quarta-feira, 4 de abril de 2012

Brasil busca a liberdade animal em pesquisas

Conferência mostra tendência em favor de práticas que substituam o uso de animais em estudos

Foto: Lula Helfer
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A utilização de animais na pesquisa e na docência pautou na tarde de ontem o 1º Seminário de Bioética e Pesquisa da Unisc, promovido pelo curso de Direito, Comitê de Pesquisa em Ética, Comitê de Ética no Uso de Animais e Hospital Santa Cruz. Os debates da conferência Bioética e Animais na Pesquisa e no Ensino foram centralizados no anfiteatro do bloco 18 e embasados em palestras técnicas sobre o assunto. Conforme defende a professora da PUC/RS, Anamaria Feijó, é preciso estabelecer limites em relação ao uso de animais, principalmente quando se tratam de pesquisas fúteis. “Estudos que não tenham maior abrangência nacional ou internacional não deveriam ser feitos”, defende.Em sala de aula, Anamaria ressalta que há métodos alternativos que poderiam minimizar ou até mesmo erradicar o uso de animais na docência, como já acontece em universidades de renome internacional. Para ela, nos cursos de Medicina Veterinária, por exemplo, o principal objetivo deveria salvar vidas, e não ao contrário. “Nos países desenvolvidos, os alunos acompanham os professores para tratar dos animais que realmente têm problemas. Eles aprendem a tratar dos bichos a partir de sua cura.” Reforça, ainda, que é inadmissível sacrificar vidas saudáveis em favor de uma técnica. “Trata-se de uma mudança cultural, com resultados a médio e longo prazo.”Durante o evento, a professora da Unisc, Natália de Campos Grey, abordou a parte legal relacionada ao assunto. No Brasil, a lei 11.794/2008 disciplina a criação e utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica, sendo regulamentada pelo decreto 6.899/2009. “Estamos no caminho que trilha a substituição de animais nas medidas científicas e tecnológicas por práticas alternativas”, explica. As resoluções dão mais força aos Comitês de Ética no Uso Animal (Ceuas), que podem nortear a questão e ampliar as boas práticas. Natália ainda lembra do exemplo da União Europeia, que atualmente possui a legislação mais rigorosa em relação ao uso de animais.
.gaz.com.b

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