Por Natalia Cesana (da Redação)
Tudo começou na semana passada quando o porta-voz da Associação Chinesa de Medicina Tradional declarou em coletiva de imprensa que “o método de extração da bile de ursos é simples, natural e indolor, algo como abrir uma torneira”. Tal afirmação fez com que a Animals Asia, associação que há anos luta contra as fábricas de bile que mantêm ursos em gaiolas por anos, desencadeasse uma campanha de protesto. As informações são do jornal italiano La Stampa.
Os ursos negros, escolhidos para tal atrocidade por serem mais calmos, são a única espécie animal em que se encontram casos de tentativa de suicídio.
“A técnica de extração por gotejamento livre causa um sofrimento atroz e prejudica gravemente a saúde dos ursos”, explica Monica Bando, cirurgiã veterinária da Animals Asia. Em todo o continente, aproximadamente 14 mil ursos são aprisionados e torturados por toda a vida para a extração da bile.
“Neste momento, muitos políticos importantes da Ásia estão se movendo para bloquear as atividades da nossa associação”, diz Antonello Palla, presidente da regional italiana da Animals Asia.
Para lembrar o que são as fazendas de ursos, um produtor independente apresentou uma filmagem realizada entre 2009 e 2010, que revela o funcionamento destes criadouros. O filme foi produzido por Elsa Xiong, Tu Qiao e Chen Yuanzhong, que viajaram por seis províncias chinesas e recolheram muitas provas.
“As fábricas de bile terminarão apenas se houver uma aspiração chinesa para tal e não por causa da pressão internacional. No passado testemunhamos o nascimento de um movimento sem precedentes por parte da opinião pública e da imprensa chinesas. É extraordinário ver tantas pessoas contra esta indústria terrível, o que faz crescer a nossa esperança de que isso um dia termine”, disse Jill Robinson, fundador e presidente da Animals Asia.
A Gui Zhentang, companhia farmacêutica que comercializa bile de urso, convidou a imprensa e a sociedade a visitar os criadouros, mas houve uma forte rejeição por parte de todos.
“O que preocupa é que as fábricas de bile passam como um método em que não há derramamento de sangue, o que as tornariam aceitáveis. E se a Animals Asia não puder mais trabalhar na região, será o fim destes ursos”, conclui Antonello Palla.
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