domingo, 16 de junho de 2013

"A TOURADA VISTA POR UM MÉDICO VETERINÁRIO





Dando a palavra a um verdadeiro veterinário, sobre a realidade das touradas:
texto extraído da página MAPT (Movimento pela Abolição da Tauromarquia em Portugal)
"A TOURADA VISTA POR UM MÉDICO VETERINÁRIO
(Dr Vasco Reis na revista "Algarve 123")

Vasco Reis, estudou em Hannover, Alemanha, trabalhou como médico veterinário 7 anos na Suíça e 10 anos na Alemanha. Acompanhou de perto o mundo das touradas à portuguesa quando foi médico veterinário municipal na Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, entre 1986 a 1989. Actualmente vive uma reforma activa em Aljezur. Tem 14 gatos e 3 cães, é membro fundador de uma associação de protecção animal cujos esforços abolicionistas ajudaram a tornar este concelho algarvio livre de touradas. Recentemente esteve em Bogotá, numa cimeira onde se deu conta de grandes progressos na abolição das touradas na América Latina.

A tourada vista por um médico veterinário

Os animais humanos e não humanos são seres dotados de sistema nervoso, mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é agradável, perigoso e agressivo e doloroso.
Estes seres experimentam sensações, emoções e sentimentos muito semelhantes. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga, sem as quais, não poderiam sobreviver. Portanto, medo e dor são condições essenciais de sobrevivência.
Afirmar-se que nalguma situação não medicada, algum animal possa não sentir medo e dor se for ameaçado ou ferido, é testemunho da maior ignorância, ou intenção de negar uma verdade vital.
A ciência revela que o esquema anatómico, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento. O senso comum apreende e a ciência confirma-o.
Depois desta explicação, imaginem o sofrimento horrível que uma pessoa teria se fosse posta no lugar de um touro capturado e conduzido ao “calvário” de uma tourada.
Conclusão comportamental ética?
Seres humanos (tauromáquicos) não devem infligir a outros seres de sensibilidade semelhante (touros e cavalos), sofrimentos a que os próprios infligidores (tauromáquicos) não aceitariam ser submetidos.
Na tourada à portuguesa importa mencionar o terrível sentimento de claustrofobia e pânico que o touro sofre desde que é retirado violentamente da campina e transportado em aperto até à arena. Depois, há o maltrato com a finalidade de o enfraquecer física e animicamente antes de ser toureado.
Na arena, o touro enfrenta a provocação e a tortura durante a lide e no fim desta, com a retirada sempre violenta e muito dolorosa das bandarilhas, rasgando ou cortando mais o couro sem qualquer anestesia.
No final de tudo, o animal é metido no transporte, esgotado, ferido e febril, em acidose metabólica horrível que o maldispõe e intoxica, até que a morte o liberte de tanto sofrimento.
O cavalo sofre um esgotamento e terrível tensão psicológica ao ser usado como veículo, sendo dominado, incitado e lançado pelo cavaleiro e obrigado a enfrentar o touro, quando a sua atitude natural seria a de fuga e de pôr-se a uma distância segura.
À força de treino, de esporas que o magoam e ferem, de ferros na boca e corrente à volta da mandíbula, que o magoam e o subjugam, o cavalo arrisca morte por síncope/paragem cardíaca, ferimentos mais ou menos graves, até a morte na arena.
É difícil, senão impossível, acreditar que toureiros e aficionados amem touros e cavalos, quando os submetem a violência, risco, sofrimento.
Questiono-me porque se continua a permitir uma actividade que assenta na violência e no sofrimento público de animais, legalizado e autorizado por lei e até apreciado, aplaudido e glorificado por alguns?
E uma verdadeira democracia não permite nem legaliza a tortura. E você?"

Vasco Reis,13.6.13
Postagem original em: http://www.facebook.com/pages/MATP/194892957259614

De: 
CADEIA PARA QUEM MALTRATA OS ANIMAIS/Facebook

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