A mulher denunciada por maus-tratos cometidos contra seus cachorros no último dia 09 de abril, no bairro do Pau da Lima, em Salvador, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (16). De acordo com o delegado que cuida do caso, Carlos Habib da 10ª delegacia, a mulher disse em depoimento que não maltratava os animais. “Chegamos a mostrar a ela o vídeo filmado por uma vizinha, mas mesmo assim ela disse que não estava maltratando os animais, que estava “apenas conversando”. Ela disse ainda que está preocupada com a represália da população”, afirmou Habib. A suspeita, que está grávida de quatro meses foi ouvida e depois liberada. Segundo o delegado, ele irá encaminhar ao Juizado um termo circunstanciado para as posteriores providências. A mulher deve responder ao crime de maus-tratos a animais e pode pegar de 3 meses a 1 ano de prisão.
De acordo com o delegado, dois animais estão sob cuidados da ONG Terra Verde Viva e um outro animal foi levado pela tutora para a casa de um parente. “Ela disse em depoimento que o animal que havia sumido foi levado por ela para a casa de um parente”.
De acordo com a advogada e militante do direito dos animais Ana Rita Tavares, da ONG Terra Verde Viva e que está responsável pelos animais, os animais estão sendo medicados. “Um dos animais está em uma casa de passagem e ainda não foi colocado para adoção porque ele está sendo medicado. O outro animal está em uma clínica particular na cidade”, disse.
O outro cachorro, que recebeu o nome “Found”, verbo em inglês traduzido como “encontrado”, está sob cuidados do médico veterinário Anderson Trindade. Ele informou ao G1, que o animal recebeu uma transfusão de sangue na sexta-feira (13), mas ainda está debilitado. “O nosso desejo é que ele já estivesse fora de perigo. Hoje ele apresentou algumas melhoras. Embora ele só esteja comendo forçado, hoje ele não teve diarréia e está mais esperto”, garantiu o veterinário. Ao ser resgatado, ele apresentava diarreia soltando vermes e estava com gota de sangue na gengiva e febre de 40 graus.
Entenda o caso
A tutora dos animais foi filmada por uma vizinha usando uma vassoura para agredir um dos cachorrosque cria em casa. Segundo vizinhos, a tutora dos animais não foi mais vista desde a veiculação na imprensa do vídeo postado inicialmente no site You Tube. “Dois homens estiveram aqui ontem [segunda-feira] à noite e levaram um dos cachorros. A mulher não veio. Hoje de manhã, eu já dei ração aos cachorros, mas não posso tirá-los de lá. Sempre foi muito difícil aguentar gritos de misericórdia de um bichinho indefeso”, relata um dos vizinhos.
A vizinha que fez as imagens da agressão a um dos cachorros que vive na casa prefere não se identificar e diz que as agressões aos animais são constantes na residência. Ela postou o vídeo no You Tube com o título “A Bruxa dos Cachorros”.
A mulher disse ao G1 que um caso de espancamento ocasionou a morte de um cachorro. “Teve um cachorro que ela batia muito. Ele desmaiava direto e, um dia, ela passou com ele dentro de um saco plástico e deu fim. Da última vez, o marido tirou ela em cima do animal e eu pensei: ‘ a partir de hoje esse cachorro não vai mais apanhar’. Filmei, botei no Youtube e compartilhei com meus amigos no Facebook. Pedia para comentarem e compartilharem. Até que em três dias já tem mais de três mil acessos”, afirma.
No vídeo, enquanto o animal grita, a mulher diz: “Saí para lá, sai para lá, não venha para cá não! Dá vontade de chegar e matar mesmo, sem pena! (…) Matei mesmo, mandei puxar os olhos, sem pena, sem dó nem piedade.(…) E além disso vai ficar com fome o dia todo! E você vai lembrar o por que ficou com fome. Quando você ver os outros comer e você sem comer. Você vai lembrar direitinho: por que será que ela não me deu comida? E vai refletir! (…)”.
Até nova ordem, os animais estão sob responsabilidade da ONG Terra Verde Viva, que deu entrada no pedido de apreensão junto à Justiça, através da advogada Ana Rita Tavares. Na tarde de segunda-feira (9), a determinação do juiz não foi cumprida porque a residência estava fechada e o oficial de Justiça designado para a função alegou que não estava escrito na liminar a ordem de arrombamento.
Fonte: G1
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