O crânio é compatível com a biozona de dinodontossauro, que pertence à fauna triássica e habitou a Terra entre 230 e 235 milhões de anos atrás
Foto: Maieve Soares/Divulgação
Foto: Maieve Soares/Divulgação
Em dezembro de 2011, o Museu Municipal de Candelária Aristides Carlos Rodrigues, no Rio Grande do Sul, recebeu um presente de Natal inesperado: um crânio fossilizado que ficou guardado em um galpão durante duas décadas. Após pesquisadores estudarem o fóssil, evidenciou-se tratar de mais um animal desconhecido. "É inédito para a ciência", conta Carlos Nunes Rodrigues, curador voluntário do museu.
A descoberta foi feita pelo coordenador dos projetos de paleontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Cesar Leandro Schultz, que juntamente com a doutora em arcossauros, Bianca Mastrantonio, comparou este fóssil com o de outros animais já descobertos e identificados, sem encontrar coincidências.
O crânio é compatível com a biozona de dinodontossauro, que pertence à fauna triássica e habitou a Terra entre 230 e 235 milhões de anos atrás. "É um animal muito primitivo, com espécime exibindo as expressões dos arcossauriformes (arcossauro basal)", avalia Rodrigues. Um dos dentes que estão fixados garante se tratar de um animal carnívoro, segundo afirmam os cientistas.
Rodrigues aponta ainda outras características do fóssil: "ele tem cristas e depressões pronunciadas, e expressões características de osteodermas (placas ósseas sobre a pele)". Por essas características, acredita-se que esteja incluído no grupo dos diapsidos - vertebrados terrestres que possuem duas aberturas na região temporal do crânio.
O município de Candelária é conhecido pelos achados paleontológicos. Na região foram encontrados os fósseis dos Guaíbassauros, que já viajaram por vários países para serem estudados. Rodrigues prevê que, nos próximos três anos, mais cinco espécies novas sejam descobertas.
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