quarta-feira, 12 de junho de 2013

Jovens flagrados dançando funk sobre cavalo serão indiciados


Os jovens flagrados em um vídeo dançando funk sobre um cavalo deitado serão indiciados por abuso contra animal, em pedido que deve ser encaminhado à Justiça na segunda-feira. O crime foi registrado no último dia três, em Bela Vista de Goiás, na região metropolitana de Goiânia, durante a abertura de uma exposição agropecuária. A divulgação das imagens causou comoção entre internautas, revoltados com o que foi feito ao animal imobilizado. Os jovens que participaram da ação alegaram à polícia ter ingerido bebida alcoólica naquele dia.
No vídeo, uma garota começa a dançar sobre o equino, que permanece imóvel sob ordens do tratador. Ela arrisca passos durante aproximadamente 20 segundos, depois desce e passa a alisar o cavalo. Em seguida, um homem faz apoios sobre o corpo do animal, que então se move. Depois disso, um jovem sem camisa também dança. O último a subir é o próprio vaqueiro responsável.
Além de participar, o adestrador também incentiva mais pessoas a subirem sobre o animal. O objetivo é mostrar como o cavalo é obediente, segundo informou ao Terra o delegado Luziano Severino de Carvalho, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema). Ele afirmou que as quatro pessoas que aparecem no vídeo serão indiciadas; além do registro de abuso, também haverá denúncia de maus-tratos por parte do tratador, que inseriu um cigarro nas narinas do equino, de acordo com o delegado.
“A polícia entende isso como um ato de abuso, que fere o princípio da razoabilidade. É absurdo: o Brasil nunca viu ninguém dançando em cima da barriga de um cavalo. Em Goiás, todos os casos (de abuso) estão sendo apurados com rigor”, disse Luziano.
O delegado informou que os jovens alegaram, durante depoimento, ter consumido bebida alcoólica antes de praticar o ato. Além desse caso, outras práticas que podem configurar abuso contra animal foram registradas na mesma exposição agropecuária, segundo o responsável pela Dema. Havia animais carregando mais de duas pessoas ao mesmo tempo, grupos de aproximadamente cinco participantes sendo levados por um só cavalo em carroças e pôneis sendo montados por pessoas obesas.
“Temos a cultura de que o animal é um coisa, um bem descartável. Enquanto o animal não for percebido como um bem ambiental, um ser, continuaremos tendo inúmeros problemas como esse no Brasil inteiro”, disse o delegado Luziano de Carvalho.

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