A morte de um gato, que teria sido afogado no sábado dentro da Penitenciária de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, é investigada pela Delegacia de Defesa dos Animais e pela Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária.
Segundo denúncias feitas à reportagem, o gato foi jogado em uma vasilha com água por um funcionário da unidade que ocupa um cargo de chefia. O nome dele não foi divulgado. “Ele disse que queria ver quanto tempo o gato ficava vivo dentro do balde com água. Quando os funcionários perceberam ficaram revoltados, mas o animal já estava morto”, diz um funcionário, que pediu para não ser identificado.
Segundo ele, existe a possibilidade de as câmeras de segurança da unidade terem flagrado a ação do funcionário. “Tudo aconteceu perto do pavilhão disciplinar e existem câmeras nas proximidades. É claro que podem ter apagado as imagens”, diz o servidor.
O delegado Luiz Geraldo Dias, da Delegacia da Defesa dos Animais, diz que recebeu a denúncia na manhã de segunda-feira (17) e no início da tarde agentes penitenciários foram à delegacia sem serem convocados para depor. “Eles trouxeram um documento oficial informando que o gato foi encontrado morto e que isto pode ter sido praticado por preso ou pessoas desconhecidas”, afirma.
Os agentes também informaram que o animal foi enterrado nas proximidades da unidade em local seguro.
“Vamos abrir procedimento de inquérito e tomar depoimentos das pessoas e da equipe que estava de plantão no dia. Vamos verificar se o gato tinha tutor certo ou se era comunitário”, diz Dias.
O local tem vários animais domésticos, alguns deles são levados pelos familiares dos presos e acabam ficando pelo local, segundo funcionários.
Secretaria fará ‘apuração rigorosa’
Segundo a assessoria de imprensa da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) em 15 de junho, um gato foi encontrado morto dentro de um balde de margarina industrial, na Penitenciária de Ribeirão Preto. O Secretário da Administração Penitenciária determinou à Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário rigorosa apuração dos fatos.
A AVA (Associação Vida Animal) recebeu a denúncia anônima e orientou o denunciante a procurar formalmente a polícia.
Segundo a presidente da entidade, Cristina Dias, o papel da ONG é cobrar que o caso seja investigado.
Ela diz que a atuação vai ser semelhante a que foi feita no Jardim das Pedras onde foram encontrados oito gatos mortos. “No Jardim das Pedras o caso foi investigado e a responsável foi descoberta. Vamos verificar com o delegado o que ele vai fazer e cobrar providências”, afirma.
Fonte: Jornal A Cidade
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