sábado, 20 de abril de 2013

Conheça os benefícios da convivência com animais e alguns cuidados



De acordo com o médico infectologista Vanderson Valente, os benefícios da convivência com animais passam pela saúde mental, desenvolvimento e socialização da criança. Eles podem ajudar também na regulação do sistema imunológico.
De acordo com o médico infectologista Vanderson Valente, os benefícios da convivência com animais passam pela saúde mental, desenvolvimento e socialização da criança. (Foto: Divulgação)
A empresária Imaculada Oliveira vinha sendo chamada quase todos os meses na escola de Ítalo, de 10 anos. Ele conversava durante as aulas, as notas não estavam boas. “Fazia muito bagunça e brincava o tempo todo com os colegas”, admite ele. A situação mudou em dezembro de 2011, quando uma cliente estava doando filhotinhos de cachorro e a cabeleireira resolveu adotar um deles. De uma surpresa no Natal, o pequeno Billy se tornou companheiro de Ítalo e o resultado é que Imaculada não foi chamada novamente para discutir os problemas disciplinares do filho. As notas estão boas e o menino, mais tranquilo.
Essa história é um exemplo dos benefícios da relação entre crianças e animais. Eles incluem, é claro, o aspecto bioquímico, já comprovado por pesquisas, a exemplo da maior quantidade de endorfina produzida pelo nosso organismo ao acariciar um bichinho. A substância traz calma e relaxamento. Outros estudos mostraram que pessoas com hipertensão ou obesidade também podem se beneficiar dessa companhia e até que crianças com autismo, surdez e gagueira se desenvolveram melhor ao lado de cães e gatos.
 Imaculada: antes da chegada do cachorrinho Billy, Ítalo dava trabalho na escola.

Imaculada: antes da chegada do cachorrinho Billy, Ítalo dava trabalho na escola. (Foto: Divulgação)
Mas será que é possível ensinar aos pequenos os cuidados que ele devem ter ao brincar e cuidar do bichinho? Imaculada, por exemplo, conta que a responsabilidade pelos cuidados com Billy é compartilhada. Os passeios, a comida e o banho têm a participação do garoto, mas as idas ao veterinário e vacinas são controladas pela mãe.
De acordo com o pediatra e infectologista infantil Vanderson Firmiano Valente, as medidas variam de acordo com o comportamento da criança e vão depender da espécie, do tamanho e até mesmo do temperamento dos animais. “Os pais devem investir na divisão das responsabilidades com os cuidados. Animais, por mais que sejam divertidos, não são brinquedos. Como mais um membro da casa eles têm demandas que precisam ser atendidas e as crianças podem participar”, alerta o médico.
O médico explica que, além de cuidados básicos de higiene, como lavar bem as mãos, é necessário atenção à saúde do animal: levar ao veterinário, dar banho, eliminar pulgas e carrapatos, vacinar e realizar exames periódicos são hábitos fundamentais. “Além desses cuidados, é muito importante prezar pela boa alimentação dos animais. Rações de boa procedência e adequadas para cada espécie ajudam a prevenir doenças. No caso de gatos, é importante evitar que o animal tenha contato com a rua e pratique a caça, porque ele pode ter contato com animais doentes”, explica o médico.
Independência
A fisioterapeuta Caroline de Oliveira Santos, mãe de Daniel, de 2 anos, também tem uma experiência transformadora com animais. Antes de adotar Vitória, uma cadelinha SRD de um ano, Daniel era mais dependente da companhia da mãe, 100% do tempo. “Era complicado até para fazer as tarefas domésticas, por causa da demanda de atenção”, explica Caroline. Acreditando que a presença de um animal poderia ajudar, ela procurou um cão que estivesse para adoção. “Sempre achei que o cachorrinho adotado teria mais chance de ter o comportamento que eu precisava”, explica a mãe.
 Companheiros inseparáveis, Vitória ajudou Daniel, de dois anos e meio, a se tornar mais sociável e desenvolver a coordenação motora. A mãe, Caroline, também sempre conviveu com animais.

