Champa, uma ursa negra asiática (Ursus thibetanus), de três anos de idade, vive desde filhote nas montanhas do norte do Laos, em um santuário financiado pela ONG australiana Free the Bears. O local tem como objetivo proteger a espécie da extinção. Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o urso negro asiático é uma espécie vulnerável, cuja população decresce cada vez mais. A espécie é alvo de caçadores, que os matam para coletar sua bile — um valioso ingrediente para a tradicional medicina chinesa e coreana.
Desde que chegou ao abrigo, porém, Champa se destacava dos demais ursos: ela apresentava uma estranha formação na cabeça e tinha problemas na hora de socializar e interagir com os outros animais. Veterinários e membros da equipe do santuário investigaram o caso e descobriram que se tratava de hidrocefalia.
A hidrocefalia é uma doença que pode acometer todos os animais mamíferos, inclusive os humanos. Na maioria dos países ocidentais, um animal diagnosticado com a enfermidade seria submetido à eutanásia; mas essa opção foi descartada para Champa graças às leis de proteção à vida selvagem do Laos e às fortes tradições budistas do país.
Em vez de deixar a ursa padecer, a equipe do abrigo de Champa decidiu arriscar e tentar uma cirurgia para resolver o problema. Romain Pizzi, um cirurgião veterinário sul-africano, foi o responsável pelo procedimento. A operação durou seis horas e foi um sucesso. Seis semanas após o episódio, embora ainda tenha de lidar com os danos cerebrais permanentes causados pela hidrocefalia, Champa está mais ativa e tem uma qualidade de vida melhor.
Fonte: Veja
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