Humanizar animais em nome da ciência pode fornecer informações valiosas sobre a forma de funcionamento do corpo humano e até trazer solução para doenças. Mas o limite para isso nem sempre é bem delineado; agora, pesquisadores dizem que regras claras precisam ser estabelecidas em pesquisas que criam híbridos de animais e humanos.
Cenários extremos, como a inserção de células cerebrais em primatas para criar macacos falantes, pode parecer ficção científica, mas pesquisadores de todo o mundo parecem estar cada vez mais à beira de limites como esse.
Cientistas chineses já introduziram células-tronco em fetos de cabras e pesquisadores americanos têm estudado a hipótese de criar um rato com células de cérebro humano.
Fatos como esses estão sendo contestados pela Academia de Ciências Médicas da Grã-Bretanha, que está pedindo uma maior fiscalização e regras mais estritas para as pesquisas híbridas de animais e humanos.
A criação de animais com traços humanos não é nova, e nem sempre é prejudicial. Camundongos geneticamente modificados são prova disso. Graças a esses animais, contendo DNA humano, novas drogas contra doenças como o câncer estão sendo desenvolvidas.
O problema, para o professor de genética britânico Martin Bobrow, é quando Frankesteins começam a ser criados, com aspectos singularmente humanos, como pele, formato de rosto e fala. Por isso, segundo Bobrow, outros países devem seguir o mesmo caminho de fiscalização e regulação, abordando as preocupações com o público.
Animais humanizados têm desempenhado um papel fundamental em diversas áreas, como no tratamento da infertilidade e da Síndrome de Down. Uma pesquisa de opinião pública mostrou que a maioria das pessoas é a favor de pesquisas em animais contendo material humano, se ela for conduzida para melhorias na saúde.
Mas há sérias preocupações com experimentos que envolvam o cérebro e possíveis fertilizações de óvulos humanos com espermas de outros animais. Afinal, encontrar um papagaio que diz “quem é esse menino bonito?” é uma coisa; ver um macaco falando é outra, bem diferente – e assustadora. [Reuters]
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