Os cientistas há muito tempo sabem que ruídos subaquáticos de origem
humana — motores, sonares, testes de armas e ferramentas industriais
como as pistolas de ar usadas na exploração de gás e petróleo— estão
cada vez mais ensurdecendo baleias e outros mamíferos marinhos.
A Marinha dos EUA estima que os estrondos dos seus equipamentos de escuta subaquática, especialmente os sonares, resultem na perda temporária ou permanente da audição de mais de 250 mil criaturas marinhas por ano, um número que tem crescido.
Mas agora os cientistas descobriram que as baleias conseguem reduzir sua sensibilidade auditiva para se proteger do barulho. Não se sabe como elas fazem isso.
“É o equivalente a tapar as orelhas quando um jato passa voando”, disse o biólogo marinho Paul Nachtigall, da Universidade do Havaí, que liderou a descoberta. “É como um controle de volume.”
A descoberta, embora preliminar, gera a esperança de que seja possível desenvolver sinais que alertem baleias, golfinhos e outros mamíferos marinhos sobre perigos auditivos.
Pesquisadores associam esse problema a casos de surdez, danos aos tecidos, encalhes coletivos e desorientação em criaturas que dependem da audição para se orientar, encontrar comida e cuidar da prole.
A ameaça do barulho decorre das propriedades básicas da água do mar. Enquanto a luz some no oceano após algumas centenas de metros, o som é capaz de viajar centenas de quilômetros nesse meio.
Numa instalação de pesquisas em Oahu, no Havaí, os cientistas estão estudando como os golfinhos e as baleias dentadas escutam. A equipe se concentrou numa falsa-orca chamada Kina. Inicialmente, os cientistas tocaram repetidamente um tom suave. Então, eles acresceram um som intenso após o tom suave. Após algumas tentativas, o alerta sonoro já bastava para fazer Kina reduzir a sua sensibilidade auditiva.
“Isso é promissor como uma forma de mitigar os efeitos dos sons altos”, disse Nachtigall, fundador e diretor do Programa de Pesquisa de Mamíferos Marinhos da Universidade do Havaí. A equipe pretende expandir a pesquisa para outras espécies em cativeiro e selvagens. “Pensamos que os animais podem aprender essa resposta rapidamente”, disse ele.
Os cientistas dizem que os mamíferos marinhos desenvolveram uma audição extraordinária para compensar a visibilidade ruim sob as ondas e para aproveitar as qualidades ímpares da água do mar. O som nesse meio viaja cinco vezes mais rápido do que no ar e sofre uma redução bem menor à medida que se propaga.
As cabeças de baleias e golfinhos são labirintos de câmaras de ressonância e lentes acústicas que dão aos animais não só uma audição extraordinária como também vozes complexas.
Nas últimas décadas, os cientistas têm vinculado a cacofonia humana a diminuições na vocalização dos mamíferos, o que sugere declínios na alimentação e reprodução. E o problema tende a piorar: em maio, a Marinha revelou avaliações ambientais preliminares mostrando que as expansões planejadas em suas operações no Atlântico e no Pacífico podem elevar a mais de 1 milhão o número de mamíferos marinhos que perdem a audição a cada ano.
Uma questão para a ciência, disse Nachtigall, é se os níveis de ensurdecimento protetor encontrados em Kina podem ser aumentados. A equipe pretende estudar a reação auditiva em espécies como o golfinho-nariz-de-garrafa e a baleia-branca, antes de experimentar o método em animais na natureza.
“Quando se trata de baleias e som”, disse Nachtigall, “estamos apenas começando a entender”.
Fonte: O Povo
A Marinha dos EUA estima que os estrondos dos seus equipamentos de escuta subaquática, especialmente os sonares, resultem na perda temporária ou permanente da audição de mais de 250 mil criaturas marinhas por ano, um número que tem crescido.
Mas agora os cientistas descobriram que as baleias conseguem reduzir sua sensibilidade auditiva para se proteger do barulho. Não se sabe como elas fazem isso.
“É o equivalente a tapar as orelhas quando um jato passa voando”, disse o biólogo marinho Paul Nachtigall, da Universidade do Havaí, que liderou a descoberta. “É como um controle de volume.”
A descoberta, embora preliminar, gera a esperança de que seja possível desenvolver sinais que alertem baleias, golfinhos e outros mamíferos marinhos sobre perigos auditivos.
Pesquisadores associam esse problema a casos de surdez, danos aos tecidos, encalhes coletivos e desorientação em criaturas que dependem da audição para se orientar, encontrar comida e cuidar da prole.
A ameaça do barulho decorre das propriedades básicas da água do mar. Enquanto a luz some no oceano após algumas centenas de metros, o som é capaz de viajar centenas de quilômetros nesse meio.
Numa instalação de pesquisas em Oahu, no Havaí, os cientistas estão estudando como os golfinhos e as baleias dentadas escutam. A equipe se concentrou numa falsa-orca chamada Kina. Inicialmente, os cientistas tocaram repetidamente um tom suave. Então, eles acresceram um som intenso após o tom suave. Após algumas tentativas, o alerta sonoro já bastava para fazer Kina reduzir a sua sensibilidade auditiva.
“Isso é promissor como uma forma de mitigar os efeitos dos sons altos”, disse Nachtigall, fundador e diretor do Programa de Pesquisa de Mamíferos Marinhos da Universidade do Havaí. A equipe pretende expandir a pesquisa para outras espécies em cativeiro e selvagens. “Pensamos que os animais podem aprender essa resposta rapidamente”, disse ele.
Os cientistas dizem que os mamíferos marinhos desenvolveram uma audição extraordinária para compensar a visibilidade ruim sob as ondas e para aproveitar as qualidades ímpares da água do mar. O som nesse meio viaja cinco vezes mais rápido do que no ar e sofre uma redução bem menor à medida que se propaga.
As cabeças de baleias e golfinhos são labirintos de câmaras de ressonância e lentes acústicas que dão aos animais não só uma audição extraordinária como também vozes complexas.
Nas últimas décadas, os cientistas têm vinculado a cacofonia humana a diminuições na vocalização dos mamíferos, o que sugere declínios na alimentação e reprodução. E o problema tende a piorar: em maio, a Marinha revelou avaliações ambientais preliminares mostrando que as expansões planejadas em suas operações no Atlântico e no Pacífico podem elevar a mais de 1 milhão o número de mamíferos marinhos que perdem a audição a cada ano.
Uma questão para a ciência, disse Nachtigall, é se os níveis de ensurdecimento protetor encontrados em Kina podem ser aumentados. A equipe pretende estudar a reação auditiva em espécies como o golfinho-nariz-de-garrafa e a baleia-branca, antes de experimentar o método em animais na natureza.
“Quando se trata de baleias e som”, disse Nachtigall, “estamos apenas começando a entender”.
Fonte: O Povo
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