Companheiros inseparáveis, Vitória ajudou Daniel, de dois anos e meio, a se tornar mais sociável e desenvolver a coordenação motora. A mãe, Caroline, também sempre conviveu com animais. (foto: Divulgação)
Vitória foi adotada por meio da Pet Shop Bom Garoto, que desenvolve um projeto para animais abandonados. Dois cães sempre ficam disponíveis para adoção na loja. Assim que são adotados, outros dois vão para a espera. Os cães são entregues vermifugados, vacinados com antirrábica e polivalente, com aplicação de produto contra pulgas e carrapatos. Eles ainda têm consultas gratuitas pelo período de um ano.
Companheiros inseparáveis, Tóinha (apelido que o pequeno deu à cachorrinha) ajudou Daniel a se tornar mais sociável e até a desenvolver a coordenação motora. “Quando estamos em uma festinha ou na casa de amigos e parentes, ele diz que sente saudade”, relata a mãe. É o mesmo caso de Ítalo. Quando viajou com a família para a praia e Billy ficou aos cuidados da tia, ele sentiu falta do cachorrinho.
De acordo com o médico, os benefícios da convivência com animais são quase incontáveis. “Especialmente no âmbito da saúde mental e do desenvolvimento da criança. Contribuem especialmente na socialização, aquisição de responsabilidades. Há relatos de que a convivência com animais poderia diminuir o risco de alergias em geral e funcionar como um mecanismo de regulação da função do sistema imunológico”, explica o infectologista.
De olho neste cuidados, Tóinha toma banho todas as semanas e escova os dentes regularmente, não pode ir à rua sozinha, não tem contato com lixo e nem com outros animais, sem supervisão. “Ela tem que ser muito bem tratada, porque todo animalzinho merece, é claro, e também porque é um membro da família. Um dia em que ela e Daniel estava brincando no quintal, eu lavei as mãozinhas dele, que estavam imundas; e ele me pediu para lavar o focinho dela. É a companheira dele”, emociona-se a fisioterapeuta.
Família unida
O artista plástico Rogério Fernandes tem uma família grande. Na casa, moram sete indivíduos: ele, a esposa Ana Tereza Carneiro, a Tetê; Benjamin, de 4 anos; Aurora, de 3 e a pequena Valentina, de 11 meses; além de Matisse, de 10 anos; e Cloé, de 9. Matisse e Cloé são os gatinhos do casal. “Todos são da família, logo, um tem que cuidar do outro. Meus filhos aprenderam isso de maneira muito natural”, explica Rogério.
 Para Rogério, essa convivência ensina noções de respeito, tolerância e desapego.

Para Rogério, essa convivência ensina noções de respeito, tolerância e desapego.
De acordo com o artista, essa convivência ensina noções de respeito, não só em relação aos gatos ou cachorros, mas também em relação ao espaço, em relação às outras pessoas e em relação a tudo que é diferente, desenvolvendo a tolerância. “Essa amizade entre eles trouxe mais noções de socialização, carinho e maturidade”, comemora.
Quando a esposa ficou grávida pela primeira vez, o casal já tinha gatos. “Ouvimos muitos conselhos, de amigos e parentes, para retirar os bichos da casa. Mas consultamos nossa médica, e ela recomendou que fizéssemos os exames de toxoplasmose. O exame deu negativo. Seguimos também as recomendações de higiene e a Tetê não manipulou mais a caixinha de areia”, relata.
Como a convivência com os bichinhos é bem próxima, sempre houve cuidado para evitar acidentes. “Benjamim e Aurora já entendem qual é a melhor maneira de fazer carinho. Agora, a Valentina está mais curiosa, quer apertar, e aos poucos vamos mostrando o jeito seguro”, ensina. Quando cada bebê chegou, houve também uma estratégia para que os gatos associassem o novo membro da família a algo positivo, com brinquedos e petiscos.
Outra “vantagem” que Rogério vê é a prática de desapego. “Casa que tem animais geralmente tem móveis um pouco ‘alterados’, não é? É claro que ensinamos as crianças a terem cuidado com as coisas, mas ao mesmo tempo, o fato de o bichinho afiar a unha sofá ajuda a mostrar que aquilo não é o mais importante na nossa vida”, reflete.
Higiene e saúde
Uma polêmica diz respeito à presença do animal na cama, principalmente das crianças. Mais uma vez, o que vale é ter o máximo de cuidado com a saúde do animal e cuidar da higiene. “Doenças de pele, por exemplo, causadas por parasitas externos, podem ser transmitidas aos humanos. Devemos ter em mente que os animais se lambem e agentes de doenças que tem origem nas fezes podem ir parar em outros lugares como os pelos ou a boca do anima”, alerta.
Onde adotar
Brigada Planetária – http://brigadaplanetaria.com.br
SOS Bichos – http://sosbichos.com.br/sos/
Bom Garoto! – Rua General Andrade Neves, 135, Gutierrez. Telefone: 3332-6721 http://bomgarotopetshop.com.br/
Franklin Oliveira (protetor) – https://www.facebook.com/franklineumassis
Cão Viver – http://www.caoviver.com.br/
Feira de Adoção de Animais ‘Adote um amigo’ – parceria da Secretaria Municipal de Saúde com a Organização Não-governamental “Teia de Textos”: Rua Edna Quintel, 173, São Bernardo. Centro de Controle de Zoonoses. Aos sábados, de 9h às 14h (Os interessados em adotar devem levar documento de identificação com foto, CPF e comprovante de endereço. É preciso preencher um termo de adoção e de compromisso) – http://www.adoteumamigo.org.br/
Fonte: Sites Uai

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