Maia, se pronunciou sobre o assunto. “Os animais serão sacrificados de forma humanitária em atendimento à legislação em vigor segundo o Mapa”, garantiu.
Ronaldo Freire explicou, também, que de abril a maio deste ano casos de mormo foram diagnosticados no Norte de Minas e, desde então, o IMA passou uma série de normas para as outras divisões do Estado seguirem. Nessas normas estavam inclusa a coleta de exame de mormo em laboratórios credenciados ao IMA para animais que transitarem de uma cidade a outra. E como os equinos iriam viajar para uma competição, foram submetidos aos testes.
Ainda segundo o assistente técnico da área animal do IMA, os testes foram feitos legalmente e confirmaram que os equinos tinham a doença. Nestes casos, o sacrifício deve ser feito. “O que acontece é que o exame feito pelos produtores das éguas não foi realizado em laboratório credenciado e muito menos foi assistido por agentes do IMA. Não há a possibilidade de confiar no resultado, sendo que dois testes nossos [um de fixação de complemento e outro de maleína] deram positivos”, explicou.
Sobre o não aparente quadro clínico de mormo nos animais, ele disse que alguns são mais resistentes que outros. “A maioria dos equinos é mais resistente que equídeos e, por isso, pode não apresentar sintomas visíveis de mormo, o que não quer dizer que esses animais não são portadores”, orientou Ronaldo Vieira.
Fonte: G1
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