Juba, de 18 anos, está em um abrigo provisório em Fortaleza
Um grupo de voluntários da Associação Mata Ciliar, ONG com sede em Pedreira, lançou uma campanha no Facebook e no site Vakinha para arrecadar dinheiro em prol de um leão já em idade avançada que, desde 2008, espera por um lar no abrigo temporário do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Fortaleza. A intenção é tranportá-lo até Jundiaí, para que possa receber os devidos cuidados.
Sobrevivente do Bwana Park, parque temático do Rio Janeiro fechado em 2001 depois que mais de 100 animais foram encontrados mortos em freezers, o leão conhecido como Juba foi levado para um parque de Fortaleza. No local, sofreu novamente maus-tratos, ficou debilitado e era constantemente ferido por outros leões, até ser transferido para o centro de triagem.
Em visita ao local para a análise de uma onça parda, a coordenadora de fauna da Associação Mata Ciliar, a veterinária Cristina Adania, se sensibilizou ao conhecer a história de Juba e se dispôs a trazê-lo para um espaço da ONG em Jundiaí, onde atualmente vive a oncinha Cris,resgatada em setembro deste ano em um canavial de Miguelópolis.
Para a veterinária que trabalha na ONG desde a sua fundação, em 1987, o leão Juba é símbolo de uma triste realidade vivida por animais abandonados e vítimas de maus-tratos no país. “O leão será o primeiro animal exótico que vamos receber e dar abrigo. Pelo seu histórico de vida, ele representa o que vários animais considerados ‘excedentes’ também sofreram, abandonados principalmente por circos”, ressalta.
Os veterinários do Centro de Triagem calculam que a idade aproximada de Juba seja 18 anos. De acordo com Cristina Adania, um leão em cativeiro pode viver até os 25 anos.
R$ 50 mil
Segundo Célia Frattini, voluntária da ONG e responsável pela campanha na internet, o custo inicial para a construção de um abrigo para Juba é de R$ 50 mil. “Temos muito espaço, mas não temos um local adequado para recebê-lo. Como nenhum zoológico se interessou por ele, decidimos arregaçar as mangas e tentar trazê-lo para cá”, afirma. Com o dinheiro em mãos, a estimativa é que o espaço seja construído em 45 dias. "Sabemos que o valor é alto demais para juntar com as contribuições que arrecadamos via internet, mas esperamos que alguma empresa nos ajude, mesmo que seja com materiais de construção. Toda ajuda é bem-vinda."
O grupo já arrecadou cerca de R$ 4 mil em doações feitas para uma conta bancária divulgada pela internet. Uma campanha no site vakinha.com.br tenta angariar mais R$ 5 mil. A planta do recinto onde Juba ficará instalado foi doado por uma arquiteta. Aos poucos, sete voluntários envolvidos na campanha se empenham para chegar ao objetivo final.
Uma iniciativa semelhante ajudou o grupo a conseguir um novo lar para o leão Simba, transferido de Campo Grande (MS) para o Rancho dos Gnomos, em Cotia. “O caso do Simba foi mais fácil porque eles já tinham um espaço e a prefeitura doou mais R$ 24 mil. No caso das aves, macacos e animais de pequeno porte é mais fácil conseguir uma transferência. Para os leões, a situação é mais complicada”.
Caso o grupo consiga apoio para a construção do recinto onde Juba passará seus últimos anos de vida, o transporte de Fortaleza a Jundiaí será feito de avião, sem representar riscos para a saúde do animal.
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