Tráfico
por LusaHoje
O aumento das apreensões de aves exóticas comercializadas ilegalmente tem causado a lotação dos parques portugueses, já que problemas sanitários impedem que elas sejam enviadas de volta aos países de origem.
"Ficamos com os animais e gastamos dezenas de milhares de euros com eles todos os meses, sem ter uma mais-valia", afirma João Loureiro, coordenador da Unidade de Aplicação das Convenções Internacionais do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
Os 90 animais que sobreviveram às apreensões no ano passado estão em parques e zoológicos, mas não são expostos ao público. O regresso desses animais ao país de origem ainda não é possível devido a barreiras sanitárias para a prevenção da gripe aviária, mas o problema está a ser estudado, segundo Loureiro.
E o desequilíbrio não é causado somente no país recetor do tráfico. O ecossistema de onde esses animais são retirados também acaba prejudicado, assim como as comunidades locais.
Um exemplo é o galo das serras do Pará (Rupicola rupicola), que não existe no mercado legal por estar em risco de extinção no seu habitat natural. Entre as apreensões do ano passado, no entanto, foram encontrados ovos da espécie e nenhuma das aves sobreviveu.
A retirada dos animais do seu ambiente é, geralmente, feita por pessoas em más condições financeiras, contratadas pelos traficantes. Podem ser tanto moradores de aldeias, indígenas, ou europeus, que ganham uma viagem de poucos dias à América do Sul, algo que não poderiam pagar, e voltam com os ovos junto ao corpo.
n.pt
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