quinta-feira, 5 de abril de 2012

Deputado César Halum revê posição e agora defende proibição de animais em circo





O deputado César Halum se comprometeu a trabalhar pela proibição de animais em circos. Foto: reprodução Diário do Congresso
Em uma atitude consciente, o deputado federal César Halum (PSD/TO) enviou uma carta à redação da ANDA afirmando ter mudado de opinião sobre o apoio à exploração de animais em circos.
Após a matéria divulgada na ANDA, ele  decidiu buscar informações sobre a forma triste e dolorosa como esses animais vivem escravizados para suprir a necessidade egoísta de alguns seres humanos que buscam entretenimento em ‘espetáculos’ cruéis.
O parlamentar contou que assistiu documentários, leu outras matérias e artigos sobre o assunto.  César Halum conversou também com defensores de animais e compreendeu que estava equivocado em sua percepção.
Tal atitude prova que Halum é um parlamentar capaz de dialogar e, diferente de tantos outros, mostra que tem humildade e coragem para rever seus conceitos, que segundo disse eram baseados em poucas informações.
O deputado, autor do Projeto de Lei 2792/2012, que institui o Programa Circo do Povo, cujo objetivo é oferecer ações educativas e culturais que envolvam a realidade circense para crianças e adultos, informou que criará uma emenda para a proposta, tendo como norma a proibição do uso de animais na atividade do programa.
Demonstrando se importar profundamente com o abuso dos animais, ele apresentou à Câmara do Deputados um requerimento que pede urgência na aprovação do Projeto de Lei 7291/2006 que, dentre suas propostas, proíbe o uso de animais em qualquer atividade circense.
Com essa postura, o Deputado César Halum se mostra uma pessoa de grande importância na Câmara dos Deputados, mostrando entendimento sobre a triste realidade vivida pelos animais vítimas desse tipo de exploração e priorizando, antes do entretenimento e diversão, o direito que os animais têm à liberdade e a viverem de acordo com suas naturezas.
Veja a nota enviada à ANDA na íntegra
Aos defensores dos animais
Com os meus cordiais cumprimentos, dirijo-me a todos os brasileiros que diuturnamente lutam pela liberdade e integridade dos animais, para externar minha visão e ideia sobre as matérias veiculadas na mídia, me tendo como um parlamentar que defende a exploração de animais em circos.
Digo sempre que a maior virtude do homem é a humildade para escutar. E foi isso que fiz. Sempre defendi a integridade física dos animais, meu questionamento sempre foi por manter a tradição circense, mas ao ler artigos e matérias, ver documentários, e conversar com representantes e defensores dos animais, pude perceber o quanto é importante zelar, cuidar e defender ainda mais estes seres. Mudei completamente a minha posição sobre esse tema.
Com os estudos, aprendi que os circos são apresentados como uma forma de diversão e entretenimento, mas a realidade vivida pelos animais dentro e fora do circo é completamente diferente. Para os animais de circo, esta “vida” é uma vida de escravidão e trabalho forçado. Os animais vivem em uma prisão como meros objetos de exploração, sem o direito de serem livres. Recebem choques elétricos, espancamentos, castigos severos e punições para “ensinar” o que fazer no número circense.
Além disso, os bichos sofrem um estresse insustentável porque nunca deixam suas jaulas, suportam viagens intermináveis e têm seu caráter natural constantemente reprimido. Também, em muitos casos os animais são retirados de seus locais de origem (África, Ásia, América do Sul), separando-os de suas famílias para abandoná-los em qualquer canto quando envelhecem e ficam “inúteis” para o negócio.
Sou autor do Projeto de Lei 2792/2012 que institui o Programa Circo do Povo, tendo como objetivo oferecer ações educativas e culturais que envolvam a realidade circense para crianças, adolescentes e suas famílias, contudo, apresentarei uma emenda a esta proposta, inserindo como uma das normas de participação, a proibição do uso de animais nas atividades do programa, até porque o meu objetivo no projeto é revelar e aperfeiçoar novos talentos humanos.
Concluo que a melhor maneira de não apoiar esta forma de escravizar e torturar animais, bem como não recorrer a este tipo de circo e informar as pessoas ao seu redor, é apoiar circos sem animais, como os espetáculos do Le Cirque du Soleil, Circo Imperial e Fern Street, por exemplo. Por isso, apresento a Câmara dos Deputados um Requerimento pedindo urgência na aprovação do PL 7291/2006, que dentre suas propostas, proíbe o uso de animais em qualquer atividade circense.
Certo da compreensão de todos, agradeço.
Deputado federal César Halum
anda

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