domingo, 1 de abril de 2012

CZ resgata dezenas de cães criados em meio a montanhas de lixo


Minas Gerais



Veterinária Carla Sássi em meio ao lixo (Foto: CCZ/Divulgação)












O que, em princípio, poderia ser tomado como gesto inofensivo e altruísta de alguém movido pelo amor aos animais acabou gerando consequências inimagináveis e riscos incalculáveis para os animais e à saúde pública.
Na terça-feira (27), a equipe do Centro de Controle de Zoonoses foi acionada para acompanhar a Polícia Militar na averiguação de uma denúncia de maus-tratos a cães no prédio abandonado de um antigo hotel próximo a um posto de gasolina às margens da BR 040 em Conselheiro Lafaiete, MG.
Ao chegar ao local, a equipe alega que se deparou com uma situação que ia muito além da prática de maus-tratos e encontrou gravíssimas irregularidades cuja apuração exigiu o acionamento de autoridades ligadas aos setores de saúde pública e meio ambiente.
Foto: CCZ/Divulgação

O local, onde se amontoavam cerca de 50 cães, aparentemente não era limpo há anos. O chão estava repleto de fezes, urina, jornais velhos, lixo e água parada. Em meio ao lodo, ratos e baratas circulavam por toda parte e aranhas teceram verdadeiros labirintos de teias ao longo das paredes.
Os funcionários foram informados de que os animais recebiam ração apenas alguns dias por semana e observaram que a água que os cães bebiam tinha aparência de putrefação.
De acordo com a veterinária do CCZ, Carla Sássi, todos os cômodos do prédio estavam infestados por pulgas. Em algumas dependências, a altura do lixo acumulado encobria metade das paredes e, em meio à montanha de dejetos, foram encontrados os restos de um animal morto provavelmente há meses.
Defesa





































Foto: CCZ/Divulgação
Inicialmente, apesar do absurdo de tal situação,
 alguns vizinhos, ao saber da presença de funcionários e policiais, saíram em defesa da proprietária do imóvel.
Disseram ter informações de que ela cuidava dos animais, os alimentava com ração de boa qualidade e não se descuidava do tratamento veterinário. A verdade, porém, é que nenhuma destas pessoas jamais passou do portão do local onde os cães eram mantidos. Alguns dos defensores se dispuseram a visitar o “canil”; porém, devido ao mal cheiro insuportável e à aparência aterrorizante, não conseguiram sequer terminar de subir as escadas.
No primeiro dia de inspeção, a equipe do Centro de Controle de Zoonoses conseguiu resgatar cerca de 30 cães, a maioria arredio e de grande porte. O restante foi retirado nesta quarta-feira.
Os 40 animais, recolhidos com o auxílio de profissionais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e do Corpo de Bombeiros, foram levados a um galpão no parque de exposições cedido pela prefeitura, já que o Centro de Controle de Zoonoses não teria instalações suficientes para acomodar tantos animais de uma só vez. Hoje tem cerca de 80 cães no CCZ.
Além disso, os cães precisarão passar por um período de quarentena para uma minuciosa avaliação de possíveis efeitos decorrentes das condições de insalubridade a que foram submetidos durante tanto tempo.
Fonte: Tribuna Livre

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